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Você se lembra da época que o Game Boy foi o seu melhor amigo? Com sua característica tela verde sem luz e as 10 cores disponíveis, além do som seco, mono e os 8 bits, enchiam os olhos da molecada e causaram um furor gigantesco no mercado de consoles portáteis da década de 1990. Os anos se passaram e em pleno início de 2020, nos vemos envoltos de diversos jogos com essa pegada. Seja ou não pela nostalgia que eles oferecem, a biblioteca gamer está repleta de boas opções, bem como é o jogo dessa análise: Squidlit.

Criação de um casal de americanos, Samantha e Alex, Squidlit nasceu quando ambos estavam elaborando músicas e efeitos sonoros em uma plataforma que emula sons do Game Boy (o LSDJ), quando então decidiram explorar também a criação de um gameplay. Após um tempo, eis que surge um indie bem charmoso e repleto de identidade que apresento a vocês neste texto.

Gostosinho de jogar

A aventura dos sprites nostálgicos tem início sob um enredo simples, com o nosso invertebrado polvo sendo convocado para uma missão: resgatar um Squidlit of Blipston, do God Emperor’s Castle, que nunca mais foi visto após uma expedição no castelo do vilão Skwit Skot.

Imagem do jogo Squidlit
Somente neste chefão há mudança de gameplay.

Squidlit é enviado sem nenhuma armadura ou poder, tendo apenas sua fisionomia molenga, um salto longo e uma tinta que sai do corpo como seus aliados. O gameplay comum exige o mínimo de esforço por parte do jogador, onde a batalha por espaço se dá em fases lineares de, no máximo (e coloca máximo nisso), 10 minutos cada. São apenas três e todas elas possuem um chefão. Ao longo do caminho, Squidlit esbarra em criaturas amigáveis que sempre lhe darão a maior força para prosseguir. É bem fofo e o clima amigável contagia. Há inclusive piadinhas por toda parte.

Para atrapalhar essa vibe boa, existem os adversários que ferem Squidlit sempre que encostam nele, o que tira meia vida, representada por três brownies que ficam na parte superior da tela. Ao morrer, bem ao estilo antigo, volta-se ao início da fase. Em contrapartida, Squidlit aniquila seus rivais atirando tinta neles, sempre com saltos por cima, pois esse tiro não sai em horizontal, apenas em vertical. É isso, simplesmente isso. A jogatina encontrada é simplória e feita para todos os públicos. Sem defeitos ou dores de cabeça, funciona perfeitamente para aquilo que se propõe.

Imagem do jogo Squidlit
Boa trilha sonora e um gráfico desses são sempre bem-vindos!

Melhor ainda de se ouvir

Por mais que Squidlit tenha míseros 30 ou 40 minutos de duração e mais se pareça com um projeto, ele é bem divertido. Como aliados desses primeiros pontos citados no último parágrafo, preciso falar sobre a música e o design de som. Já que o título só existe por conta de um projeto musical, nada mais justo do que esse aspecto ser de qualidade, não é? Graças ao empenho dos desenvolvedores, a trilha é muito criativa, bem como todos os outros sons. Minha sensação é de que tudo foi feito com extremo cuidado e carinho. É o famoso “fez muito com pouco”.

Comuns são os jogos, grandes ou pequenos, onde a parte musical peca e acaba colocando a experiência para baixo. Felizmente não é o caso aqui e ao jogar Squidlit, fui levado às tardes e às manhãs na escola, onde no intervalo me acabava de jogar Pokémon Yellow no meu Game Boy Color. O design é de primeira e de fato emula com perfeição a tecnologia da época! Saltos, tiros, confrontos e movimentos em geral, de fato parecem sair de um GB. Nostalgia presente em cada canto!

Um presente gráfico

Squidlit foi, primeiramente, lançado em 2018 para PC e foi muito bem aceito pela comunidade. Para o lançamento de Switch, pouquíssimas ou quase nenhuma mudança foi acrescentada, a não ser pelo fato da movimentação agora ser por meio dos controles. Houve também o acréscimo de uma borda lateral estilosa, substituindo as duas clássicas barras pretas. Por fim, há ainda a possibilidade de diminuir ou aumentar o contraste em tela. Adições legais. Elaborado com a tecnologia portátil em mente e adicionando essas perfumarias, a recriação é quase perfeita, a não ser por um detalhe.

Imagem do jogo Squidlit
Dentro das limitações gráficas, tem muita personalidade.

Jogar na televisão é uma experiência rápida demais, tendo o personagem atravessando os cenários de maneira extremamente doida e com certo lag na geração dos fatos, gerando inclusive um pouco de dor de cabeça. Não entendo, mentalmente falando, qual a funcionalidade que isso atinge, só sei que atrapalha o gameplay como um todo. Curioso é que ao tirar o Switch do dock, todo o jogo roda com perfeição! Tal observação, inclusive, pode ser encontrada nos comentários do trailer, onde usuários relatam o mesmo problema.

Fora esse aspecto, o design de level, a direção de arte e os gráficos são maravilhosos. Squidlit, sem sombra de dúvidas, seria fácil um jogo lançado no portátil, vide às limitações “obrigatórias” que o mesmo apresenta. Rodando na singela resolução de 160×144, a maneira como tudo foi desenhado é encantadora.

Os cenários, mesmo que poucos (floresta, cidade e castelo), são destaques, da mesma maneira que os personagens também o são. Para mim, todos eles parecem ter vindo de um livro de literatura infantil e esse universo facilmente caberia em um desenho animado. Pena que o raso tempo de jogo e a falta de mais detalhes causem rápido desinteresse, sendo inclusive um dos pontos negativos. Eu queria mais de Squidlit!

Imagem do jogo Squidlit
Vale muito a pena viajar nesse mundo… mesmo que por pouquíssimo tempo.

Custando US$1,99, cumpre o prometido

Em outro review, pontuei que para cada jogo que reviso, o primeiro item que levo em conta é o porte. Se for um AAA, a exigência será muito maior do que para um indie, pois além do orçamento ser infinitamente diferente, normalmente as equipes nesses casos são extremamente menores.

Sendo criado por apenas duas pessoas, Squidlit é um excelente produto que nada de braçadas naquilo que pode ofertar. Se é curto demais, esbanja carisma e cuidado em todos os outros aspectos. Quando fechei o jogo, que inclusive possui dois finais, desliguei meu Nintendo torcendo por uma continuação ou por uma versão maior. Ao pesquisar a respeito, fiquei contente em descobrir que está sendo produzido um Squidlit 2. Já estamos de olho!

Caso você tope jogar essa obra, peço apenas que leve em consideração o fato de custar singelos US$1,99. A metáfora final que faço é de um produto do nosso famoso R$1,99: você sabe o que esperar e às vezes se surpreende, como em outras vezes, não. No meu caso e como conselho, escrevo: pode ir tranquilo, amigo!

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