Skip to main content

Surpreendendo os fãs, Metroid Prime Remastered foi apresentado durante o último Nintendo Direct e lançado no mesmo dia. Remasterizado pela Retro Studios, o jogo chega à geração atual após mais de 20 anos e preenchendo um vazio esperado por muitos entusiastas da franquia, ávidos pelo anúncio do quarto jogo da série Prime.

Com evolução gráfica e melhorias no gameplay, esta nova versão parece muito mais um remake do que apenas uma versão recauchutada, como o mercado vem se acostumando em receber dos jogos antigos portados para a nova geração. Depois de Metroid Dread, voltamos à aventura em primeira pessoa e atualizada da heroína Samus Aran no Switch.

Boas histórias envelhecem bem

Com os eventos acontecendo entre o primeiro Metroid e Metroid II: Return of Samus, Metroid Prime Remastered é o primeiro jogo de uma trilogia laçada originalmente para GameCube em 2002 e conta com uma história paralela à cronologia principal.

Metroid Prime Remastered
Nossa heroína pronta para ação e prestes a perder todos os seus power-ups!

Acompanhamos a caçadora de recompensas e ex-soldado da Federação Galáctica inicialmente atendendo um pedido de socorro na órbita de Tallon IV e, após a destruição da nave por conta da sua batalha contra a Rainha Parasita, perseguimos o que parece ser Ridley, seu arquinimigo numa versão cibernética e diferente do que vimos em Metroid, conhecida como Meta Ridley.

Ao perseguirmos nosso eterno nêmesis chegamos ao planeta, com seus diversos biomas e características peculiares, além de conhecermos restos da civilização Chozo, diretamente ligada à infância de Samus, e a misteriosa substância radioativa Phazon, que acaba se revelando também mutante e senciente.

Nossa missão em Metroid Prime Remastered será enfrentar os Piratas Espaciais, além das demais ameaças de Tallon IV, para explorar o planeta em busca dos 12 artefatos Chozo que darão acesso ao local em que os piratas estão desenvolvendo novas iniciativas armamentistas que podem ameaçar todo o universo.

Metroid Prime Remastered
A civilização Chozo e seus 12 artefatos para proteger o universo do Phazon

Ao contrário dos demais jogos da franquia lançados até 2002, este era o título que mais surpreendia pela profundidade da história. Na época que foi lançado eu não tive a oportunidade de jogá-lo, mas com esta versão para Nintendo Switch eu fui surpreendido pelo mergulho no lore de Metroid e como muitas revelações são trazidas.

Depois de ter jogado os títulos que saíram para o NES, SNES e GBA, fiquei surpreso em perceber a preocupação em expandir este universo trabalhando sobre o passado de Samus, a civilização Chozo, o motivo do termo “Prime” e como isso tudo se encaixa de maneira paralela aos principais acontecimentos. Até o resgate de Ridley e a continuação dos planos dos Piratas Espaciais em relação aos Metroids surgem de maneira interessante e não gratuita.

Nova geração traz novas experiências

É indiscutível o quão grato é poder jogar um título da franquia Metroid e ainda mais um FPS no formato portátil sem congelamentos ou atrasos, porém o mais interessante foi como adequaram a proposta do jogo original para os controles atualizados e ao Joy-Cons.

Metroid Prime Remastered
Depois de 20 anos, não é spoiler saber da existência do Meta Ridley, né?

Se no início dos anos 2000 a preocupação era como seria o estilo plataforma em um título 3D da franquia, com visão em primeira pessoa, essa questão ficou no passado e muito bem explorada pela evolução nos controles e as opções disponíveis, da mais atual com dois analógicos (Dual Stick), a que utiliza os controles de movimento (Pointer), a opção híbrida entre movimentação e mira (Hybrid) e, para os mais nostálgicos, os controles originais (Classic).

O visual do jogo ganhou uma melhora significativa, principalmente nos efeitos de luminosidade, explorando o potencial do Nintendo Switch. Com uma leve sensação de que a tela ficou mais escura no modo portátil, na televisão o jogo ficou ainda mais bonito. A representação visual dos ambientes de Tallon IV com florestas tropicais e seus efeitos de chuva no visor de Samus, o vapor quente de Magmoor Caves, a poeira de Chozo Ruins e a neve de Phendrana Drifts complementam a experiência visual.

