Hoje em dia é difícil se empolgar com o lançamento de “novos” jogos de esportes, mas sempre que as franquias relacionadas marcam sua estreia na nova geração de consoles, é motivo o bastante para nos deixar animados. Este ano MLB The Show 21, o incrível simulador de baseball da Sony e franquia oficial da liga norte-americana, surpreendeu a todos ao dar as caras nos consoles da família Xbox. É realmente muito chocante ver um jogo com o logo da PlayStation Studios rodando em um Xbox, então demora um pouco para cair a ficha.
Agora muito mais fãs do esporte poderão usufruir desta poderosa franquia, que este ano ao menos conseguiu trazer uma quantidade aceitável de novidades e mudanças nem tão impactantes. Ainda assim, quem curte certamente estará bem servido!
Dando um show
Se você nunca jogou MLB The Show ou sequer sabe como baseball funciona, não se preocupe. A edição deste ano está mais acessível do que nunca e possui dificuldade adaptativa, um excelente recurso! Isso significa que você pode começar jogando no menor nível para aprender o básico e nem precisa encanar em ficar aumentando a dificuldade depois, pois o próprio jogo faz isso para você quando julgar necessário.
A dificuldade mais básica é realmente para iniciantes e está repleta de tutoriais que explicam as regras do jogo e, principalmente, como jogar. As mecânicas também estão mais amplas e agora contamos com uma diversidade maior para cada tipo de jogada. Você pode escolher rebater, arremessar e pegar a bola utilizando os botões padrões ou somente o analógico, além de ter outras alternativas com uma assistência maior. Dessa forma, qualquer um consegue fazer um home run sem suar!
Os mais experientes podem optar por uma jogabilidade mais puxada para o simulador, com toda a complexidade que se espera. A grande diversidade de modos está aí para satisfazer qualquer tipo de jogador, mas alguns deles são predominantemente arcades, como o Challenge of the Week ou os modos focados em reviver momentos históricos da liga (um dos meus preferidos).
No PlayStation 5, a integração das ações aos recursos do Dualsense está incrível! Você sente o peso do bastão e a força de cada rebatida, assim como reações isoladas, como dar um “carrinho” para alcançar a base, por exemplo. Esses são ótimos adendos para aumentar a imersão, que pode ficar ainda melhor caso seja jogado com os headphones do PS5. O áudio 3D nos coloca dentro do estádio e você escuta cada detalhezinho daquele ambiente, é realmente impressionante.
Tudo velho, só que novo
Os gráficos são um dos fatores que não mudaram praticamente nada. Ainda que não estejam feios ou sem nenhum capricho (como é comum vermos na franquia Madden), se colocarmos lado a lado com MLB The Show 20, é praticamente impossível identificar qual está rodando em um console next-gen! Em alguns trechos de cinemática ou até em certas texturas e detalhes dentro de campo, é possível notar que o visual já está ficando ultrapassado. Já está na hora deles começarem a explorar melhor a capacidade da nova geração para os vindouros títulos.
Um outro ponto que não chega a estragar o jogo, mas que me incomodou bastante foi a disponibilidade do menu principal – é uma confusão sem fim! Com o tempo dá para acostumar, mas estamos falando de uma coisa que naturalmente deveria ser simples e intuitiva. No mais, o jogo continua basicamente o mesmo que seu antecessor, então podemos focar nos três modos principais que carregam as maiores novidades: Diamond Dynasty, Road to the Show e o inédito Stadium Creator.
Diamond Dynasty é o modo mais popular entre os fãs de baseball, pois é o que une o esporte em si com o hobby de colecionar cards dos jogadores (mas tudo dentro do jogo, é claro). É como se fosse o modo Ultimate Team do FIFA ou o MUT do Madden NFL, só que da MLB. Agora está consideravelmente mais fácil conseguir cards melhores, já que você pode carregar seu personagem do modo Road to the Show com todos os seus status intactos (ou seja, se você criou um Babe Ruth da vida, será mamão com açúcar) e ainda consegue obter cards paralelos da comunidade, estes que podem ser melhorados até cinco vezes para aprimorar seu time.
Já o modo Road to the Show é o lugar onde criamos nosso jogador e construímos sua carreira do zero. Apesar de tentar seguir aquela onda de customização, diálogos interativos e tudo mais, para mim é um dos modos menos atrativos deste título. Assim como nos demais jogos de esportes americanos, os desenvolvedores ainda não encontraram uma formula que realmente funcione nesses modos de carreira. Para quem é realmente fã do esporte e da liga, eu recomendo o modo Franchise porque aí sim é diversão infinita: você escolhe um time (ou cria um do zero) e faz o papel dos jogadores, do head coach e do GM, jogando as partidas, contratando gente na free agency, fazendo trocas e por aí vai.
Por fim, o Stadium Creator é o lugar onde podemos criar nosso próprio estádio, um recurso surpreendentemente vasto e divertido. Você pode criar um estádio praticamente em qualquer lugar que te dê na telha – e ainda colocar seu time ou atleta para jogar lá. Eu não tenho muita paciência para ficar criando coisas dentro de jogos, mas quem curte terá uma excelente ferramenta em mãos.
No geral, MLB The Show 21 continua um jogo bastante satisfatório e a experiência definitiva de baseball dentro dos games. Não dá para ficar esperando muita coisa de um jogo desses, então o mínimo que eles podem aprimorar nos próximos títulos é a qualidade gráfica e o modo Road to the Show. O resto continua digno do Hall da Fama!