Faz um tempo que as desenvolvedoras investem no desenvolvimento de algo similar a Counter-Strike ou Call of Duty que funcione realmente bem no VR. São jogos rápidos, que pra dar certo em realidade virtual precisam ter o melhor gameplay possível, com as possibilidades e interações esperadas pelos jogadores desse gênero. Alvo entra nessa lista, um FPS competitivo 5v5 online desenvolvido pelo estúdio indie canadense Mardonpol e distribuído pela OutsideIn Entertainment.
Alvo saiu para o Oculus Quest 2 após quase um ano de seu lançamento original, para o PlayStation VR. Neste período o jogo provavelmente recebeu melhorias, mas logo na primeira hora de testes notei os detalhes que tanto dividiu a opinião dos jogadores em 2021: a simplicidade dos gráficos e dos comandos. Correr, pular, agachar e escorregar, tudo bem ser nos botões dos controles. Afinal, muita gente prefere jogar parado, seja em pé ou sentado, para não cansar.
Simplicidade exagerada
É difícil julgar essa escolha minimalista de gameplay, que pode agradar ou não dependendo do grau de exigência do jogador. Eu demorei um certo tempo pra me acostumar, pois não há um tutorial. Tem só um modo de treino com bots e os outros modos online – Free For All, Team Deathmatch, Search & Destroy e Zombies, este último liberado no update mais recente e que permite co-op com mais 3 amigos para sobreviverem juntos.
Enquanto a movimentação e tiro funcionam bem, recarregar munição e arremessar granada são tarefas bem esquisitas de realizar, com animações pré-definidas que tiram a imersão. Tal simplicidade vai contra a maré das possibilidades que o próprio gênero abre para o jogador em tantos outros jogos PvP, como Onward, Population: One, Pavlov VR e Zero Caliber VR.
Por outro lado, este mesmo gameplay permite velocidade. As partidas são mais dinâmicas, mesmo jogando com desconhecidos no online. Tem a questão do ping, claro, mas a comunidade é ativa e sempre tem alguém jogando. Tive dificuldades apenas pra montar equipe e jogar o modo Zombies. Aliás, este modo se baseia totalmente na fórmula consolidada pela série Call of Duty. Você ganha dinheiro matando zumbis e dominando pontos do mapa, pra torrar em melhorias e novas armas e seguir enfrentando as hordas.
No começo, a evolução do jogador acontece bem lentamente, principalmente ao enfrentar adversários com rank acima dos 30. A galera não perdoa, obviamente por estar acostumada com o game e ter mais velocidade de mira e reação. Depois que se pega as manhãs, você sobe no rank liberando armas e equipamentos pra montar os loadouts, além dos perks (radar, cachorro, etc.) e as personalizações.
Um tiro longe do alvo
Sendo um game standalone, que roda direto no Quest 2 sem o intermédio de um PC, eu esperava pelo menos gráficos razoáveis. Tem muitos games bonitos na biblioteca do Quest 2, mas infelizmente Alvo não é um deles. Os mapas são genéricos, as texturas são de baixa qualidade, a iluminação é dura e não há efeitos de física, que fosse um simples ragdoll. Até os zumbis deixam a desejar, com pouca variedade e uma coloração horrível. Apenas as armas possuem um certo capricho nos detalhes.
Certamente há espaço para Alvo evoluir com updates, ficando cada vez melhor nos pontos citados acima, mas no momento a impressão que passa é a de um jogo inacabado, sem o devido polimento. Agora se você é fã de Call of Duty e procura por algo semelhante, pra jogar direto no Quest 2, vá em frente. Dá pra se divertir com ele, pelo menos.