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Ser gamer e fã de esportes são hobbies bastante ingratos, especialmente quando acabam se cruzando. A gente sempre se anima com um novo lançamento dos nossos esportes preferidos chegando aos consoles, mas daí também lembramos que todo ano temos um título “novo” no mercado, então é difícil ver melhorias muito significativas em um espaço tão curto de tempo. MLB The Show 21 trouxe o melhor do baseball para a nova geração e foi um excelente jogo no geral, trazendo novidades o bastante para ninguém botar defeito. Já o 22 teve que pisar no freio, mas pelo menos conseguiu manter o que seu antecessor já tinha de bom.

Agora com a estrela japonesa Shohei Ohtani representando o Los Angeles Angels e toda a liga na capa, MLB The Show 22 usou o pouco tempo que teve entre um lançamento e outro para aprimorar os atributos gráficos do jogo e trazer algumas tímidas melhorias no gameplay. Não tem nada realmente novo ou impactante neste ano, o que acaba sendo um título seguro para quem já é fã ou bastante atrativo para quem acabou pulando o do ano anterior.

Ainda é um show

Ainda que não escape da saturação de jogos de esporte da indústria de games, MLB The Show segue sendo uma das franquias mais bem feitas e relevantes do gênero. Sem dúvidas é o melhor simulador de baseball que já existiu e segue sendo um prato cheio para quem é fã do esporte ou acompanha a liga norte-americana, que é o que dá vida a este jogo.

Sente a tensão do estádio…

Um dos pontos que critiquei no 21 foram os gráficos, que ainda estavam muito próximos da mais nova “velha geração de consoles”. No 22, é notável que deram uma atenção muito maior para esse aspecto, com destaque para a fidelidade dos estádios e para a expressão facial dos jogadores. Está tudo bastante realista e condizente com o poder gráfico dos consoles da nova geração, apesar de ainda ter bastante espaço para melhorar.

O game está tão parecido com o antecessor que até o menu está idêntico, mostrando que a Sony San Diego realmente não quis se arriscar em fazer mudanças radicais. Os modos também são os mesmos, então o maior destaque ainda fica com o Diamond Dinasty, que sofreu uma singela reformulada em suas atividades. No geral o conteúdo segue igual, com pequenas missões e momentos históricos para serem revividos dentro do jogo, mas agora tudo está mais semelhante a outros jogos multiplayer populares da atualidade. Em suma, quem só joga pelo Diamond Dinasty continuará ficando só nele.

Ainda não está parecido comigo, mas eu não desisto nunca

As mudanças nos demais foram ainda mais irrelevantes. O Road to the Show, que seria o modo carreira de MLB The Show, recebeu apenas uma atualizada nas interações que seu jogador tem com os colegas de equipe, o que pode ajudar a ser mais imersivo, mas não deixa de ser um adendo completamente esquecível. Pelo menos esse ainda é um dos melhores simuladores de esportes em termos de criação de personagem, dando diversas opções para customizarmos nosso jogador (aprende aí Madden). Já o March to October recebeu um novo sistema de contratação de free agents, o que é legal para quem acompanha a liga, mas também não é nada demais.

Quero ver errar agora

Quanto ao gameplay, apenas reforço que não houve quase nenhuma novidade, somente melhorias no progresso do ano passado. Para não dizer que passou batido, tivemos uma reformulada no PCI Anchor, ou seja, a visão do seu rebatedor em campo. Agora é possível travar a câmera em um ponto específico que você queira, não sendo mais necessário ficar movendo o analógico toda hora. Não tem como negar, isso aí é um game changer e me deu vontade de chorar de alegria quando vi pela primeira vez.

Para quem curte jogar de rebatedor e não resiste na hora de dar aquelas tacadas falsas antes da hora, só para aquecer, agora o jogo pegará mais leve com você. Antes era só relar o dedo no botão que era strike automático, o que costumava ser bem frustrante. Agora você pode fazer quantas vezes quiser, contanto que a bola esteja fora da zona de strike. Outro detalhezinho bem discreto que pude perceber é a fidelidade ao rating dos jogadores. Dependendo do nível do seu rebatedor, lançador ou apanhadores espalhados pelo campo, existem jogadas que são praticamente impossíveis de darem certo. As estrelas do esporte fazem mais a diferença na prática, então não basta que você seja um hall of famer de MLB The Show se o jogador controlado for limitado de alguma forma.

Use e abuse desse PCI Anchor!

Para quem curte um multiplayer, tivemos algumas adições bem-vindas no Modo Franchise, que agora pode ser jogado online em partidas de até 3×3, com direito até a crossplay entre plataformas. O modo também recebeu uma atenção maior com respeito às trocas de atletas, contratos e afins entre jogadores do “mundo real”. Está tudo um pouquinho mais dinâmico, mas novamente reforço: são melhorias muito tímidas.

Dito tudo isso, é evidente que MLB The Show 22 continua sendo um baita simulador de baseball, não é mesmo? Ele é tudo que o 21 era e isso por si só já é ótimo, mas é claro que não dá para ficar assim para sempre. Se você já tem o lançamento anterior e quer esperar por mais novidades, talvez seja melhor acender uma vela e rezar para o 23 compensar nesse aspecto. Quem não jogou a versão de 2021 não tem mais desculpa, pode ir direto para esse e se deleitar com a franquia em sua melhor forma.