Review – IronFall: Invasion

Há quase 10 anos, a franquia Gears of War estava se encaminhando para seu quarto título na série principal e seguia vivendo o ápice da sua popularidade nos consoles Xbox. Assim como todo bom exclusivo, o jogo clamava por algum clone genérico nas plataformas da concorrência – e para a surpresa de todos, não foi no PlayStation que recebemos um dos mais decentes já feitos. Em 2015, IronFall: Invasion chegava exclusivamente ao Nintendo 3DS!

Tecnicamente falando, IronFall: Invasion continua sendo um dos jogos mais impressionantes do portátil. Seu visual estava acima da média e a jogabilidade funcionava suficientemente bem, considerando que trata-se de um shooter em um console que possuía apenas um analógico (o New 3DS até tinha um segundo analógico, mas não era o ideal para o gênero). Quase uma década depois, chegou o momento de experimentá-lo novamente através de um port remasterizado – agora para o Switch.

Quase Gears

IronFall: Invasion é um jogo genérico em todos os aspectos possíveis; quem chegou a jogar algum Gears of War certamente vai se sentir jogando um fangame inferior. Na sua campanha, controlamos dois personagens: o fuzileiro Jim Woper e sua agente de suporte Sam Fich. Jim é o típico soldado de Gears, trazendo uma estrutura corpórea de brutamontes com uma armadura exageradamente troncuda.

A trama gira em torno de uma invasão alienígena na Terra, cabendo aos nossos protagonistas protegerem o planeta e expulsá-los da forma mais educada possível. Nas 11 fases da campanha, controlamos Jim na maior parte do tempo; seus trechos são focados no mais básico que o jogo tem a oferecer: exploramos cenários lineares e fuzilamos tudo que cruzar nosso caminho. Já os trechos de Sam trazem uma abordagem mais stealth.

A mudança de ares ajuda a quebrar a repetição do jogo, mas existe um grande problema aqui: apesar do jogo desejar que você jogue furtivamente na pele de Sam, não existem mecânicas stealth para usar! Dessa forma, as fases dela acabam sendo uma versão mais hardcore dos tiroteios, já que você conta apenas com uma pistolinha e um sonho. Não sei se essa era a intenção desde o princípio ou se esqueceram de fazer essa parte do jogo – só sei que foi um grande tiro no pé.

IronFall: Invasion replica as mecânicas de Gears of War suficientemente bem, trazendo o mesmo sistema de cover e até a mecânica de timing na hora de recarregar a arma. No geral, sua campanha é bem sem sal e claramente carece de mais inspirações, mas não chega a ser um jogo ruim. Esse é um daqueles títulos que jogamos no piloto automático, sem prestar tanta atenção nas coisas. Além do mais, é um Gears-like em um console da Nintendo!

Levemente adaptado

Nesta versão de Switch, o jogo obviamente roda melhor e traz gráficos aprimorados. O salto é grande, já que no 3DS ele rodava na incrível resolução de 240p. Agora, ele chega a 1080p no dock e em 720p no modo portátil, sempre mantendo uma taxa de quadros de 60 fps. Vez ou outra testemunhamos alguns frame drops, mas ainda existe a possibilidade de diminuir a resolução para deixar a performance mais estável.

O jogo também precisou ser adaptado em alguns aspectos. No 3DS, existiam vários puzzles que deviam ser solucionados na tela de baixo, explorando o touch screen do console. No Switch, eles foram atualizados e podem ser solucionados totalmente à moda antiga, usando somente os botões do controle. Contudo, a mecânica por toque foi completamente removida no modo portátil, o que não faz nenhum sentido.

IronFall: Invasion ainda conta com mais dois modos além da campanha. O primeiro seria o Multiplayer, que traz partidas clássicas de Team Deathmatch para os jogadores se matarem; infelizmente, não consegui encontrar ninguém jogando para testá-lo. A segunda opção seria o modo Survival, que nos permite enfrentar ondas infinitas de inimigos até não aguentar mais. No fim, são apenas alternativas para continuar fazendo a mesma coisa que você já faz na campanha.

Para quem é fã de Gears of War e tem um Switch sobrando, IronFall: Invasion pode ser um título interessante de se dar uma chance. Ele é divertido na medida do possível, mas não se destaca em nada. No 3DS, ainda existia o diferencial de ser um jogo tecnicamente impressionante, mas no Switch ele acaba sendo só mais um entre milhões.