O vento bate em seus cabelos enquanto você afunda o pedal em um veículo que se assemelha a um Lotus Esprit, o sol pinta um azul brilhante como uma safira e o motor ronrona debaixo do capô. A sua frente vários oponentes de vários sexos, países, épocas e até mesmo fisiologia diferente esperam você para uma corrida, siga o Slipstream e mostre quem manda nas pistas!
Essa linda joia chamada Slipstream foi lapidada em terras tupiniquins, mais precisamente em Minas Gerais, por apenas um desenvolvedor. Emulando jogos como Out Run e Cruis’n USA e até mesmo pasmem Slip Stream de 1995 da CAPCOM! Slipstream traz toda a adrenalina de um arcade marcante dentro da sua casa. Hora de reviver o passado enquanto viaja por cenários marcantes e que transpiram anos 90.
Deslizando em alta velocidade
Na realidade slipstream, nada mais é que o famoso, “pegar vácuo”, uma técnica antiga onde o carro traseiro pode pegar a corrente de ar já modificada pelo atrito do carro a frente. Fazendo com que o carro traseiro use menos potência do motor para manter a mesma velocidade.

Porém em Slipstream a coisa muda de figura uma vez que o grande foco do gameplay do jogo está relacionado a derrapagens, o famoso drifting. Claro que o jogo possui grandes retas que podem trazer muito benefício ao se entrar no “vácuo” dando um boost imenso de velocidade. Mas pelo fato de ser em uma curva, pode ser bem desafiador e até uma armadilha.
Caso a velocidade e inércia acabem sendo demais para o jogador e ele acabe capotando o carro ao colidir com algo fora da pista ou se perdendo fora dela, há uma solução! Basta rebobinar o tempo oras, podendo voltar até cinco segundos no passado os jogadores podem reavaliar a situação e ver qual a melhor rota de ação a se tomar.
Porém você deve depender o mínimo possível desta ferramenta, uma vez que ela leva um longo tempo para recarregar e as vezes pode não aliviar tanto uma colisão iminente. Porém com o tempo você logo se acostuma com a direção e as satisfatórias curvas longas e em S, que esquecerá cada vez mais desta ferramenta, usando-a raramente.

Multi track drifting?
Slipstream segue a mentalidade e gameplay dos jogos citados anteriormente, trazendo seis modalidades de gameplay. No modo Grand tour dirigimos por cinco cenários costurados através de interseções, bem semelhante a Out Run quando se vence um estágio e devemos escolher o próximo, criando uma grande quantidade de rotas.
Cannonball seria um modo mais livre, podendo escolher o número de rivais e qualidade de transito. Grand Pix, um modo de campeonato com cinco corridas consecutivas e prêmios em dinheiro para melhorar seu carro, ou apenas corridas sem prêmio e carros não customizáveis.
Corrida Única, apenas uma corrida em qualquer uma das 20 pistas do jogo. Desafio de Tempo, uma corrida estilo rally, onde seu tempo irá determinar se você vence ou não. Battle Royale, um modo de corrida de resistência de eliminação e na minha opinião, o mais difícil de todos, não consegui vencer uma sequer.

Slipstream traz também cinco modelos de carros, semelhantes a veículos que marcaram a década de noventa. Veículos baseados em Corvetes, Supras e o famoso Ae86 da Toyota, imortalizado nas páginas de Initial D. Cada carro tem três atributos, velocidade máxima, aceleração e controle, ou seja há carro para todo tipo de jogador, mas é preciso estar atento até mesmo no carro com controle máximo para não sair da pista.
O mais veloz piloto
Em cada pista é possível encontrar rivais, rivais estes inspirados em personagens e celebridades do mundo real. Como Bob Ross o pintor, ou o Tofu Boy, uma homenagem a Takumi Fujiwara da série Initial D. Todos com interação de encontro, vitória, derrota e até mesmo sobre quando voltamos o tempo, geralmente chateados ou assustados.
As interações dos rivais são cômicas e divertidas, somadas ao gameplay então, nos deixam ainda mais ansiosos por derrota-los. Somando esses elementos a incrível dinâmica de cenários e belíssima pixel art na engine criada pelo próprio desenvolvedor, admito que Slipstream é de longe meu arcade racer favorito hoje em dia.

Porém tenho que admitir que para um jogo simples com apenas três comandos, acelerar, freiar e voltar no tempo, as vezes me senti frustrado. Em algumas salvas situações o botão de freio simplesmente não me obedecia e não conseguia lançar o carro em modo de derrapagem, o que me fazia ir de frente com a parte de fora da pista.
Há a opção de se diminuir a velocidade do jogo, mas eu jamais faria isso, uma vez que diminuiria a dinâmica me apresentada. Mas não conseguia ficar estressado, pois a excelente trilha sonora produzida por Effoharkay é tão marcante quanto seus antigos trabalhos como BRIDGE, 不错 ou(笑)A NICE PLACE (笑). Uma mistura de vaporwave com Jazz, que lembra muito Katsumi Horii.
Slipstream é o Brasil mais uma vez provando que arcade racers são a nossa praia e nada vai mudar isso, seguindo lado a lado com Horizon Chase. Uma experiência marcante e excelente em todos os aspectos, com uma mecânica simples e convidativa para todos aproveitarem.
Prós:
🔺Extremamente divertido
🔺Desafiador na medida certa
🔺Bela direção de arte e trilha sonora
🔺Alto valor de replay
🔺Recheado de referências
Contras:
🔻 As vezes o freio pode escapar
Ficha Técnica:
Lançamento: 21/05/2018
Desenvolvedora: ansdor
Distribuidora: ansdor
Plataformas: PC, PS5, PS4, Xbox Series, Xbox One, Switch
Testado no: PC