Com Dynasty Warriors: Origins, a Omega Force e Koei Tecmo marcam o retorno da franquia prometendo utilizar todo o potencial da nova geração para proporcionarem uma experiência totalmente nova, alcançando níveis de grandiosidade que não vimos em nenhum jogo anterior do gênero musou.
Aqui tudo parece ser superior, com uma qualidade visual melhor, mais inimigos, áreas maiores, combates mais frenéticos, muitas opções de armas e golpes, mais mecânicas para o gameplay, e com uma história mais interessante. Os esforços existem e são perceptíveis desde o começo do jogo, entregando um excelente título musou que promete agradar tanto fãs antigos quanto os curiosos de plantão que decidirem embarcar numa viagem pela China Antiga.

Renovação na história dos Três Reinos
Começando pouco antes da rebelião dos Turbantes Amarelos, dessa vez acompanhamos a história desse período caótico da Dinastia Han pela perspectiva de Ziluan, um andarilho que sofre de amnésia e demonstra ser um artista marcial impecável. Com o avançar dos capítulos, por mais de 20 horas (se você não se perder pelas missões secundárias como aconteceu comigo), vamos descobrindo mais sobre o protagonista, sua ligação com os Guardiões da Paz e a origem de seus poderes, enquanto enfrentamos conflitos políticos.
A primeira mudança está na maneira como os desenvolvedores conseguiram trabalhar uma nova perspectiva de eventos familiares, mas com uma abordagem nova e com uma construção narrativa mais cadenciada através de uma trama mais acessível, principalmente para os ocidentais. Aos poucos vamos conhecendo os principais nomes dessa história como, por exemplo, os famosos Liu Bei, Cao Cao e Sun Jian, os companheiros Guan Yu e Zhang Fei, além dos trios ligados às forças de cada general. O jogo também adiciona Zhuhe, Yuanhua e uma figura misteriosa, com ligações à Ziluan, além de Zhang Jiao, o líder dos Turbantes Amarelos, e outros “duvidosos”, como Lu Bu, Dong Zhuo e Diaochan.

Todos esses nomes surgem, sempre acompanhados de suas cores para facilitar a assimilação, e vão fazendo parte dos capítulos, numa estrutura que depende das suas escolhas sobre apoiar as facções Shu, Wu ou Wei, seguindo desde o estilo mais clássico de narrativa para algo mais novo. Isso fará, a partir de um dos pontos importantes na história, que suas escolhas reverberem em finais diferentes. O peso na escolha aparece desde o começo, mesmo que sem mudanças críticas, por conta das opções nas respostas em diálogos durante a história. No entanto fica claro a importância dessa associação por conta das amizades e alianças ao longo do jogo.
Para acompanhar essa proposta nova, a Omega Force se esforçou demais para entregar um visual primoroso. E conseguiu! Dynasty Warriors: Origins está repleto de cenas belíssimas, seja pelo modelo dos personagens ou paisagens maravilhosas. Em sequências durante o jogo, os campos de batalha estão maiores e com mais detalhes, principalmente na questão de iluminação, deixando de ser sempre o mesmo estilo de localidade para mesclar biomas diferentes durante uma mesma missão.

É impressionante a quantidade massiva de soldados e o incremento na quantidade de inimigos mais fortes para você enfrentar pelo campo de batalha. Os líderes de cada força estarão acompanhados de seus generais, sem contar as missões de conflitos com chefões ou missões rápidas contra alguns oficiais ou bandidos. Diferente dos jogos anteriores, que todas as missões eram muito parecidas e com partidas longas, a Omega Force conseguiu balancear os encontros rápidos, que permitem o grinding para você melhorar seu nível e ganhar novas habilidades em cinco árvores de habilidades, com a complexidade dos principais combates, com diversas condições de vitória e derrota, vários personagens como companions e muita estratégia de guerra.
A guerra não é lugar para qualquer um
As novidades, principalmente para quem, assim como eu, está voltando para a franquia depois de muitos anos, são adições interessantes para quebrar a monotonia e repetição em eliminar hordas de inimigos, que facilmente chegam aos dois mil soldados derrotados. Além de contar com muitas armas, como espadas, lanças, manoplas e lâminas típicas chinesas, você pode utilizar seu cavalo, escolher um companheiro para auxiliar Ziluan, e usar táticas para comandar seus aliados na tentativa de tomar bases inimigas, conter o avanço das forças inimigas e causar até um “Dramatic Success” ou lançar uma “Large Force”, aumentando a moral do seu exército para se sair vitorioso até nas situações mais difíceis.

