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O jogo Teenage Mutant Ninja Turtles: Splintered Fate, também conhecido como o “roguelike das Tartarugas Ninjas”, teve um longo trajeto até chegar ao Nintendo Switch. Lançado inicialmente nos dispositivos Apple Arcade em 2023, o novo capítulo dos quatro heróis ficou restrito na plataforma durante mais de um ano – aparecendo apenas agora para o console híbrido da Nintendo e depois surgindo nos demais e nos PCs.

Este afastamento fez muito daquele gás de lançamento se perder, mas não pense que isso tira qualquer brilho que Leonardo, Michelangelo, Raphael e Donatello carregam onde quer que eles estejam. Este título desenvolvido pela Super Evil MegaCorp é uma grande experiência e também funciona como uma bela homenagem à toda franquia – com diversos inimigos clássicos e personagens mais recentes para ajudar ou atrapalhá-los em sua missão.

As Teenage Mutant Ninja Turtles saem do esgoto

Mesmo que TMNT Shredder’s Revenge traga muito dos jogos clássicos e a própria coletânea “Cowabunga Collection” sirva para ressuscitar muito destes bons tempos de volta, acredito que Teenage Mutant Ninja Turtles: Splintered Fate é uma proposta que busca levar estes icônicos personagens para aventuras que saiam um pouco do cenário beat ‘em up – seja 2D ou 3D – e de crossovers com outras franquias.

Nela acompanhamos o desaparecimento do Mestre Splinter, levando os jovens irmãos a enfrentarem mais uma vez o Clã do Pé – com a disputa se tornando pessoal desta vez. No seu caminho, temos diversos adversários que vão desde os ninjas básicos, as máquinas de Baxter e outros mutantes até a presença de Leatherhead, Bebop, Karai, Rocksteady e outros vilões de grande porte.

“Cada um deles tem habilidades e estilos diferentes, ampliando ainda mais o gameplay”

Obviamente que cada um deles tem habilidades e estilos diferentes, ampliando ainda mais o gameplay. Tenho um mantra desde os títulos antigos de sempre selecionar o Donatello como meu “main” – afinal de contas, todos tinham um favorito certo? Para mim, poder acertar uma quantidade maior de oponentes e ter movimentos físicos a uma certa distância era um grande atrativo de sua arma.

Porém, Teenage Mutant Ninja Turtles: Splintered Fate conseguiu me convencer de que os demais também são excelentes lutadores. Michelangelo é ágil e tem facilidade maior de provocar danos múltiplos. Raphael tem um alcance muito curto, mas compensa na sua força e nas chances de provocar danos críticos. Já Leonardo mantém um equilíbrio muito bem-vindo, principalmente quando você não consegue se decidir no que quer focar durante as partidas.

Neste aspecto, eu amei a caracterização dos personagens e de todo o seu universo – do seu lar dentro dos esgotos, movimentos de batalha, personagens adicionais que aparecem para ajudar e até mesmo os seus diálogos. Esperava um projeto mais “simples”, mas me surpreendi bastante com todo o cuidado e zelo com estes ícones geek. Se você for um fã, acabará sorrindo em diversos momentos.

O ritmo é veloz e ação não pára

Os cenários de Teenage Mutant Ninja Turtles: Splintered Fate são divididos em temas: esgotos, docas, subúrbio e terraços. Seu objetivo é alcançar o Destruidor e entender o que houve com o Mestre Splinter. Porém, o caminho até lá não é nada simples e exige dos irmãos uma grande evolução durante o jogo.

Para isso, são oferecidos vários upgrades. Uns você adquire apenas nas fases, como melhorias e equipamentos adicionais. Outros poderá comprar, seja através da loja que fica em pontos estratégicos de cada cenário como no próprio esconderijo dos quelônios. Há moedas diferentes, como as do Dragão e do Sonhador, que permitem acrescentar diversos aspectos diferentes aos heróis.

“Em TMNT: Splintered Fate, você cometerá vários deslizes”

E é nisto que vive o primor da experiência em Teenage Mutant Ninja Turtles: Splintered Fate. A personalização e opções de upgrade são muito vastas – permitindo que cada jogador possa crescer no seu próprio ritmo. Quando você consegue enxergar como certas habilidades e escolhas favorecem seu personagem favorito e se tornam mais compatíveis com seu gameplay, a coisa fica ainda melhor.

