The Elder Scrolls Online, feito pela Zenimax Online Studios, já tem uma história longa. Foi lançado em 2014, e inicialmente não agradou os jogadores. O jogo inicialmente apresentava muitos bugs, não tinha recursos básicos para MMOs, como leilões e matchmaking de atividades, junto de dungeons que não eram muito interessantes em design e mecânicas. Os ventos começaram a mudar com a versão Tamriel Unlimited, que consertava alguns dos problemas que incomodavam os jogadores. Com a atualização começava a se formar a comunidade do jogo que apresenta neste ano mais de 18 milhões de jogadores. Blackwood marca o início de mais uma campanha que percorre todo o ano, chamado de Gates of Oblivion.
Antes de entrar em Blackwood, é preciso primeiro explicar um pouco do jogo, já que ele se difere um pouco dos MMOs que fazem sucesso. ESO tenta muito replicar a atmosfera dos jogos single player da franquia. Coisas como a quantia de Quest e suas densidades, foco na exploração, guildas que abrem novas habilidades (guilda dos magos, guerreiros entre outras), e também a possibilidade de adquirir certas transformações como vampiro e lobisomem.
A ascensão de Dagon se aproxima
Como dito acima, Blackwood é só o começo do que está por vir, e cumpre muito bem o papel de estabelecer não só a ameaça, como seus aliados. A história começa com o assassinato de vários de conselheiros importantes da região, que tinham informações sobre um possível artefato de poder que poderia concluir o plano de Mahrune Dagon de juntar seu reino, Oblivion, com Tamriel. Agora os jogadores precisam descobrir quem está por trás dos assassinatos, e encontrar o artefato antes que seja tarde demais. O ritmo da história é excelente em relação a outros jogos do gênero. Ela vai direto ao ponto, sem aquelas missões simples de “mate 10 inimigos” somente para aumentar o tempo de jogo, fazendo com que a história principal seja concluída em aproximadamente 7 horas.
Entre seus aliados, vale ressaltar a sua Evely, uma Wood Elf que sonha ser uma grande heroína ,como nos livros em que ela passou toda sua vida lendo. Ela será sua principal companheira, já que trabalhava para um dos conselheiros assassinado. Ela tem um arco narrativo durante essa jornada, além de estabelecer um mistério que será muito importante nos próximos capítulos dessa saga. Quero falar de outro personagem que não é muito presente, mas suas aparições são extremamente divertidas: Elam Drals.
Trata-se de um membro da Guilda dos assassinos que, em um primeiro momento, é o seu principal suspeito. Desde de seu primeiro encontro ele deixa bem claro que não está envolvido, mas ele constantemente tem um tom de deboche, onde cabe ressaltar um ótimo trabalho de dublagem que torna os diálogos mais simples em momentos divertidos. Por último temos Lyranth, uma Dremora que no momento ainda não teve muita importância, mas é alguém do qual seu objetivo é um mistério, e com certeza terá ligações com acontecimentos futuros.
Um novo mundo de aventuras
Ao terminar a história ainda existe uma gama gigante de conteúdo para ser feito. Como um dos grandes focos do jogo é a exploração, é preciso criar mapas que façam com o que o jogador queira passear por este mundo – e é algo que ele faz muito bem. Entre grandes florestas, montanhas e áreas praianas, a variedade é extensa. Blackwood pode não ser vistoso como florestas mágicas, por exemplo, mas é tão denso quanto. Aqui temos de um lado do mapa planícies cercando suas duas principais cidades Leyawiin e Gideon, enquanto o outro lado é cercado por pântanos, onde podemos encontrar criaturas novas como sapos gigantes, trolls do rio e cultistas da Order of Waking Flame junto de seus demônios.
Entre os conteúdos disponíveis para serem feitos, temos inúmeras missões secundárias que variam entre coisas mais simples, como missões secundárias de entregar um item para outro personagem, até coisas mais complexas, como ajudar uma personagem a encontrar o espírito do seu esposo. Com certeza algumas delas vão te surpreender, sendo até melhores que a da história principal.
Caso mais história não seja o que te atraia, existe muito a ser feito. Primeiro pela exploração podemos encontrar outros tipos de conteúdos, como dungeons, pontos de interesses que aumentam seus atributos e, por último, conteúdos públicos. Esses tipo de conteúdo foram criados para que vários jogadores cooperem juntos, mas que não existe a necessidade de estarem no mesmo grupo. Entre esses conteúdos temos algo que já é padrão no jogo, como dungeons públicas chamada de “Delves”, que, em Blackwood, trazem cenários que variam de cavernas sitiadas por necromantes ou ruínas antigas contendo vários tipos de inimigos, sejam eles argonianos extremamente agressivos ou criaturas que por muito tempo ficaram adormecidas, mas que agora guardam o local. Também existem os World Boss, criaturas extremamente poderosas que irão recompensar os jogadores com uma peça de armadura exclusiva. Por último, mas não menos importante, temos o destaque do novo capítulo: os portais para Deadlands.
