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A chegada de Phantom Brave: The Lost Hero marca o retorno triunfal de um clássico cult dos SRPGs (Strategy RPG), seguindo um movimento muito comum visto nessa geração: o resgate de títulos que fizeram sucesso no passado como oportunidade de revisitar e revitalizar franquias, trazendo novidades que modernizam a experiência sem perder a essência original.

Seguindo os passos de Final Fantasy Tactics, Fire Emblem e Tactics Ogre, Phantom Brave retorna depois de duas décadas carregando suas novidades para o gênero e trazendo uma narrativa leve, porém muito interessante. O mais recente lançamento da NIS America, desenvolvido pela Nippon Ichi Software, expande o universo do título original com uma nova história, mecânicas aprimoradas e visuais atualizados.

Phantom Brave: The Lost Hero

Uma dupla fofa em alto-mar

Phantom Brave: The Lost Hero se passa seis meses após o jogo original e temos o retorno de Marona, uma jovem talentosa com o poder de falar com Phantoms, ao lado de Ash, um fantasma que tem como missão protegê-la por conta de sua ligação com a família dela, porém numa trama que continua a jornada de Marona após os eventos do primeiro jogo. Separada de Ash, ela se alia à pirata fantasma Apricot para enfrentar a Shipwreck Fleet e reunir a lendária tripulação de Angento, criando sua própria tripulação e navegando pelos mares de Ivoire. A história é simples, mas bem estruturada e muito bem trabalhada, com momentos emocionantes e um elenco de personagens extremamente cativante.

A história mantém o tom leve e emocional característico da série, mas desta vez foca no crescimento pessoal de Apricot e sua dinâmica com Marona. Além da dupla protagonista, que possui um desenvolvimento muito bem desenvolvido, a interação entre estes personagens e suas histórias individuais contribui para uma narrativa rica e envolvente, explorando temas como amizade, lealdade e aceitação. A inclusão de Rouen, um beastman cínico e que se preocupa com Apricot, e Henna, uma ex-rainha com poderes de controle, faz com que os personagens secundários, assim como Urumi e Mayfair, enriquece a narrativa principal e engrandece um elenco diversificado e interessante, contribuindo para uma experiência de jogo mais imersiva e emotiva.

Phantom Brave: The Lost Hero

Phantom Brave: The Lost Hero consegue cativar por suas mecânicas que trazem um estilo próprio ao gênero RPG de estratégia que ele oferece como base, conseguindo se diferenciar inclusive de Disgaea e La Pucelle, também da mesma desenvolvedora, e trazendo boas adições ao lançamento. Com combate dinâmico e desafiador, os desenvolvedores conseguirem balancear para torná-lo mais acessível para os novatos. O sistema Confine, que permite invocar Phantoms vinculando-os a objetos do cenário, retorna com melhorias por conta da geração. Enquanto a nova mecânica Confriend permite que Marona se funda temporariamente com Phantoms, adicionando uma camada estratégica interessante.

Quando combinamos o Confine e habilidades de Marona, temos o Confight On e o Confast, além do Confire, que transformam o combate em algo ainda mais divertido e com possibilidades que transformam o combate estratégico em algo mais dinâmico e complexo ao mesmo tempo. Você também conta com apoio dos Gadgets, como ventiladores e catapultas, que são aplicados pelo cenário por Apricot e ampliam as possibilidades táticas durante as batalhas.

Phantom Brave: The Lost Hero

Infelizmente, a versão para Switch sofre com problemas técnicos por conta das constantes quedas de FPS e crashes ocasionais, fazendo com que você perca o andamento das batalhas e momentos de clímax. Por sorte o jogo possui um sistema de autosave que ajuda a diminuir perdas significativas por conta desse impacto negativo. Afinal, ninguém quer perder um combate decisivo ou até mesmo os desdobramentos após o fim da batalha.

Em busca de uma nova identidade

Visualmente, os desenvolvedores de Phantom Brave: The Lost Hero decidiram por abandonar os sprites 2D para trabalhar com modelos 3D, reforçando a busca por modernização do jogo. Embora essa mudança torne o jogo mais atual, as animações perderam um pouco do charme e alguns cenários se tornaram repetitivos. No entanto, a direção de arte mantém o carisma franquia e o estilo característico da Nippon Ichi Software, com o design de personagem com um visual cativante.

Phantom Brave: The Lost Hero

A trilha sonora, assim como a evolução do 2D para o 3D, ganhou composições musicais bem elaboradas, enriquecendo os momentos-chave da narrativa e complementando o clima emocional do jogo. Os desenvolvedores conseguiram preservar a essência do primeiro Phantom Brave, apresentando músicas caracterizadas por vocais sutis e uma forte presença de instrumentos de percussão, que criam uma atmosfera relaxante e praiana. Isso sem contar o trabalho competente na dublagem japonesa, que acrescentam ainda mais sentimento ao jogo.

Além do ótimo trabalho artístico, o jogo inclui as Postludes com conteúdo desbloqueável após concluir a história uma vez, que apresenta personagens de outros jogos da NIS, como Laharl, Vavlatorez e Pirilika da série Disgaea, Prier de La Pucelle, Cornet de Rhapsody, e Asagi, um personagem da NIS e recorrente em outros jogos. Esta inclusão cria conexões interessantes com o universo expandido da Nippon Ichi Software. Os jogadores também podem adquirir DLC com visuais, personagens e histórias extras, além de novas instalações na Ilha Skullrock, que permitem fortalecer ainda mais suas unidades, incluindo Criação de Masmorras, Fusão, Despertar/Reencarnação e Títulos.

Phantom Brave: The Lost Hero

Ou seja, Phantom Brave: The Lost Hero é uma sequência digna que equilibra nostalgia e inovação. Com jogabilidade refinada e personagens carismáticos, é um prato cheio para fãs de SRPG. Apesar dos problemas técnicos no Switch, o jogo entrega uma experiência divertida e desafiadora, possibilitando uma nova porta de entrada para esse universo de RPGs que conquistam cada vez mais fãs ao redor do mundo.

78 %


Prós:

🔺 História e personagens cativantes
🔺 Combate com boas mecânicas
🔺 Jogo bastante estratégico
🔺 Variedade de Phantoms para escolher

Contras:

🔻 Queda de fps constante
🔻 Crash em diversos momentos do jogo
🔻 Desafio pode ser baixo para os veteranos de SRPG

Ficha Técnica:

Lançamento: 30/01/25
Desenvolvedora: Nippon Ichi Software
Distribuidora: NIS America
Plataformas: Switch, PC
Testado no: Switch