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O que vem à sua mente quando o assunto é Metroidvania? Muito provavelmente você pensa em mapas labirínticos, repletos de salas que só podem ser acessadas muito posteriormente na campanha, quando você obter um item ou uma habilidade em específico que lhe permitirá executar alguma ação, te garantindo acesso a regiões totalmente novas que você teve de ignorar antes. De uma forma resumida, Metroidvanias são baseados em exploração, progressão e muito combate, afinal ambos os jogos que inspiraram esse estilo eram repletos de inimigos e desafios a serem vencidos.

Consequentemente, o estilo limita os jogos a seguirem um padrão sidescroll, e isso remete a outro estilo que seria o de plataforma, e tudo que fazemos nesses jogos é pular, pula e pular, não é mesmo? Esse conceito acabou de ser mudado radicalmente com a chegada de Necrosphere, um indie brasileiro que é Metroidvania, é sidescroll, mas não tem botão de pulo!

Metroidvania de dois botões

A roupa de balé te permite dar um dash, que funciona como um pulinho.

Pode parecer estranho, mas você não leu errado. Necrosphere trouxe uma cara totalmente nova para o gênero possuindo apenas dois comandos: esquerda e direita. Tudo que você faz no jogo é andar para uma dessas direções e superar muitos obstáculos e desafios para descobrir áreas novas e assim ir progredindo, e o fato dele não possuir combates não significa que será um game melzinho na chupeta do início ao fim. Pode acreditar, a dificuldade do jogo é bem amarga.

Você controla o policial Terry Cooper, que acabou morrendo em um tiroteio e foi parar no Necrosphere, que seria o local onde todos vão parar após sua morte, e devem esperar lá por toda a eternidade. Seu objetivo é escapar do Necrosphere e chegar à Normalsphere, esse que seria o mundo dos vivos, e para isso você terá que desbloquear todos os quatro portais desse submundo para conseguir fugir e finalmente se vangloriar de tal feito, pois não vai ser fácil.

Só porque não existe um botão de pulo, isso não quer dizer que você não terá que pular, pois essa é uma das coisas que você mais fará ao longo da sua jornada. Mas ao contrário da praticidade de um simples apertar de um botão, você terá que usar bolhas que te darão impulsos e apenas guiar a direção do personagem, tudo isso enquanto mil esferas assassinas estão se movimentando freneticamente pelo cenário, prontas para te explodir em pedacinhos. O jogo todo é resumido em um grande puzzle, onde você se deparará com zumbis e esferas o tempo inteiro e terá que descobrir como passar daquele trecho usando tudo que você tem.

Inimigos verdes em um cenário todo verde, é sério isso?

Só os fortes sobrevivem

Apesar do limite dos dois botões, as habilidades do seu personagem não são limitadas a apenas andar. Conforme se avança no jogo, você encontrará roupas e equipamentos que lhe garantirão novas capacidades, como dar um dash no ar (o que funciona como pulo no jogo), quebrar pedras, dentre outras coisas. É aí que entra o lado Metroidvania do jogo, pois você constantemente voltará para o cenário inicial do game e terá que usar suas novas habilidades para descobrir novas áreas do Necrosphere.

Se você se encaixar no grupo dos bravos jogadores que sempre buscam o 100%, o jogo ainda conta com 20 DVDs espalhados por todo o game que funcionam como colecionáveis e te darão um desafio extra caso queira coletar todos. A aventura pode ser prolongada ainda mais com a expansão Terry’s Dream, que se passa em um sonho de Terry onde ele está em um Necrosphere completamente remapeado e seus itens estão em lugares totalmente diferentes, rendendo mais umas boas horas de desafios ao jogador.

No DLC, Terry começa pelado, mas os pixels escondem bem as suas partes…

Necrosphere é um jogo simples, divertido, desafiador e ainda consegue ser inovador. O estúdio Cat Nigiri provou que não é necessário muito para dar um ar totalmente novo aos Metroidvanias, e esse jogo é a prova de que a indústria brasileira de games é muito promissora e está em boas mãos.

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