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O ontem é história, o amanhã é um mistério, mas o hoje é uma dádiva. Quando o assunto é jogo de LEGO, toda a sabedoria contida nessa sentença vai por água abaixo, porque não existe todo esse mistério do amanhã – um jogo de LEGO é um jogo de LEGO, e você sabe muito bem o que te espera.

É inegável que a franquia vem evoluindo lentamente ao longo dos seus mais de 20 anos de existência no universo dos videogames e quase 70 títulos lançados! Desde o sucesso de LEGO Star Wars em 2005, a TT Games nunca mais ousou alterar drasticamente a fórmula que desde então deu tanto certo. Com o passar dos anos, alguns elementos foram adicionados, como mundo aberto e mais interação com construções e montagens, o que aproximou mais a sensação de jogar LEGO do ato de estar brincando com LEGO de verdade.

Mas de uma forma ou outra, essa é uma franquia mais do que manjada e cá estamos nós, com seu mais novo título adaptado da sua última animação lançada até então, The LEGO Movie 2 (no Brasil, Uma Aventura LEGO 2).

Tudo é incrível!

The LEGO Movie 2 Videogame segue totalmente o enredo da animação. Claro que com conteúdo adicional, para o jogo ter o comprimento convencional de um jogo, então caso você seja sensível aos mínimos spoilers e ainda não tenha assistido o longa – que ainda está nos cinemas na data em que este review está sendo postado – recomendo que pule para o terceiro parágrafo desta seção.

Esta nova aventura dá continuidade à história do Mestre Construtor Emmet e seus amigos. Imediatamente após os eventos finais do primeiro filme, alienígenas invadem o mundo de Emmet e devastam tudo, trazendo um apocalipse que obrigou todos a viverem em um deserto distópico – uma simpática paródia de Mad Max. Após ver seus amigos serem sequestrados por uma figura misteriosa, Emmet se vê obrigado a partir em uma aventura intergaláctica para salvar a todos.

Apocalisópolis está idêntica à do filme!

Como era de se esperar, este título também é sandbox e possui mapas abertos igual a todos os últimos jogos da franquia. Um dos diferenciais deste é que as mecânicas dele são muito mais puxadas para LEGO Worlds, o LEGO que chegou para concorrer com Minecraft, na época. Nele, você explorava diversos planetas (gerados aleatoriamente) com vários ecossistemas diferentes, descobria novos elementos de cenário para construir, coletava peças especiais e montava o seu próprio mundo.

Aqui a coisa não é muito diferente. Além de termos toda essa história voltada para o enredo do filme, que o segue quase que fielmente em uma adaptação muito justa, você visitará planetas inspirados nos ambientes das duas animações e outros inéditos voltados para você mesmo povoar e criar seu mundo. A única diferença é que os mundos não são gerados aleatoriamente, mas todo o resto aparece aqui.

Com o binóculo de Emmet, você pode descobrir novos elementos ao seu redor para personalizar suas construções e, novamente, o que irá te servir de passagem para novos mundos serão blocos especiais, que você adquire explorando o mapa ao seu redor e realizando missões secundárias. É aquela velha história, o jogo é novo e bem adaptado da animação, mas o conteúdo é sempre o mesmo.

São essas peças roxas que você precisa encontrar para liberar novos mundos.

Um turista espacial

Apesar de contarmos com vários planetas para visitar, todos seguem uma receita de bolo. Você terá as missões da história e várias outras secundárias espalhadas no mapa. As secundárias são bem bobinhas e podem ser resolvidas em questão de um ou dois minutos – elas estão lá apenas para presentear o jogador com blocos especiais e diversificar um pouco o gameplay, além de incentivar a exploração, é claro.

O restante do mapa é ocupado por blocos “escondidos” e inimigos, que são os aliens que causaram o apocalipse. A variedade de inimigos é mínima e o combate nem um pouco desafiador, mas isso não chega a ser um defeito, considerando que é um jogo feito para crianças. O mais legal dos inimigos são os sons emitidos por eles, nos lembrando o tempo inteiro que, assim como no filme, aquilo não passa de uma brincadeira de criança.

Um portal para outra dimensão. Para onde será que te leva?

As lutas contra os chefes são um dos pontos mais fortes do jogo. Não são muitas, mas são criativas e exigem que o jogador se esforce um pouco mais, usando diversas habilidades diferentes para vencer o chefe. Fugindo um pouco do roteiro do filme, Lucy também é jogável neste título, permitindo o tradicional coop da franquia. Como era de se esperar, o jogo está dublado em português com todas as vozes originais da animação, então nem preciso dizer que a dublagem é ótima. Uma pena que a maioria dos NPCs apenas grunhem e não possuem voz, limitando a dublagem apenas aos personagens importantes para a trama.

É claro que não seria um jogo de LEGO sem poder alternar entre dezenas de skins diferentes, então Emmet e Lucy não são os únicos personagens jogáveis aqui. O modo de se obter novos personagens que é curioso, pois acrescentaram umas loot boxes “do bem” ao jogo. Explorando, você encontrará diversas relíquias de valores diferentes e, quando levadas a qualquer loja, elas podem ser abertas e te recompensarão com itens sortidos. Cada relíquia te dá um tipo de item, mas as mais valiosas sempre te darão um personagem, uma arma e uma estrutura – estes que podem vir repetidos, então é realmente uma loot box.

Adorei!

A diferença é que você não paga para obter novas relíquias, só é possível ganhar mais jogando e jogando. Agora pode estar se perguntando o porquê esse método é curioso sendo que é tão comum nos jogos atuais, mas sinceramente não vi necessidade de terem deixado todos os desbloqueáveis desse jogo aleatórios. Nos títulos nem tão antigos assim, você usava o próprio dinheiro do game para comprar tudo e ia desbloqueando as coisas na ordem de sua preferência, sem depender de sorte ou obtenção de outros itens. Ao meu ver, isso é só uma maneira apelativa de manter o jogador preso ao jogo.

O game ainda possui uns defeitinhos que incomodam um pouco, como a tela de introdução e o tempo de loading. Sempre que você inicia o jogo, uma introduçãozinha muito bonitinha e bem produzida apresenta os logos da desenvolvedora e publisher, e então entra o menu principal. Na primeira vez é até legal, mas isso dura cerca de um minuto inteiro e não dá pra pular – você sempre terá que assistir aquilo quando iniciar o jogo novamente, o que não é nada prático e uma hora vai te irritar.

Os planetas são bem diferentes e muito bonitos!

Os loadings também são um problema, pois sempre que você entra no jogo ou muda de planeta, leva mais de um minuto para carregar, às vezes até dois! É realmente muito demorado e como nesse jogo se troca de planeta com frequência, é muito tempo perdido. Ao menos ele não carrega mais após entrar no mundo em questão, acontecendo somente na transição entre planetas.

Uma Aventura LEGO 2 não é um dos piores jogos da franquia LEGO, mas também faltou muito para ser um dos melhores. Ele tem bastante conteúdo, entretém, diverte e é uma boa pedida para jogar um co-op descontraído, mas acaba não tendo tanto charme quanto outros títulos e parece mais uma espécie de mod de LEGO Worlds com temática da nova animação do que um jogo próprio. Mas é aquilo: LEGO é LEGO!

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