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Antes de ligar o videogame para jogar One Punch Man: A Hero Nobody Knows, quero dar um conselho. É bom exercitar o corpo com 100 flexões, 100 agachamentos, 100 abdominais e correr 10km a cada vez que for pegar o controle. Não garantimos que ficará igual ao Saitama, mas ao menos você estará mais do que pronto para explorar os detalhes deste primeiro game do anime.

Sendo um clássico jogo de luta da Bandai Namco, você já sabe o que esperar, certo? Assim como na primeira vez que assistiu à animação, tudo no que acreditava será subvertido. Não há nada de espetacular ou que torne ele um dos melhores games do ano do gênero. Porém a alma do desenho está presente em cada detalhe e faz toda a diferença enquanto você está jogando.

Onde está o One Punch Man?

Devo esclarecer, primeiramente, que o jogo nem ao menos se preocupa em contar a história de Saitama e do anime conforme manda a regra. Esse não é o foco aqui, até porque se fôssemos controlar o herói, esse game seria finalizado em cerca de 10 minutos. A princípio, você cria um personagem do zero, que está entrando na Associação dos Heróis na Classe C e percorrerá seu caminho até o topo.

E é aí que mora toda a graça do título. Sem se prender a nada, One Punch Man: A Hero Nobody Knows traz uma história paralela à animação, porém recheada do mesmo bom humor e escracho já frequentes na saga. E a graça não está apenas no enredo, que traz todos os personagens carismáticos e esquisitos já conhecidos pelos fãs. O próprio jogo tem sua pitada de graça que tentarei resumir para vocês.

Imagem de One Punch Man: A Hero Nobody Knows
Saitama não é o foco do jogo, mas sim o personagem que cria.

Primeiro, as lutas sofrem interferência a todo momento. Sejam com outros heróis ou vilões aparecendo para ajudar ou atrapalhar, ou até mesmo eventos da natureza, você sempre verá algo diferente na tela. Alguns levam a risos, como o Mumem Rider que chega já jogando a bicicleta nos inimigos ou uma chuva de meteoros atrapalhando aquele combo chato do oponente. Outros instantes, como a chegada de mais vilões quando você já está apanhando de um deles, não te farão rir.

Ótimo, você sai da luta de One Punch Man e pensa estar livre para respirar, certo? Erradíssimo. Conforme vai desbloqueando a cidade para explorar e fazendo amizade com os personagens, você também realiza missões e ainda cria inimizades. Várias vezes eu estava correndo e veio um ladrão em minha direção buscando confusão. Até mesmo pessoas que já derrotei, só de te avistarem de novo saem correndo em sua direção para ter a sua vingança. Não estranhe estar passeando, olhar para trás e ver um monstro ou algum bandido correndo com todas suas forças atrás de ti.

Imagem de One Punch Man: A Hero Nobody Knows
Conforme explora a cidade, encontrará rostos conhecidos.

Já que falei da cidade, ela é outro charme de A Hero Nobody Knows. Enquanto progride, você desbloqueia mais áreas e, assim, mais opções de jogo. Quando adentra na segunda área que abrirá, você descobre que tem um apartamento onde pode trocar de roupa e decorar o local. Após os eventos, também descobrirá que há butiques nas quais pode comprar novas vestimentas, loja de móveis, entre outras coisas que não esperaria num jogo de luta.

O meta-game, apesar de não ser tão engraçado, é muito funcional em One Punch Man: A Hero Nobody Knows. Existem diferentes estilos de luta, cada um com técnicas e habilidades pertinentes ao seu modelo que são abertos conforme avança. Subindo de nível, também pode aumentar seus atributos como a sua Força e Vitalidade, por exemplo. Também há a pontuação de herói que alterará sua Classe, que vai de C ao S. Além disso, quanto mais pontos da cidade obtiver, mais confrontos serão liberados.

Quanto aos personagens do anime, eles estarão pela cidade, às vezes apenas passeando e outras te oferecendo side-quests. Um sistema de amizade te mostra o quão próximo é daquele herói e, óbvio, tornando-se mais amigo dele, mais missões ganhará e mais velozmente os parceiros chegarão para te ajudar nos apuros. Essa é uma ótima forma de conhecer o background de alguns dos personagens, que não são mostrados devidamente no desenho.

