Todo mundo gosta de um bom microfone, mas nem sempre eles são acessíveis ao consumidor brasileiro. E microfone que oferece a possibilidade de conexão via cabo XLR – muito utilizado por músicos e para gravações de vídeo em externas – é um tanto raro neste nicho mais focado nos gamers, streamers e podcasters.
Anos atrás eu tive um microfone dinâmico cardioide da Audio-Technica, modelo ATR2100-USB, que servia pra tudo. Gravei muitos podcasts com ele, bem como entrevistas de vídeo em eventos como E3, Blizzcon e Brasil Game Show. Com a pandemia, acabei me desfazendo do microfone para pegar um HyperX Quadcast.
Quando a Maono lançou seu microfone dinâmico cardioide HD300, a coisa virou à favor dos gamers. Chegava ao mercado um fortíssimo concorrente com o melhor custo-benefício possível. E embora o baixo custo implique um produto de qualidade inferior, o HD300 prova o contrário. É possível sim ter um microfone incrível por um valor acessível.
Primeiras impressões do Maono HD300
O HD300 é vendido em duas versões, com suporte de mesa (versão T) e com braço articulado (versão S), que você encontra atualmente por R$539 na loja oficial da Maono no Shopee BR. A empresa nos enviou a versão T para testes e, ao abrir a caixa, veio a primeira surpresa: a construção do microfone é de primeira. Ele é firme, bem resistente, com acabamento em metal preto.
Seu design não foge do padrão polar dos microfones cardioides, possui frequência de resposta de 40Hz -17kHz, e traz junto um switch de ligar/desligar (com led azul), botões de volume e três entradas diferentes: USB-C, P2 (3.5mm) e XLR. O monitor de retorno via entrada P2 (pra fone de ouvido, com zero de latência) só funciona no cabo USB, que fornece energia e permite usar também os botões de volume.
Os botões de volume são firmes e geram um certo barulho ao pressioná-los, então o recomendado é deixar no limite (que não é alto) e não mexer mais durante a utilização do microfone. Quanto aos acessórios, a base de mesa é de metal com ajuste de altura e bem pesado pra garantir o máximo de estabilidade. O pop filter é menor que o tamanho convencional, mas adequado para um microfone cardioide e vem com uma haste fina de metal para encaixar no suporte antivibração (shock mount), este feito de plástico firme com cordas de borracha entrelaçadas.
Aqui vem a primeira crítica: o shock mount do Maono HD300 não anula muito bem as vibrações, seja no suporte de mesa ou em um braço articulado. Testando das duas formas, notei que as cordas de borracha não seguram tão bem como as de tecido, além de criar marcas no metal do microfone logo nos primeiros dias de uso. Se você não liga pra estética, então tá tudo bem.
Qualidade de áudio no USB, XLR e comparativo
Montado e suspenso no braço articulado, comecei os primeiros testes de áudio do HD300 conectado no PC com o cabo USB-C. Basta configurar o microfone para “USB/XLR Dynamic Microphone” e sair usando, não tem segredo. Vamos aos testes:
Áudio do Maono HD300 com cabo USB
Como esperado de um bom microfone dinâmico cardioide, o som é limpo e encorpado, cancelando ou reduzindo bem os ruídos externos junto do uso do pop filter.
Áudio do Maono HD300 com cabo XLR
Depois fiz outro teste com o microfone conectado com cabo XLR em uma interface Scarlett Solo da Focusrite, com ganho extra no volume. A diferença é pequena, ouça abaixo:
Áudio do HyperX Quadcast com cabo USB
Por fim, para efeito de comparação, usei o HyperX Quadcast no modo cardioide. Lembrando que a construção deste microfone é completamente diferente, pegando com maior facilidade os barulhos do ambiente.
Conclusão
Custando muito menos que os concorrentes, o microfone dinâmico Maono HD300 é uma excelente opção para diversas finalidades. Sua qualidade de construção e áudio irá agradar até os mais céticos. Ele pode não ter RGB e outras frescuras de design, mas entrega tudo que promete sem deixar um buraco em seu bolso.