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Jogos de estratégias em tempo real (RTS) costumam ser complexos e bastante precisos em suas mecânicas, assim o jogador pode criar muitas habilidades e planejar muito bem seus movimentos durante as fases. Siegecraft Commander possui essa característica, mas com algumas particularidades que o tornam acessível para novos jogadores do gênero.

Siegecraft Commander une estratégia em tempo real (RTS), Tower Defense e as vezes modos por turnos; seguindo em direção contrária aos demais jogos destes gêneros, pois aqui o gerenciamento da sua base é simplificado, você precisa defender e expandir seu reino, além de derrotar as torres inimigas. Com vários modos de jogo, gráficos cartunescos e vastos cenários, se prepare para construir um grande reino.

Construindo pontes indestrutíveis

O objetivo principal deste jogo é simples: construa torres de defesas, use soldados e armamentos para derrotar os inimigos e suas torres espalhadas pelo mapa; essa premissa serve tanto para os dois modos campanha quanto para os multiplayers locais e on-line. No início, o ritmo parece deixar o jogador à vontade para construir, e que os inimigos virão em algumas hordas com o tempo. Porém, me enganei completamente.

Imagem do jogo Siegecraft Commander
Cada campanha conta com diferentes tipos de personagens, torres e armamentos.

Em Siegecraft Commander você começa com uma torre principal. A partir dela, é possível expandir a base criando outras torres, que podem ser Unidade de operações: onde ficam os soldados; Ballista: um dos poucos armamentos automáticos; Arsenal: que possui um leque de armamentos; Biblioteca: guarda magia para defesa e ataque; TNT: uma opção de ataque direto desta torre; por fim os Postos avançados: esses podem expandir seu reino replicando as mesmas opções da torre principal. Cada uma destas novas construções está ligada a torre principal por um muro, funcionando como camadas primárias, secundárias, terciária e assim por diante; se uma torre primária for destruída, as camadas filhas também serão eliminadas automaticamente.

As mecânicas de Siegecraft Commander são simples para aprender e os menus são bastante intuitivos, o que é interessante para novos jogadores, mas executar os comandos de forma estratégica e planejar bons movimentos pode ser complicado.

Algumas coisas começam a ficar confusas conforme a base vai crescendo, a começar pelas torres que são muito semelhantes entre si, muitas vezes deixando o jogador perdido sem saber qual a torre libera o escudo ou o dirigível; com uma grande base construída, você precisa ficar acessando torre por torre procurando opções de ataques, ou escudos.

Imagem do jogo Siegecraft Commander
Os efeitos deixam o visual muito bonito, mas confuso de acompanhar.

É importante manter o caminho livre para a construção dos postos avançados, já que eles são a única maneira de prosseguir até as áreas inimigas, mas em meio à confusão, você pode fechar a passagem se errar o posicionamento das construções, valendo observar que os muros não se cruzam e há torres que não se expandem. Assim, só resta você mesmo destruir algumas delas para liberar o caminho.

Liderando um reino caótico e indefeso

O problema fica pior quando, na tentativa de construir em uma área claramente disponível, o sistema de colisão do jogo não aceita e automaticamente destrói sua jogada, obrigando você a esperar a recarga do recurso para tentar novamente; some isso aos ataques dos inimigos e prepare-se para a frustração de ter boa parte da sua base eliminada.

O sistema de mira é fácil de controlar, embora seja muito sensível e torne quase impossível acertar um dirigível, ou pior, mesmo que o barril de TNT acerte visualmente o inimigo, pode não causar danos se ele estiver fora da área demarcada pela mira.

Imagem do jogo Siegecraft Commander
Tudo isso que o Sol toca é o nosso reino, você deve protegê-lo e expandi-lo.

A IA de Siegecraft Commander é interessante, sendo capaz de identificar pontos fracos das suas bases, fazendo você ficar atento em manter todos os locais protegidos. Por outro lado, novamente poderá te chatear. Imagine: você destrói o posto avançado inimigo; rapidamente a IA constrói uma nova torre e destrói a sua; você reconstrói e repete o processo algumas vezes até que seus soldados ou morteiros possam te ajudar, o que raramente acontece, já que eles estão ocupados com outros inimigos.

Imagine o caso acima no multiplayer local ou on-line. É como uma competição por apenas uma torre, onde ninguém avança por um bom tempo. É claro que você encontrará maneiras de avançar, porém é muito provável que isso custe boa parte das suas torres e, depois de vários minutos construindo-as, refazer tudo não é tão divertido.

Jogar Siegecraft Commander é uma questão de acostumar-se a bagunça, pois é o que realmente acontece no mapa ao longo da partida, uma verdadeira zona de torres interligadas, que junto de vários efeitos de escudos e magias torna difícil a interpretação do que está acontecendo no cenário, ainda mais no modo portátil do Switch.

Imagem do jogo Siegecraft Commander
De perto o combate fica mais atrativo, mas cuidado para não perder a atenção ao restante das torres.

O lado positivo é que a navegação do mapa é livre e bastante fluida, permitindo a visualização de todos os pontos, dar zoom e rotacionar; não há travamentos, nem mesmo quando há excessos de partículas ou soldados pelo mapa. O difícil é não ficar nervoso quando um soldadinho vai beirando por sua base e destrói uma torre primária, eliminando tudo que vinha a seguir.

Nem tudo é ruim em Siegecraft Commander. Os gráficos são bons, os cenários são coloridos, os efeitos do combate são muito bonitos e as campanhas são bem interessantes; ele oferece vários modos de jogo, o que soma um conteúdo razoável e pode sim arrancar alguns momentos prazerosos quando você finalmente derrota a base inimiga. Claro, depois que você se acostuma ou ignora a jogabilidade ruim.

Mesmo com essa confusão, Siegecraft Commander possui pontos positivos, que infelizmente se perdem por conta da jogabilidade desajustada, problemas nas colisões e até mesmo no visual; ter mais opções de defesas automáticas talvez ajudaria a equilibrar o progresso.