Todos os efeitos foram refeitos, deixando mais brilhantes e ofuscantes ao disparo dos tiros, seja de Poder, Plasma, Pulso ou Gelo. O impacto nos inimigos ficou muito menos datado e a reação dos seus ataques no ambiente pode ser percebida no cuidado dos desenvolvedores ao mostrarem o rosto de Samus refletido na superfície de seu visor de acordo com a luminosidade do ambiente, além de outros efeitos de reflexo e rebatimento do ataque.

Metroid Prime Remastered
O escaneamento também é uma forma de contar a história de Metroid Prime

Com a presença de um segundo analógico, a combinação de quatro armas e visores, além das armaduras como condicionantes para explorarmos áreas com ameaças no status como, por exemplo, Phanzon Mines e a radioatividade no local, as mecânicas de combate são ainda mais interessantes e amigáveis aos controles. Pular, esquivar (usando o mesmo botão de pulo ao ter a mira travada) e alterar seu visor ou ataque, para conseguir derrotar seu inimigo acaba sendo prazeroso.

Falando em visores, que justifica as escolhas para a construção da HUD e como ela deixa a tela livre de muitas informações visuais, temos as opções de jogar com viseiras para Combate, com foco na mira, Escaneamento, para leitura de informações no ambiente, Térmica e Raio-X. Assim como quatro opções de armas e viseiras, Samus contará também com melhorias para sua armadura para conseguir acessar a Impact Crater, destino final de Metroid Prime.

Com todas essas possibilidades de combate, não podemos deixar de lembrar da tradicional Morph Ball e a mudança do jogo para terceira pessoa, muitas vezes dando ênfase no quesito plataforma ou até mesmo proporcionando quebra-cabeças divertidos. Estes que por sinal não só complementam o fator exploração, mas compõem as batalhas de chefes, exigindo sempre raciocínio e rapidez ao invés de apenas disparar tiros sem antes pensar em como derrotá-lo. Tudo bem que o scan do seu visor pode dar uma ajudinha nisso!

Morph Ball e os divertidíssimos puzzles por Tallon IV

Detalhe importante ao percebermos que a versão atual oferece uma melhoria geral, não somente nos ambientes, mas também nos inimigos e objetos em tela. Fácil de serem reconhecidos em meio à paisagem e até mesmo com movimentação fluida, lembrou muito a evolução que vimos na versão remasterizada do primeiro Halo. Tudo ficou atualizado para a nova geração, com 60fps (inclusive no modo portátil) e trazendo um cuidado imenso na remodelagem de todos os elementos tridimensionais.

Uma verdadeira obra PRIME

É muito gratificante ter a oportunidade de jogar Metroid Prime Remastered duas décadas depois do seu lançamento original e ainda se maravilhar com o que temos em mãos. A trilha sonora, familiar para os mais entusiastas, ainda invade os ouvidos e preenche o ambiente nas horas de maior drama, assim como o trabalho da Retro Studio inundam os olhos com o melhor visual que a série já teve.

Para quem pode cogitar deixar passar esse jogo por ser “apenas mais do mesmo” ou “reciclagem de coisa velha”, temos também uma sessão de extra repleto de itens para coletar ao longo das mais de 15 horas de jogo. São mais de 180 itens para serem desbloqueados, organizados em três sessões no menu principal do jogo: artes do jogo, jukebox e modelos dos personagens. Com certeza você vai querer vasculhar todos os cantos e usar o visor de escaneamento, além de liberar todo o mapa de Tallon IV, para alcançarmos o sonhado 100% de Metroid.

Metroid Prime Remastered
Olha esse reflexo e o cuidado com a luminosidade dos ambientes!

2023 mal começou e já tenho um jogo para brigar pelo topo da lista de melhores do ano, pois não só entrega um excelente trabalho que, na minha opinião, vai além da remasterização e se iguala a muitos remakes atuais, como resgata uma trilogia que ainda se mantém viva pela esperança de em breve termos o quarto jogo.

Uma verdadeira obra prima (desculpem o trocadilho) e o resgate de um clássico que merece ser mantido vivo. Que venham os outros dois jogos dessa série com o mesmo empenho!

Star Trucker

Review – Star Trucker

Carlos AquinoCarlos Aquino12/09/2024
Caravan Sandwitch

Review – Caravan Sandwitch

Raphael GiannottiRaphael Giannotti12/09/2024
Imagem de fundo do jogo Elsie, mostrando a protagonista e um enorme robô inimigo.

Review – Elsie

Marco AntônioMarco Antônio10/09/2024