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Ninguém imaginaria que um dia o Switch se tornaria a melhor plataforma da Nintendo para quem é fã de Pikmin – mas cá estamos nós, a apenas um mês do lançamento da quarta entrada da franquia e com a trilogia completa disponível na plataforma! Pikmin 1+2 reúne os dois primeiros jogos da série para fazer companhia a Pikmin 3 Deluxe e agora ninguém mais tem desculpas para não jogar essas belezinhas.

Lançados originalmente para GameCube em 2001 e 2004, respectivamente, Pikmin sempre foi uma série única e repleta de autenticidade, sendo um dos maiores trabalhos da mente brilhante de Shigeru Miyamoto. As versões de Switch não chegam a ser um remaster impactante (como foi o caso de Metroid Prime), mas com certeza são bem-vindas para apresentar a franquia aos novatos e incentivar veteranos a se aventurar novamente nesse mundo repleto de criaturinhas simpáticas.

As desventuras de Olimar

Pikmin está longe de ser uma das franquias mais populares da Nintendo, mas sem dúvidas merece uma chance de todos. É um dos jogos mais criativos da empresa e mistura uma série de elementos diferentes com primor. No geral, podemos classificar todos os três títulos lançados até aqui (e até mesmo o quarto, que ainda está por vir) como um RTS de puzzles, mas é muito difícil conseguir explicar o que é Pikmin de fato.

Deu ruim pro cabeçudinho…

Antes de mais nada, vale ressaltar que os ports de Switch são adaptações das versões de Wii e não das originais de GameCube. Em 2009, ambos os jogos foram relançados na coleção “New Play Control!”, que adaptava títulos do GameCube para os controles de movimentos do Wii. Além da compatibilidade com o Wiimote, eles também recebiam suporte para televisores widescreen, então tudo que fizeram aqui foi pegar esses ports, remasterizar em 1080p e mudar uma coisinha ou outra na jogabilidade.

No primeiro jogo, acompanharemos as desventuras do azarado Capitão Olimar, um explorador espacial que acaba caindo em um planeta desconhecido. Com sua nave quebrada, ele é forçado a se aliar a criaturinhas engraçadas chamadas de Pikmin, que são nativas daquele território e, curiosamente, respondem aos seus comandos. A partir disso, nosso astronauta tem exatos 30 dias para encontrar uma forma de escapar daquele lugar; caso falhe, seus suprimentos acabam e daí é o fim da linha.

De astronauta para general!

Em cada dia do jogo, temos 15 minutos para desbravar um território da melhor forma possível, sempre em busca de itens importantes e qualquer coisa que colabore com seu progresso. Neste primeiro título, contávamos apenas com os Pikmin tradicionais (vermelho, azul e amarelo) e cada um é capaz de colaborar de uma forma diferente. Podemos dizer que os dias são fases e o jogo inteiro consiste em um longo puzzle, onde você controla seu exército de bichinhos através de controles básicos de RTS.

Ter a oportunidade de revisitar este título só me mostrou que ele envelheceu perfeitamente bem e, mesmo sem as melhorias e adições que vieram nos demais, ele ainda se sustenta com louvor! É uma aventura única e muito divertida.

Confusão em dobro

Pikmin 2 apenas incrementou a fórmula de sucesso do primeiro, adicionando mais elementos para deixar o jogo mais crocante e diversificado. A começar pela fórmula de exploração, dessa vez não temos mais a pressão dos 30 dias, então a única preocupação é garantir que todo mundo volte para a nave antes de escurecer. Para alguns pode ser um alívio, mas eu particularmente não me importei tanto com o limite de tempo, pois 30 dias são mais que o suficiente.

Tudo é melhor com amigos!

Pela primeira vez, também tivemos a oportunidade de controlar dois personagens alternadamente: Olimar e Louie, seu fiel assistente. Essa foi uma mecânica chave que acabou sendo carregada para Pikmin 3, afinal deu muito certo. Cada um possui seu próprio exército de Pikmin e explora uma parte diferente do mapa, mas juntos eles conseguem desbloquear novos caminhos. Sendo assim, precisamos utilizar ambos para progredir e solucionar os puzzles – além de contar com a ajuda dos Pikmin roxos e brancos, que foram as novidades da vez.

Este também foi o primeiro jogo da série a ter multiplayer, tanto em co-op com tela dividida quanto competitivo. O modo versus continua presente neste remaster e, apesar de não ser tão intenso quanto o do 3, ainda vale bastante a pena jogar. Contudo, acredito que o verdadeiro destaque fica no cooperativo, pois jogar Pikmin com um amigo deixa tudo muito melhor do que já é.

Competição amistosa de quem escraviza mais bichinhos

Quanto às mudanças que fizeram neste remaster (além do upgrade gráfico, é claro), tivemos apenas algumas adaptações na jogabilidade, buscando deixá-la mais próxima de Pikmin 3. São coisas muito simples, tipo segurar o A para retirar todos os Pikmin do chão, ao invés de ficar metralhando o botão. Você também tem a opção de jogar com controles de movimentos, assim como no Wii, caso prefira. O restante das mudanças foram apenas visuais e bem discretas, então não espere nada gritante.

Pikmin 1+2 são dois jogos que valem muito a pena revisitar, tanto como preparação para o 4 quanto para conhecer melhor a franquia (no caso de quem nunca jogou). O único grande defeito é o preço, que infelizmente está bem alto para remasters tão simples. Para se ter uma noção, o bundle está mais caro do que Metroid Prime Remastered, que traz um trabalho muito melhor em termos de remasterização. Tudo bem que são dois jogos ao invés de um, mas poderiam ter pegado mais leve.   

Ainda assim, recomendo vivamente para quem está pensando em encarar. São dois clássicos absolutos da Nintendo e continuam merecendo todos os louros possíveis.