Skip to main content

Lançado inicialmente em acesso antecipado no Steam, Kaku: Ancient Seal chegou em sua versão completa no dia 11 de julho trazendo, segundo os desenvolvedores do estúdio chinês Bingbell, 30 horas de conteúdo neste que é um RPG de ação. O jogo tem uma disposição de fases bastante simples, uma história realmente simples, com destaque para os gráficos estilo Pixar e gameplay divertido.

Como disse, a história e a narrativa do jogo é bastante simples. O mundo de Kaku, o protagonista, está perto de uma catástrofe e o menino, junto de seu parceiro Porquin, precisam interromper a chegada desse evento que pode acabar com seu mundo. Como principal objetivo, o menino das cavernas precisa recuperar os espíritos dos elementos espalhados por quatro regiões diferentes, cada um correspondendo a um elemento.

Essa é a premissa geral da história. Existem diferentes diálogos com NPCs que encontramos pelo caminho. Cada região tem seus nativos e suas histórias nas quais você fará parte para desenrolar a trama daquele lugar. A história está lá, ela só não tem destaque. Eu diria até que parte dos diálogos são bobinhos. Definitivamente um ponto em que o jogo não se destaca.

Gameplay é o ponto alto de Kaku

Em contrapartida, o gameplay compensa a fragilidade da história e sua narrativa. Kaku é um menino rápido, ele consegue atravessar grandes distâncias com velocidade, algo importante, já que os mapas são grandes e não existe qualquer tipo de montaria, embora exista fast travel em pontos específicos dos mapas. Isso, claro, é limitado pela estamina que não demora muito pra se esvair e demora para encher.

O menino das cavernas executa saltos duplos, dash no ar, saltos bem longos ao correr, embora eu não goste desse movimento pela falta de precisão em momentos de plataforma. E falando nisso, Kaku: Ancient Seal é cheio de momentos de plataforma, especialmente dentro das ruínas com plataformas flutuantes. Falo deles mais abaixo.

Kaku: Ancient Seal

Eu falei antes do Porquin, seu parceiro. O pequeno porco rosa que voa também adiciona nas mecânicas de exploração. Com ele, é possível deixar o protagonista envolto em uma bolha para que ele percorra trechos de água, onde ele normalmente se afogaria e morreria. O animalzinho também consegue lançar o menino como foguete para alcançar pontos distantes. Disfarçá-lo para entrar em acampamento inimigo sem ser notado e criar um portão para voltar ao hub do jogo.

Combate dinâmico com habilidades diferentes

E dentro do gameplay, está o combate e o progresso do personagem. Essa é a melhor parte do jogo. É divertido descer a porrada nos inimigos, mesmo com as mecânicas bastante simples. Kaku tem os combos, que podem ser diversificados conforme evolui sua árvore de habilidades, ele defende e esquiva, fechando o pacote de mecânicas de combate. Além dos ataques melee, ele também conta com um estilingue com munições elementais variadas.

A variedade de combos no jogo é grande e divertida. Alguns desses combos são enormes, causando dano contínuo e destruindo grupos inteiros de inimigos. A árvore de habilidades do estilingue também permite executar diferentes disparos, deixando tudo muito dinâmico nos combates. Fechando as capacidades do garoto, ele ainda se transforma em um ser poderoso, graças a uma benção que ele recebe no começo do jogo, o deixando muito forte por um curto período de tempo.

Kaku: Ancient Seal

Em relação a dificuldade, as ruínas nas partes finais dos mapas e as batalhas contra chefes são os maiores desafios. Os inimigos comuns, que se repetem nos diferentes mapas, são simples, com alguns deles sendo especiais resistindo mais aos ataques. Outro desafio está no hub do jogo, onde você pode passar por várias ruínas, correspondendo aos quatro mapas, que recompensa o jogador com aumento de vida e de estamina, uma outra forma de upgrade do personagem.

É possível também aumentar a força do ataque, defesa, ataque do estilingue. Cada equipamento como arma, armadura, estilingue também podem ser melhorados com pedras rúnicas que garantem diferentes status. Ou seja, a parte RPG do jogo adiciona bastante para facilitar a jogatina aos que exploram. Boa parte dessas melhorias é possível ao coletar diferentes materiais pelos mapas, além de derrotar os inimigos. Então, nada de “rushar”.

Os visuais do jogo são outro ponto positivo. Kaku: Ancient Seal tem um estilo cartunesco parecido com a marca da Pixar, ou Kena: Bridge of Spirits (mas não no mesmo nível) entre os jogos. O jogo é muito bem animado, tanto na movimentação padrão, quanto nas cinemáticos, deixando Kaku e os outros personagens com bastante expressão. Em geral, os gráficos são bons, bons efeitos visuais, de água, texturas e outros elementos.

Kaku: Ancient Seal

Kaku: Ancient Seal é até otimizado, considerando que é feito com a Unreal Engine. O jogo sofre de alguns engasgos aqui e ali, algo comum desse motor gráfico. Além disso, não consegui rodar o jogo em 4K, mesmo com um PC bem mais capaz do que os requisitos de sistema recomendados, principalmente porque o jogo não conta com soluções de upscaling. Ou seja, nativamente, o jogo é estranhamente pesado em altas resoluções.

Kaku: Ancient Seal é divertido, garante algumas dezenas de horas para quem quiser fazer tudo o que o jogo oferece, tem estilo artístico que não é mais tão comum hoje em dia, não é tão exigente no PC em 1080p. Mas, em minha experiência, achei que o jogo começa a ficar repetitivo, já que a mesma mecânica se aplica em todos os mapas, com pequenas mudanças, além dos inimigos que só ganham cores diferentes. É aquele jogo bom para promoção, embora já seja barato no Steam.

75 %


Prós:

🔺 Estilo artístico e gráficos
🔺 Gameplay em geral
🔺 Diversidade de habilidades para os combates

Contras:

🔻 Precisa de mais otimização
🔻 Bugs como falta de áudio, menu não respondendo direito
🔻 Repetitivo depois de um tempo
🔻 História que não prende

Ficha Técnica:

Lançamento: 11/07/2024
Desenvolvedora: Bingobell
Distribuidora: Bingobell
Plataformas: PC, PS5, PS4, Xbox Series X|S, Xbox One
Testado no: PC