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O portão do inferno foi aberto na Terra. A humanidade está sendo atacada por demônios e, como escolhidos, é nossa responsabilidade protegê-la com nossa poderosa… metralhadora genérica. Hellgate VR é um prequel do game Hellgate: London, ambos desenvolvidos pela T3 Entertainment e distribuídos pela HanbitSoft Inc.

Aqui temos uma curta aventura mostrando o que seria o início do caos causado pelo surgimento do Hellgate, que é literalmente o portão do inferno.

O jogo começa bem. Você está em um local totalmente desprovido de luz, quando um demônio enorme chega bem perto e começa a falar que não vai largar do seu pé enquanto ele estiver ali. É bem assustador, mas isso é de longe a melhor coisa da história e dura apenas alguns segundos.

Os designs de Hellgate são maneiros.

Depois do susto, você é jogado para uma história genérica, simples e muito confusa, onde tudo que vamos fazer é proteger uma garotinha do ponto A ao ponto B, pois ela tem um objeto que pode ajudar a humanidade – garotinha essa que é imortal e não nos preocupa em momento algum. Fiquei me perguntando se ela realmente precisava da gente para essa missão.

A tortura começa

Essa grande aventura nos coloca em várias situações contra os demônios e assim a tortura realmente começa. Os gráficos do jogo deixam muito a desejar, mas isso poderia ser completamente ignorado caso o gameplay fosse bom, outro ponto que Hellgate VR peca muito. Eu acreditei que o jogo fosse me dar várias armas, talvez até algumas corpo-a-corpo. Afinal, era assim que funcionava o clássico Hellgate. Mas não, tudo que temos aqui é uma metralhadora futurista genérica e pronto, nada mais que isso.

Houve apenas dois momentos em que ganhei armas diferentes e os dois foram na mesma fase – e apenas por alguns segundos, pois logo em seguida voltei para a metralhadora genérica e não saí mais dela. Ter munição infinita não ajuda em nada e incomoda muito, na verdade. Por ser de apenas uma mão, sua mão esquerda fica inútil, sendo apenas usada para se locomover, já que todo o resto é feito com a mão direita.

Monstros grandes, porém feitos de papel.

Não me parece uma grande ameaça

Já não bastasse a arma do jogo ser absurdamente sem graça, nós também temos uma locomoção que dá vontade de chorar de raiva. Hellgate VR provavelmente foi feito pensando apenas em quem jogaria sentado, pois a locomoção é limitada a apenas uma direção, sem seguir sua visão como TODOS os jogos VR fazem.

Você se sente uma verdadeira estátua fazendo apenas curvas de 90º, é ridículo! Mas não tão ridículo quanto os tais demônios que enfrentamos aqui. O game não te dá opção de dificuldade, mas parece que te joga diretamente no mais fácil, pois com a mesma arma do começo ao fim você é capaz de derrotar desde zumbis até demônios tão grandes que nem sequer os enxergamos por completo!

Nenhum inimigo demora para morrer, a não ser os chefes, que têm as lutas mais anti-climáticas que eu já vi, sendo muito mais demoradas do que difíceis. Com apenas a mesma arma em mãos, chega a ser entediante enfrentar um demônio que até tem um design legal, mas no combate acaba se tornando muito sem graça.

Imagem do jogo Hellgate VR
Os chefes de Hellgate VR são desanimadores…

Um jogo ruim de um jogo mais ou menos

Enquanto eu estava jogando Hellgate VR, por mais que a campanha tenha durado apenas duas horas, senti que zerei The Last of Us – Part II muito mais rápido do que ele. Depois de terminá-lo liberei um modo infinito, em que ficamos em cima de uma torre atirando com a mesma arma em ondas infindáveis de inimigos. O objetivo é impedir que eles entrem na sua base e até uma coisa simples dessa eles conseguem fazer mal feito.

Hellgate VR parecia ter muito potencial para ser uma boa aventura de fantasia, mas eles jogaram tudo isso no lixo em troca de um jogo genérico, sem graça e completamente travado em todos os aspectos. Não vale nem de longe o preço que pedem.

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