Imagem de One Punch Man: A Hero Nobody Knows
Em seu celular, você vê notícias sobre outros heróis.

Com um soco, ganha. Porém, com um também perde

Correndo por fora, a Bandai Namco acertou em cheio em não trazer para One Punch Man o mesmo problema que causa com Dragon Ball Z. Ou você vai me falar que não está cansado de todo jogo de DBZ contar a mesma história, com os mesmos personagens e tudo igual? Até mesmo Kakarot não foge muito disso, e tirando o foco de Saitama, eles acertaram diretamente no mesmo humor que a franquia traz por fora.

Porém o título não é livre de erros. Como game de luta, ele é puro arroz com feijão já conhecido pelos padrões que a publisher cria. Não espere novidades ou muita inovação no meio dos combates. Assim como cansei de ver em várias missões o mesmo inimigo, e mesmo que algumas vezes até mudem a cor da roupa ou do monstro, porém são sempre as mesmas técnicas e combates. Cheguei a enfrentar basicamente o mesmo inimigo 7x seguidas nas missões da Associação de Heróis. Podiam ter criado conteúdo menos repetitivo ou cansativo nesse aspecto.

Imagem de One Punch Man: A Hero Nobody Knows
Você encontra monstros assim várias vezes em sequência.

Outra coisa que me deixou pasmo é a falta de revisão que o game teve em questão das legendas. Não escondo que sou bem chato com a língua portuguesa, mas vi erros grosseiros de sentenças, de coesão e os básicos das nossas palavras mesmo. Enquanto me envolvia e curtia o jogo, essa parte me fazia pensar no quanto devem querer economizar na localização e acreditam que consumiremos dessa forma desleixada de qualquer modo.

Graficamente ele não é ousado, utilizando o mesmo 3D cel-shading que já conhecemos de Dragon Ball, Naruto e até mesmo My Hero Academia. Nesse caso, é até bom, pois dá para brincar bastante com a questão das vestimentas e expressões dos personagens. Vestir uma boia, uma cartola ou até mesmo o próprio uniforme do Saitama não parece tão bizarro dessa forma.

Imagem de One Punch Man: A Hero Nobody Knows
As luta são bem o arroz com feijão oferecido pela Bandai Namco.

Mais como alerta do que algo positivo ou negativo, os eventos in-game remetem à primeira temporada da animação. Então não espere ver personagens como o Garou na lista de lutadores disponíveis. Falando no hall de personagens, essa é uma questão bem delicada do título. Você só consegue desbloquear eles conforme avança na história. Por exemplo, se você comprar agora o jogo e quiser brincar com amigos e familiares, só haverão duas figuras para utilizar.

One Punch Man: A Hero Nobody Knows é um game que te ganhará pelo humor, e por ser tão absurdo, acaba dando uma boa graça num gênero que está sobrecarregado. A exploração, personalização e a participação dos personagens do anime são ótimas, dignas da franquia e trazendo o que há de melhor nela. As primeiras horas de game me trouxeram muitas risadas e mostraram o quanto ele é promissor.

Imagem de One Punch Man: A Hero Nobody Knows
Os fãs se sentirão em casa.

Mas conforme avança e enxerga os diversos erros que existem, seja na forma de habilitar os lutadores disponíveis, seja os de português ou até mesmo de não trazer nada de interessante no próprio combate, muita gente torcerá o nariz enquanto estiver com ele em mãos. Ao menos não é um jogo tão longo, podendo ser completado em menos de 10 horas caso esteja com pressa para desbloquear todos os personagens e sem se importar muito com as missões.

Quem vai aproveitar bastante são os fãs, que ali terão uma ótima oportunidade de se aprofundar ainda mais nas camadas que o game oferece de todo esse universo. Com referências e alguns diálogos, traz uma experiência ainda mais completa de um dos animes e mangás que mais foi reconhecido nessa última década. Caso não seja fã e deseja apenas um ótimo game de luta, só voltar para Dragon Ball FighterZ ou Naruto Shippuden Ultimate Ninja Storm 4.

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