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Caladrius é um jogo de navinha moderno, desenvolvido pela Moss, responsável pelos jogos da série Raiden desde o Raiden III (após o fechamento da Seibu Kaihatsu). É um jogo de rolagem vertical que pode ser considerado um bullet hell, e faz uso de boa parte das mecânicas consagradas dos jogos de navinha, ou shmup, como queiram. Esta versão lançada para PC é um port do Caladrius Blaze lançado somente no Japão para PS3.

A grande aposta deste jogo para tentar se destacar em meio aos demais jogos do gênero se chama “shame break”. O jogo é todo baseado em tretinhas de diversas mulheres tentando salvar o reino de uma magia proibida que foi liberada pelo alquimista Paracelso e blá-blá-blá. Tudo isso é uma desculpa esfarrapada para colocar mulherzinhas batendo boca e trocando tiros. Mas e o shame break? Trata-se de uma mecânica de jogo que faz a personagem inimiga ter suas roupas rasgadas quando o jogador supera uma etapa do chefe dentro de certo período de tempo, o que leva a inimiga a dar um gritinho mostrando suas roupas rasgadas tem tela cheia.

Caladrius Blaze é um jogo de navinha honesto

São três etapas por chefe, o que significa que são três níveis de esfarrapamento. Toda vez que o jogador obtém uma imagem nova de alguma ou algum inimigo esfarrapado, a imagem vai para a galeria e pode ser vista a qualquer momento. Ah, quando a nave do jogador é abatida, isso também conta como shame break da personagem controlada, e também rende imagens novas para a galeria. Ou seja, tanto o jogador que destrói os chefes em tempo recorde quanto o jogador que perde todas as vidas rápido vão liberando as imagens. Cá entre nós, o que importa em um jogo deste gênero está longe de ser liberar imagenzinhas de personagens de roupitchas rasgadas e, sinceramente, isso está longe de ser a qualidade principal de Caladrius Blaze.

Variedades que ampliam a diversão

O game conta com uma variedade enorme de opções, e tudo multiplicado por três, já que é possível jogar os modos em cada uma das diferentes versões. O modo história é o principal, que apresenta o ponto de vista de cada uma das oito personagens jogáveis dentro da trama, com direito a dublagem em japonês e caixas de diálogo em inglês, e belas ilustrações ajudando a contar a história. Bom, pra falar a verdade, a história é tão capenga que nem mesmo as belas ilustrações ajudam, mas jogos de navinha raramente primam pela história, não é mesmo?

Direto e reto: oito personagens disponíveis logo de cara

Seja como for, após finalizar o modo história, o jogo destrava o “Boss Rush”, que é o já clássico modo em que você vai enfrentando todos os chefes do jogo em sequência. Neste caso, não é possível usar continues: perdeu, já era. Além deles, existe ainda o modo “Score Attack”, que permite que você jogue qualquer estágio que já tenha completado no modo história, tentando explorá-lo ao máximo em busca de pontuação, o que abre portas para duelos entre amigos e competições em eventos.

Jogabilidade refinada e infinitas possibilidades

O filé de qualquer jogo que se preze é a jogabilidade, e garanto que neste quesito Caladrius Blaze está longe de ser uma colcha de retalhos. A jogabilidade é deliciosamente fluida e toda a mecânica do jogo baseia-se nos ataques elementais, que fazem uso dos três medidores que aparecem na parte de baixo da tela, representando o mana disponível para cada um dos dois ataques elementais e da defesa. Os três vão consumindo o mana conforme o uso, mas a defesa faz com que a recuperação se acelere. Há ainda bombas e ataques especiais, mas o centro da jogabilidade se encontra no balanceamento do consumo de mana ao longo das fases e durante as batalhas com os mestres, o que torna o jogo estratégico e instigante.

Caladrius-Blaze_s

Cada um dos oito personagens controláveis apresenta características diferentes em relação a cada um dos ataques, desde o tiro normal até o super ataque. Além disso, cada um deles tem sua própria nave, que por sua vez tem suas próprias características em relação a velocidade, poder de fogo, velocidade de recuperação de mana e potência dos ataques elementais. A ampla variedade de combinações já demandaria quarenta anos para se extrair todas as possibilidades oferecidas, mas ainda existe a possibilidade de jogar com um segundo jogador, além do modo “Synchro”. Este modo permite que você controle duas naves simultaneamente usando apenas um controle, sendo que a segunda nave espelha os comandos na horizontal e acompanha na vertical. É um bom modo para quem estiver sentindo dificuldades com o jogo, já que a segunda nave é invencível e praticamente duplica o poder de fogo, e quando as duas naves se aproximam uma aura surge e consome os tirinhos mais fracos, servindo de proteção e facilitando bem a jornada.

Aliás, para a minha surpresa, ao jogar o modo história com Synchro, ou seja, controlando um par de personagens, os diálogos também são outros. Ou seja, mais coisas para serem desfrutadas. Para quem estiver achando “infinitas possibilidades” um exagero, após o jogador terminar o modo história com pelo menos duas personagens diferentes, o game permite que os ataques e defesas elementais sejam customizados, o que agrega ainda mais flexibilidade e variações ao jogo, permitindo balancear o poder de fogo a gosto do freguês.

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Pra encerrar, uma aula de história

Caladrius ou Charadrius (a depender da fonte) é uma ave comumente descrita nos bestiários medievais. Seu maior talento era a capacidade de prever o destino de pessoas doentes. Caso o Caladrius visse o doente e virasse as costas para ele, era sinal de que o doente estava condenado. Caso contrário, a ave olharia diretamente para o rosto do doente, traria para si toda a enfermidade e voaria em direção ao sol, dissipando a doença pelos ares e curando o enfermo.

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