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O que antes era um gloriosa franquia de jogo rítmico da Activision, virou um caça níquel anual decadente. Até World Tour, a franquia Guitar Hero se mantinha interessante apresentando algumas novidades e uma boa seleção de músicas. Mesmo as investidas com games de banda foram bem vindas, como GH: Aerosmith e GH: Metallica. Mas voltando no tempo, quando Guitar Hero III deu as caras surgia o revolucionário Rock Band, amadurecendo a jogatina com uma banda completa (guitarra, baixo, bateria e vocal). Vale lembra que a Harmonix criou o GH e produziu os dois primeiros games e a coletânea “oitentista” GH Encore: Rocks The 80’s (exclusivo de PS2).

Com a saída da Harmonix, a Neversoft assumiu o comando e logo produziu o terceiro GH. Foi o tempo necessário para a Harmonix criar e lançar sua concorrente. Foi como um tapa na cara, cujo efeito resultou no citado World Tour, que introduziu a banda à fórmula antes dominada por guitarras. É um bom game, mas que perdeu a guerra contra Rock Band com seu um ano de atraso.

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Apesar da comparação inevitável, Guitar Hero e Rock Band são dois games diferentes. Sabendo disso a Activision resolveu “voltar às origens”, mantendo a banda mas recriando a fórmula de sucesso do GH III como uma saída para as fracas vendas em 2009. Uma estratégia burra, de pura ganância da Activision, que resultou no desastroso Guitar Hero: Warriors of Rock. E antes mesmo do game sair, a dissolução e fechamento da Neversoft e RedOctane (distribuidora nos EUA) era certa. Agora, nas mãos da Vicarious Visions (que produziu os GH de Wii e DS), o destino da franquia permanece uma incógnita.

GH:WoR é um game de apelo ao Rock n’ Roll. Os personagens estereótipos estão de volta (Axel Steel, Judy Nails, Jhonny Napalm, Casey Lynch…), 93 novas músicas compõem a lista, e há um novo modo chamado Quest. Trata-se de um modo de história narrado por Gene Simmons (aquele do Kiss, da língua grande). O modo apresenta um mapa com oito personagens, sendo que cada um representa um estilo e grupo de músicas. Completando certo “nível” de experiência de um determinado personagem, ele se transforma em um “Demigod” (um monstro bizarro) e assim abre outras músicas, personagens no mapa, e itens extras na loja. E é só isso; uma maquiagem para forçar o jogador a acompanhar a história para liberar todas as músicas e depois acessá-las no modo Quickplay – para jogar com banda, com quatro guitarras, do jeito que preferir.

Curiosamente, o modo Quest teve participação dos músicos Geddy Lee e Alex Lifeson (Rush) e Dave Mustaine (Megadeth). Suas respectivas músicas foram inclusas no game, assim como algumas referências (como a história por trás do álbum “2112“, do Rush) e os desafios de Dave Mustaine, perfeitas para os jogadores experientes que adoram os desafios da dificuldade Expert. Ao menos isso deixará os fãs de Rush e Megadeth bem interessados.

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Exceto pelas músicas, não há motivo para querer jogar GH:WoR. Porém, não espere muita originalidade na seleção, pois várias das músicas pertencem à artistas que você já conferiu nos games anteriores. Exemplos: Alice Cooper, Megadeth, Slayer, AFI, ZZ Top, Steve Vai, Muse, Slipknot, entre outros. Tá certo que há preciosidades na lista como “Bohemian Rhapsody” do Queen, “Children of the Grave” do Black Sabbath e “Stray Cat Blues” do Rolling Stones… Mas, por mais eclético que você seja, nem todas as músicas irão te agradar. Pelo menos é possível importar as músicas dos games anteriores.

Tecnicamente, GH:WoR evoluiu no visual. O jogo é o mais bonito de toda a franquia, apresenta palcos bem criativos, platéia com menos gêmeos, e uma excelente animação dos músicos tocando seus respectivos instrumentos ou cantando. Mas diante da chuva de notas coloridas caindo na tela, quem repara nestes detalhes? Fora isso, é tudo igual a GH 5: o modo quickplay, party play, os modos competitivos, as opções online, as seções de treino, a customização de personagem, e o inútil GHTunes (estúdio para criar músicas próprias).

Como é de se esperar, Warriors of Rock é mais um Guitar Hero sem inspiração. E como o modo Quest não justifica a compra do game (muito menos a nova guitarra de plástico), só lhe resta conferir se a seleção de músicas lhe agrada. Minha sugestão? Corra atrás de GH: World Tour ou GH 5, que estão mais baratos.

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