Review – Ninja Gaiden 2 Black

Depois de quase duas décadas do lançamento original, Ninja Gaiden 2 Black chega com a promessa de revitalizar um clássico do gênero hack’n slash que fez parte de uma geração marcada por jogos desse gênero, fazendo parte da trajetória de muitos jogadores e influenciando toda a indústria de games.

Com gráficos atualizados e ajustes em sua jogabilidade, a Koei Tecmo lança em 2025 esse remake para celebrar o legado do título original ao mesmo tempo em que cria uma boa porta de entrada e prepara uma nova leva de fãs para o futuro lançamento de Ninja Gaiden 4.

Reconstruído na Unreal Engine 5, o jogo apresenta melhorias visuais muito bem trabalhadas, como modelos de personagens mais detalhados, iluminação e efeitos de partículas aprimorados (leia-se sangue) e texturas de alta resolução que fazem parte de ambientes mais ricos em detalhes. Ainda assim, a atualização para a nova geração não conseguiu eliminar totalmente uma estética datada e ambientes que poderiam ter sido ampliados ou melhor explorados. Comparado aos remakes de 2024, como Front Mission, Atelier Marie e Persona 3, talvez esse seja o menos interessante na questão de alterações além das evoluções gráficas.

Meu jeito ninja de ser

Para quem está chegando agora, a história de Ninja Gaiden 2 Black mantém a essência do original de 2008, colocando o jogador no papel de Ryu Hayabusa, ninja do clã Hayabusa e guardião da Espada do Dragão. Durante os quase quinze capítulos do jogo, você precisará enfrentar o clã Black Spider para tentar impedir que recuperem um artefato capaz de reviver o Arquidemônio Dagra Dai.

Mesmo que seja uma história bem clichê, ao melhor estilo X Clamp, o embate entre os Dragões e os Demônios surge apenas como pano de fundo para o derramamento de sangue desenfreado e ação frenética. Com cenas refeitas e diálogos retrabalhados, que contribuem para uma imersão maior, a narrativa se mantém a mesma e acaba sendo um ponto nostálgico para os fãs, porém os novatos podem se decepcionar pelo fator genérico sobre vingança ninja.

A dificuldade é bela

E por ser um jogo bastante violento, a versão de 2025 introduz elementos que buscam agradar diferentes públicos, como a opção de censura, permitindo aos jogadores desativar o gore excessivo. Outro ponto com foco na melhoria de vida foi a inclusão de um modo mais acessível, com o Hero Play Style e que ativa automaticamente a defesa e esquiva quando sua vida estiver baixa, afinal esse é um título famoso por ser extremamente punitivo.

Falando em dificuldade, Ninja Gaiden 2 Black pode fazer você morrer num piscar de olhos, entre uma defesa e contra-ataque. No entanto, a Koei Tecmo retrabalhou a jogabilidade, aprimorando com diversas melhorias para que o combate seja ainda mais intenso. A nova IA dos inimigos permite que os oponentes sejam mais agressivos e se adaptem ao estilo de jogo que você desenvolve, exigindo que o jogador explore o sistema de combo e aproveite as transições mais fluidas entre as combinações devastadoras.

Outra adição muito interessante ao jogo é a de desmembramento, que está ligada diretamente ao estilo de golpe e combo realizado, permitindo finalizar os inimigos. Sem contar que essas possibilidades aumentam com a adição de novo personagens jogáveis, como Ayane, Momiji e Rachel, com suas próprias armas e golpes, porém em nada muda na campanha principal com a escolha desses personagens. Novos modos de jogo e conteúdo extra, como galeria de artes e trilha sonora, foram adicionados, porém o multiplayer que existia não está presente.

Um ponto crítico que vale ser comentando, na minha opinião, é a presença da câmera automática. Assim como no original, mesmo com os esforços em melhorar a maneira como ela acompanha o desenrolar da ação, ainda continua sendo um desafio extra quando estamos em locais mais fechados ou contra múltiplos inimigos. Com certeza um dos maiores inimigos, além dos ninjas da Black Spider, será desviar de ataques que você não viu ou esqueceu de usar R1 para centralizar e reorganizar o que está acontecendo em tela.

Ninja Gaiden 2 Black é sinônimo de nostalgia e diversão. Claro que você vai passar muitos momentos de raiva por conta da dificuldade, mas a ação cinematográfica e a fluidez desse remake compensam cada esforço investido. Mantendo-se fiel ao original, talvez até além do que deveria, a melhor escolha da Koei Tecmo está em preservar a essência brutal, agora embrulhada em gráficos modernos e performance estável.

Para os fãs da série, esta é a chance perfeita para revisitar Ryu Hayabusa, servindo como uma cápsula no tempo para os novos jogadores entenderem as origens dos jogos de ação e como eles evoluíram. O que fica é a esperança de que o recém anunciado Ninja Gaiden 4 aprenda com os acertos e erros deste remake, entregando um jogo incrível.