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A chegada deste DLC reforça que Horizon se consolida como uma das maiores e melhores franquias da Sony. O trabalho da Guerrilla Games finaliza a segunda parte dessa história e adiciona uma continuidade obrigatória para quem acompanha a jornada de Aloy.

Diretamente conectada ao plot principal e adicionando ainda mais conteúdo ao extenso mapa principal, Horizon Forbidden West: Burning Shores nos leva para uma Los Angeles diferente de tudo que já vimos.

Próxima parada: Hollywood

Ao contrário do que vimos em The Frozen Wilds, DLC lançado em 2017 para Horizon Zero Dawn, com uma história desconexa dos acontecimentos principais, Burning Shores acontece logo após o fim do segundo jogo. Vale ressaltar que é impossível falarmos deste conteúdo sem spoilers de Forbidden West, pois para acessar a expansão você precisa ter finalizado o jogo base.

Horizon Forbidden West: Burning Shores
A sinergia entre as personagens é muito bem trabalhada

Após derrotarmos Tilda e seu Espectro Prime, descobrimos por Sylens que a ameaça à Terra ainda continua com um remanescente dos Zenith, chamado Walter Londra. Ele está tentando construir uma nave para escapar de Nêmesis, que continua em direção ao nosso planeta para destruir todas as formas de vida.

Então partimos para o Litoral Ardente, como Burning Shores foi traduzido na versão localizada para o Brasil, conhecendo a tribo dos Quen e Seyka, uma das fuzileiras locais, que está em busca da sua irmã e demais membros de seu povo. Neste ponto temos uma conexão entre as jornadas das duas heróinas, fazendo com que Aloy e Seyka trabalhem juntas contra Londra.

Mesmo não sendo mais interessante que a história principal, este DLC oferece uma construção narrativa muito melhor ao que vimos na expansão de 2017, principalmente pelo vilão e como desenvolve o relacionamento entre as duas personagens principais. Walter Londra foi construído para ser uma clara referência à Elon Musk, reservando para Seyka uma espécie de “Aloy do passado” e as características marcantes que nos conquistaram em Zero Dawn.

Horizon Forbidden West: Burning Shores
Walter “Elon Musk” Londra é um bom vilão bem excêntrico e caricato

Com aproximadamente sete horas de duração e dividida em apenas cinco etapas, este Horizon 2.5 consegue trabalhar muito bem a lore, complementando o que vimos no segundo jogo e ampliando as possibilidades para a etapa final (talvez?) desta trilogia. Burning Shores se torna obrigatório para quem curtiu a evolução da franquia e pretende continuar.

Mais bonito e desafiador

Exclusivo para PS5, o novo DLC cumpre as expectativas de vermos o potencial da nova geração neste mundinho de Horizon. O visual paradisíaco é muito colorido e vivo, com áquas cristalinas para todos os lados, mesclando selva, praia e até mesmo rios de lava, com um mapa isolado e formado por ilhas, temos uma sensação completamente diferente do jogo base.

Com um bioma próprio e novas máquinas, temos liberdade para explorar por céu, terra e mar toda a região do que um dia já foi Los Angeles, inclusive reconhecendo famosos pontos turísticos como, por exemplo, o Hollywood Sign e o Observatório Griffith.

Horizon Forbidden West: Burning Shores
Asa-Marinha será sua nova diversão para voar e nadar

Além da recente adição dos Heliodos, para você montar e sobrevoar o mapa, este DLC oferece a opção de usar os Asa-Marinhas para voar e nadar, com máquinas que voam e mergulham, com a opção de utilizar as embarcações Quen espalhadas pelo mapa para curtir uma viagem mais tranquila e aproveitar o visual.

Burning Shores consegue adicionar missões ainda mais difíceis ao jogo, exigindo preparo e estratégia. Com combates ainda mais desafiadores contra as três novas máquinas, o jogador terá um trabalho árduo para vencer os Biliáticos, uma espécie de sapos gigantescos, além do chefão final que, por conta do trailer, não é novidade alguma saber que enfrentaremos um tal de Diabo Metálico (vamos evitar spoilers, né?).

A batalha final contra Londra e sua máquina gigantesca é sensacional, com um espetáculo visual inédito para a franquia, além de uma sequência frenética de ação. Depois de explorarmos uma espécie de “Jurassic Park Holográfico” do mundo antigo, uma sequência de combates complexos nos levarão ao desfecho do conteúdo extra.

O início para o fim

Se ao terminar a história principal não ficou claro de que teremos um terceiro jogo, Burning Shores reforça esta questão. Construindo ainda mais a personalidade de Aloy, enquanto faz um bom trabalho em estabelecer Seyka como possível integrante ao grupo de coadjuvantes, que ocupam sua base no Oeste Proibido ao lado de Gaia, temos um fechamento de ciclo para nos prepararmos para a ameaça de Nêmesis.

Horizon Forbidden West: Burning Shores
“Mundo Perdido” da antiga cibilização

Ainda que ofereça poucas missões secundárias ou tarefas com coletáveis, com apenas a busca pelas miniaturas de Pangéia, Burning Shores peca por facilitar o acesso aos equipamentos lendários. Enquanto Forbidden West “obrigava” os jogadores em cumprir diversas tarefas árduas e longas, no DLC basta apenas juntarmos Brissais, cristais amarelos, para conseguirmos construir uma boa build para Aloy. Isso sem contar o armamento Zenith que podemos utilizar, facilitando ainda mais o pós-jogo ao retornar ao mapa principal.

Ao contrário dos review bombs que a expansão recebeu, na minha opinião temos um fechamento perfeito, com uma boa construção de jornada e evolução de personagens para as protagonistas, pontuado com diversas reflexões internas e espaço para um forte sentimento humano: o amor.

O plot twist, que não está relacionado ao vilão ou ameça, mas sim ao pausarmos a urgência da missão principal de Aloy, fazendo com que olhemos o lado humano da personagem faz com que o final deste DLC seja ainda mais cuidadoso e primoroso para mostrar a luta por sobrevivência dos seres humanos contra as máquinas.

Horizon Forbidden West: Burning Shores
O gameplay fica ainda melhor com o apoio de Seyka

Com tudo isso, muito focado na narrativa e experiência, aliados ao excelente gameplay, com diversas adições às habilidades de Aloy, o maravilhoso visual proporcionado pelo PS5 e o majestoso trabalho com a trilha sonora, você terá motivos de sobra para repensar suas prioridades e dar mais chances ao trabalho da Guerrilla Games, independente da péssima escolha de data para lançarem seus jogos.