Uma verdade você vai encarar: os inimigos não dão descanso e todos eles vêm simultaneamente para cima de você. Ou seja, além de você ter de acertar nas combinações, também terá de lidar com uma grande carga de oponentes em tela ao mesmo tempo. Neste aspecto, eu achei bem interessante por não exigir só que você tenha uma mente estratégica, mas que também saiba usar tudo isso com agilidade nos botões.

As únicas pausas são vistas na fase do vendedor, pois de resto são combates sem fim e que podem te levar ao chão quando cometer deslizes. E acredite, em Teenage Mutant Ninja Turtles: Splintered Fate, você cometerá vários deles. Começa não vendo um ataque vindo em sua direção e geralmente acaba com uma das Tartarugas Ninjas no chão por ser acertada por múltiplos movimentos – seja de inimigos comuns, mini chefes ou chefões.

Um por todos, todos por um

Sendo muito honesto, jogar o roguelike das TMNT sozinho foi bem divertido, mas ele foi feito para que você se divirta com a sua galera no multiplayer. Se forem quatro pessoas, seja localmente ou online, melhor ainda. Como parte das cutscenes contam com a presença de todas – mesmo que tenha escolhido apenas uma delas – aproxima mais todos da narrativa e traz uma diversão maior.

Dá pra jogar Teenage Mutant Ninja Turtles: Splintered Fate sozinho e curtir demais? Claro que sim, foi como passei uma grande parte do meu tempo explorando todos os detalhes para este review. No entanto, só indico que dê preferência para jogar com amigos – pois assim a experiência fica completa.

O potencial das Tartarugas Ninjas

O título é levíssimo e além de não ocupar muito espaço da memória do Nintendo Switch ou de seu cartão SD, ele também roda de forma bem lisa. Eu vi uma pequena queda de FPS em poucos momentos e todos eles tinham em comum uma quantidade massiva de personagens em tela.

Vamos ser sinceros, todos os jogos do Switch têm este mesmo problema – não podendo culpar o trabalho primoroso da Super Evil MegaCorp nisso. Acredito que até o lançamento deve chegar uma atualização em Teenage Mutant Ninja Turtles: Splintered Fate que também aprimore isto – o que seria muito bem-vindo.

Também devo acrescentar aos elogios a arte, que lembra bastante as HQs com elementos cheios de detalhes e a localização – que pode ajudar bastante quem estiver jogando com você e não souber muito do inglês. As vozes também fazem muito bem seu trabalho e te fazem ficar imerso no universo das Tartarugas Ninjas.

Uma parte bem legal de Teenage Mutant Ninja Turtles: Splintered Fate é que a história também não é contada de uma vez só, te levando a ter de completar mais vezes para compreender o que ocorreu com o Mestre Splinter e o envolvimento dos demais personagens que aparecem na história nisto. Eu acreditei que seria algo simples e fiquei muito feliz em ver que permitem que você continue jogando até chegar ao fundo dos mistérios.

Todo o título me lembrou bastante do que vi em Hades, mas levando em consideração tudo o que faz das Tartarugas Ninjas os grandes ícones que conhecemos e todo o seu universo sendo cuidadosamente adaptado para o formato. Neste momento em que não estou com um PC bom pra jogar Hades II em Acesso Antecipado, não só me surpreendi bastante como descobri meu novo vício neste ano de 2024.

Seja fãs de roguelikes ou dos heróis, Teenage Mutant Ninja Turtles: Splintered Fate é um game que recomendo a todos que estejam buscando algo diferente envolvendo a franquia ou dos jogos comuns do gênero. Seja pelas amplas possibilidades ou pela caracterização fiel, algo de bacana eu tenho certeza que encontrará na aventura.

99 %


Prós:

🔺 Extremamente divertido
🔺 As Tartarugas Ninjas combinam com o roguelike
🔺 Amplas opções de gameplay e de upgrades

Contras:

🔻 Queda de FPS com múltiplos NPCs em tela

Ficha Técnica:

Lançamento: 18/07/2024
Desenvolvedora: Super Evil MegaCorp
Distribuidora: Super Evil MegaCorp
Plataformas: Nintendo Switch