Os portais são instâncias que surgem aleatoriamente em algum ponto do mapa. O objetivo do jogador é adentrar nesse local, destruir todas as criaturas presentes, que variam entre inimigos mais simples, dragões de fogo e um chefe que pode variar entre cultistas ou uma criatura gigante de fogo. Ao fazer isso, o monumento que mantinha o portal aberto é destruído, concluindo a atividade. Todos esses conteúdos são divertidos e simples de serem feitos, já que não é necessária uma criação de grupo ou passar por um matchmaking, mas infelizmente para o endgame do jogo se torna completamente repetitivo e tedioso, já que as alterações dos conteúdos não são grandes, e é preciso fazer repetidas vezes para conseguir fechar um grupo de armadura, tendo acesso a todos os seus atributos bônus.
Um endgame exaustivo
A estrutura de endgame de ESO consiste em primeiro atingir o level 50 – que é o máximo –, então é desbloqueado o sistema de campeão. O sistema consiste em várias árvores de atributos (similar com a de skyrim onde são constelações), e o jogador precisa ganhar mais XP para então colocar pontos no sistema. O principal problema é que ele é totalmente sustentado no grinding. Os primeiros níveis do sistema fluem até de forma tranquila, o problema é que nesse sistema são 3600. Além de tudo, os atributos levam muito tempo para impactar na jogabilidade do jogador, muitos deles são bem simples como “aumente o dano de fogo em 1%” e alguns específicos que dão passivas novas.
Além desse problema, a única coisa nova que se tem para fazer ao chegar no sistema de campeões são as Trials – que, no caso, seriam as Raids para outros MMOs –, aqui feitas para 12 jogadores. A trial adicional em Blackwood, chamada de Rockgrove, se trata de três chefes super interessantes. Foi o único momento em que eu precisei utilizar todos os sistemas de combate de ESO, e, mesmo assim, vencemos por muito pouco. Só que para chegar até ela, é preciso fazer inúmeras dungeons, portais do oblivion, world boss, ou então procurar na internet um guia para upar, que muitas vezes consiste em juntar vários buff de bônus de XP e enfrentar hordas de inimigos por horas.
Companions para te dar aquela forcinha
Depois de falar sobre o endgame, é hora de voltar para o casual para falar da principal adição do capítulo. Os “Companions”, ou companheiros, são um ponto chave da franquia de Elder Scrolls, te dando suporte, ou bugando pela jornada (principalmente em Skyrim). Eles foram adaptados para o MMO da seguinte forma: o jogador pode moldar o companion da forma que quiser (para dar dano, ser tank ou curandeiro), nos cinco slots de skills que ele apresenta. Só que a ordem que eles são colocados influenciam na prioridade da utilização. Caso o jogador esteja precisando de um pouco mais de cura, é só colocar ela em primeiro.
Eles foram criados para auxiliar jogadores que não se sentem confortáveis para fazer conteúdos para mais jogadores, sem acabar por completo com a interação entre jogadores, já que em conteúdos para quatro jogadores, é necessário no mínimo mais um jogador. Em nenhum momento eles irão dar quantidade absurdas de dano, ou te manter vivo para sempre, mas o pouco que eles fazem pode ser o diferencial para se concluir uma dungeon mais simples.
No momento temos dois companions que podemos conseguir concluindo suas missões. O primeiro, chamado Bastian, é um guerreiro que trabalhou por anos para uma família de nobres, já que, quando menor, perdeu toda sua família. A outra, chamada Mirri, é uma arqueira que busca salvar seu irmão sequestrado por um culto. As missões de companions são bem simples e um pouco genéricas comparada ao que temos no resto do capítulo. Algo estranho é que Bastian ganha mais espaço que Mirri, onde ele tem toda uma linha de missões para contar sua história e um pouco de seu passado, enquanto ela tem somente a missão para desbloqueá-la, é isso. Acredito que no futuro novas missões serão apresentadas, mas passa a impressão de que foi deixado incompleto.
The Elder Scrolls Online: Blackwood reforça os pontos positivos e negativos do MMO. Ele é uma ótima entrada para um público mais casual que só quer fazer alguns conteúdos, explorar o mapa e experienciar a história. Por outro lado, para jogadores que se dedicam mais para o endgame e se tornar forte com a build perfeita, ele vai te sugar uma quantia de tempo muito maior que outros jogos do gênero, além de apresentar uma repetição de conteúdos que podem ser feitos desde o primeiro level.