As condições especiais durante o combate para causar um ataque na moral dos inimigos são bem interessantes e a inclusão das forças misteriosas do Phantom Reign também acrescentam mais desafio. Afinal, elas exigirão que Ziluan utilize sua habilidade Eyes of the Sacred Bird (Olhos de Pássaro Sagrado), por ser um Guardião da Paz, para identificar o incenso fluindo pelos corações dos homens em guerra e destruindo a fonte de todo mal, para somente então conseguir derrotar os inimigos. Essa nova mecânica exige atenção para não se afastar do campo de batalha, deixando seus companheiros de guerra sem apoio e causando uma condição de derrota com a retirada de alguém.
Falando em estratégia, Dynasty Warriors: Origins se preocupou em manter as táticas simples ao mesmo tempo em que adicionou as Grand Tactics, em que ao serem ativadas causam uma mobilização massiva do exército conforme sua moral e a área de combate. Isso também pode influenciar nas ordens para destruir uma estrutura ou invadir um local. O mesmo acontece, de maneira mais calma, no mapa do mundo em que você precisa se deslocar entre as missões, podendo iniciar diversas missões secundárias e coletar itens para craftar acessórios, sendo mais um nível estratégico ao customizar seu personagem, com armas, arts, acessórios e habilidades.

Os controles estão fluidos e responsivos, mesmo em horas de desespero por não conseguir entender o que está acontecendo ou enxergar seu personagem pelo excesso de inimigos no mesmo local. As combinações de ataques fluem como um balé e as Arts executam golpes incríveis que, além de derrotar dezenas de inimigos, causam muito dano aos generais e principais inimigos. Os desenvolvedores retomaram o parry, que pode ser feito com sua defesa ou até mesmo com uma art, além da esquiva, com ambos podendo ser executados durante uma sequência de golpes, como vimos no longínquo Dynasty Warriors 3.
Para cadenciar as principais lutas durante as fases de guerra, os generais, líderes e chefões contam com uma barra de fortitude que precisa ser reduzida com o aumento da sua bravura ao executar um parry e defesa perfeita. Essa mecânica causa uma quebra no personagem adversário para incentivar o jogador a não esmagar os botões sem pensar, inclusive mantendo o ataque de assalto para você finalizar uma sequência ou inimigo caído. Com seu R3 e L3 você também consegue lançar um Musou Attack, numa espécie de ataque especial, com uma animação incrível e golpes devastadores.

Em Dynasty Warriors: Origins, o combate 1 contra 1.000 nunca foi tão divertido como nesse título. A profundidade estratégica, do combate contra os generais e chefes aos comandos para mobilizar seu exército, são um deleite para quem busca uma boa dose de desafio. Mesmo tendo sua base como hack and slash, os desenvolvedores adicionaram uma história interessante que trabalha a construção narrativa de maneira muito competente, assim como acompanha o visual para abrilhantar toda a jornada pela China Antiga e recriando brilhantemente os acontecimentos relacionados aos Três Reinos.
Prepare seus dedos, esquente os neurônios e escolha sua facção para defender seu líder preferido, descubrindo mais sobre Ziluan e os Guardiões da Paz, enquanto embarca no melhor musou já lançado até hoje, além de ser ser uma excelente porta de entrada para a franquia Dynasty Warriors.
Prós:
🔺 Excelente evolução no visual da franquia
🔺 Batalhas frenéticas e grande quantidade de inimigos
🔺 Nível de estratégia com os comandos táticos durante os combates
🔺 Quantidade de armas e possibilidades de customização de Ziluan
🔺 Exploração do mapa em busca de missões secundárias
🔺 Adições de missões com estilos diferentes para quebrar a repetição
🔺 Nível de customização para o protagonista
Contras:
🔻 A imensa quantidade de inimigos pode atrapalhar o entendimento dos combates
🔻 Mesmo com as novidades, pode ser um jogo repetitivo para quem não conhece o gênero musou
🔻 Dificuldade de algumas batalhas, principalmente contra chefões, pode ser desanimador
Ficha Técnica:
Lançamento: 17/01/25
Desenvolvedora: Omega Forces
Distribuidora: Koei Tecmo
Plataformas: PC, XBox Series, PS5
Testado no: PS5