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Em vários jogos o lança-mísseis é considerado a arma mais perigosa existente. De Quake a Resident Evil, obter um significava a vitória certa e seus oponentes voando para longe. Então, a Final Strike Games pensou na possibilidade de fazer um hero shooter onde a única arma seria essa. Assim nasceu Rocket Arena. Com essa proposta, a Electronic Arts embarcou na ideia e temos mais um variante de Overwatch e Paladins.

Porém, mesmo com alguns anos de diferença entre os lançamentos e agindo como uma colha de retalho de várias ideias, o título já chegou sendo um tanto controverso. Afinal de contas, a falta de originalidade pode afetar tanto assim a diversão ou é só um fator dentro da mecânica? Ou será que as pessoas estão sendo implicantes demais e esse pode virar uma futura febre entre os games?

O míssil está emperrado

Não vamos nos enganar, caros leitores, Rocket Arena é uma mistura louca entre Overwatch e Super Smash Bros. Não há mortes aqui, você pode apenas jogar seus oponentes fora do estádio. Uma barra vai se preenchendo conforme está sendo atingido e, quando completa, um simples tiro pode fazer você voar. Óbvio que há técnicas especiais que ajudam nisso, além de uma função para desviar de tiros que estejam vindo.

Mesmo assim, logo de cara, um fator me desapontou. Um game que tem tudo para ser dinâmico e cheio de ação, sendo que até mesmo os respawn são velozes e não perdem ritmo, não devia permitir uma lerdeza imensa entre os movimentos dos personagens. Eles se movem de uma forma devagar, chegando a irritar quando está em modos que dependam do tempo.

Imagem do review de Rocket Arena
Os movimentos são lentos e incomodam demais.

A partida começa, você já sabe o botão de atirar e dos especiais graças ao pequeno tutorial, a área de confrontos não é enorme e permite um ritmo acelerado, mas os movimentos deles não ajudam a tornar tudo isso num fator positivo. E não digo apenas de correr e pular. As armas têm uma munição minúscula, sempre tendo de recarregar nas piores horas e o tempo que os mísseis chegam nos oponentes não atinge a expectativa.

Perdão pelo termo, mas Rocket Arena é um jogo de prever o futuro. Seu míssil ou seu poder especial tem de ser jogados pensando no próximo passo dos seus oponentes. Nenhum deles chegará a tempo de atingi-lo, mesmo que esteja se movendo lentamente no ar. Isso incomoda de uma forma tão grande que a maioria prefere usar personagens velozes como o Plink para compensar a falha.

Imagem do review de Rocket Arena
O bonde é pesado, mas a diversão foi esquecida.

Outro grande problema é o fator monetário. Sabemos o quanto o mundo entrou em crise, mas quais são as chances de você comprá-lo na PlayStation Store, por exemplo, por R$148,99 quando há opções mais completas e baratas sendo comercializadas? Paladins é gratuito e tem muito mais possibilidades. Considerando que há microtransações já inclusas no lançamento, incluindo um Passe de Temporada, qualquer justificativa não convenceria.

No que isso resulta? Em menos pessoas jogando. Quanto menor o público se divertindo online num game que tem nele seu único fator de diversão, o que causa? Mais tempo de espera para o matchmaking. Eu experimentei tempo de espera de mais de 10 minutos já e, em uma hora tentando jogar, se disputei três partidas foi muito. Mesmo com o crossplay, permitindo Xbox One, PS4 e computadores de se unirem, isso não ajudou.

Imagem do review de Rocket Arena
Você ficará olhando para essa tela muitas vezes.

A diversão de Rocket Arena

Se você estiver disposto a ignorar todos esses fatores, Rocket Arena é um jogo bastante divertido. Além do 3v3 clássico, há um modo futebol, de coletar moedas enquanto se enfrentam, captura de bases e inclusive uma opção co-op que te colocará contra hordas controladas pela inteligência artificial. Fora o 3v3 e o co-op, os demais surgem aleatoriamente quando seleciona encontrar partida e garantem um fluxo diferente de jogo.

A sensação de estar jogando Overwatch é gigantesca enquanto está na partida. Enquanto tenta se aproximar dos combates que já estão rolando, não é difícil ver armadilhas preparadas, pilares de água surgindo no meio do nada, bombas indo em sua direção, pessoas se teleportando com suas habilidades e tudo que tem direito. Nenhum combate é igual ao outro e se conseguir parar por um instante para só observar, verá que a loucura até que é convidativa.

Imagem do review de Rocket Arena
O cenário e as animações são demais.

Mesmo contendo apenas 10 personagens inicialmente, há boas diferenças entre eles e acabará querendo testar todos para verificar em qual se encaixará melhor. Também são 10 estágios disponíveis, com alguns sendo um pouco mais divertidos que os outros. Infelizmente não há previsão de chegarem mais ao título, porém ele tem um imenso potencial de criar uma base firme para seu futuro.

As skins, por enquanto, não alteram nada além das cores e você tem opções de trocar alguns dos itens ganhos enquanto avança de nível. Há como alterar o seu banner de identificação, mas nada que fuja muito disso. Mesmo com poucos dias de seu lançamento, já vi algumas vestes muito sinistras que o pessoal estava jogando, sendo que há uma loja in-game que rotaciona a venda delas através de pontos que obtém das suas partidas ou do que compra diretamente do sistema. Ou seja, cedo ou tarde aparecerá uma boa do seu favorito.

Imagem do review de Rocket Arena
São 10 personagens selecionáveis nesse primeiro momento.

A Origem

Um erro que eu vi bastante gente cometendo é associando Rocket Arena à Electronic Arts. Ele faz parte da linha EA Originals, assim como os premiados A Way Out e Sea of Solitude. Ou seja, não veja o game como um AAA falhando, mas sim como um indie tentando alcançar o mesmo sucesso no gênero que os demais de sua categoria. A ideia, produção e desenvolvimento foram feitos exclusivamente pela Final Strike Games. Gerar ódio pela empresa que apenas ajudou o jogo a ver a luz do dia não está certo dessa vez, ok amiguinhos?

Se você avaliar dessa forma, verá que este é o primeiro título produzido pela empresa e, mesmo com falhas e sendo considerado uma colcha de retalhos, é incrível como conseguiram fazer algo tão divertido e que consiga encaixar as ideias propostas sem se tornar algo bizarro. O objetivo deles é a criação de games multiplayer e o jogo tem uma ótima oportunidade deles verem tudo isso e melhorarem o cenário com o passar do tempo.

Imagem do review de Rocket Arena
Logo isso poderá crescer e ser um sucesso, quem sabe?

Mesmo querendo jogar mais partidas sem a prolongada espera, não recomendo a ninguém adquiri-lo neste primeiro momento. Ainda há vários fatores que necessitam melhorar e serem mais bem-trabalhados para que se torna equiparável aos que já foram criados. Eles foram longe, porém precisarão de um esforço ainda maior para reconhecerem seu potencial e a comunidade adotá-lo como a próxima febre.

Por mais que Rocket Arena demonstre um futuro promissor, não cumpriu devidamente com o necessário para tornar a experiência em algo divertido. Porém, não o perca de vista. Por tudo que joguei e estudei sobre o trabalho deles, diria que não deve demorar muito para melhorias virem e Jayto e seus amigos invadirem os consoles e máquinas de todos. Lembrando que nem Fortnite alcançou o estrelato logo de cara, vale dar uma chance de ver onde os mísseis os levarão.

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