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Se você me dissesse que em 2024 estaríamos vendo o logotipo do Xbox Game Studios surgindo em um jogo de PS5, eu não acreditaria. Contudo, a vida dá voltas e cá estamos nós, testemunhando mais uma abordagem ousada de Phil Spencer e cia. Ao lado de outros títulos menores, Grounded foi um dos exclusivos de Xbox e PC a serem lançados nas demais plataformas do momento, agora também disponível para PlayStation e Switch.

Lançado originalmente em 2022 para os consoles da família Xbox e desenvolvido pela fantástica Obsidian, o jogo reproduz perfeitamente a vibe do filme “Querida, Encolhi as Crianças” em um título de sobrevivência, nos colocando na pele de adolescentes em miniatura que precisam sobreviver em um jardim cheio de insetos gigantes. Apesar de não ser uma ideia totalmente original, o game transborda charme e consegue ser autêntico ao seu próprio modo.

Tamanho não é documento

Grounded não é um daqueles jogos com um enredo bem amarradinho e cheio de cutscenes bem elaboradas. Tudo que precisamos fazer é escolher um entre quatro adolescentes disponíveis e começar a investigar o jardim misterioso – que devido ao nosso tamanho, parece mais uma floresta amazônica. Em nenhum momento o jogo foca em enredo, mas conforme vamos explorando aquele território, podemos descobrir que os jovens foram alvos de uma experiência e estão perdidos no quintal de um cientista.

Dito isso, o jogo estabelece dois objetivos que devem ser realizados em paralelo: descobrir como voltar ao seu tamanho normal e sobreviver aos perigos da natureza, que nesse caso são os diversos insetos que vivem naquele quintal. Como todo jogo de sobrevivência, no começo tudo é mais complicado, já que precisamos nos preocupar em farmar recursos, construir equipamentos e montar bases, ao mesmo tempo em que é necessário manter o personagem bem alimentado e hidratado.

Uma vez que já estivermos familiarizados com o sistema, as coisas fluem naturalmente. Grounded não chega a ser um jogo frustrante, mas está sempre nos desafiando a buscar melhorias para nosso personagem. Enquanto alguns insetos são tranquilos e não se importam com nossa presença, outros são completamente hostis e agressivos – especialmente à noite, quando as aranhas mais cabeludas aparecem. O game até possui um modo especial para aracnofóbicos, alterando o visual dos aracnídeos para ninguém infartar jogando.

Entretanto, a proposta aqui não é sobreviver sozinho e sim em grupo. Grounded sempre foi um jogo pensado para se jogar em co-op, permitindo se reunir com até três jogadores para cooperar naquele jardim hostil. Tudo fica mil vezes melhor quando jogado com amigos, mas ele ainda funciona perfeitamente bem em singleplayer. Independente da forma como preferir jogar, você vai se divertir de qualquer jeito.

Jogue do seu jeito

Buscando aumentar a imersão, o jogo adota um estilo de câmera em primeira pessoa, fazendo a gente se sentir pequenininho. Apesar dos gráficos não serem tão realistas ou impactantes, o estilo visual adotado é bem charmoso, parecendo muito um desenho animado em computação gráfica. A ambientação é a cereja do bolo, nos dando uma perspectiva totalmente diferente de um quintal perfeitamente comum.

Para quem não é muito familiarizado ou simplesmente não gosta de jogos de sobrevivência, Grounded ainda dispõe de várias opções de acessibilidade para agradar a gregos e troianos. O modo padrão conta com três níveis de dificuldade diferentes, mas ainda é possível optar pelo modo criativo, onde o foco está apenas na exploração e construção de objetos. Aqui é possível eliminar por completo os insetos do jogo ou deixá-los lá somente de enfeite, vivendo as suas vidas sem incomodar o jogador.

Ainda assim, recomendo que todos se esforcem em jogar no modo de sobrevivência padrão, pois é a verdadeira proposta do jogo. Ele pode ser mais trabalhoso, mas toda a tensão que sentimos quando anoitece ou o desespero de fugir de uma aranha gigantesca que está atacando nossa base são impagáveis. No multiplayer, esses momentos são ainda mais marcantes e engraçados!

Apenas senti falta da possibilidade de criar nosso próprio personagem e de alterar o estilo de câmera quando desejado. Não nego que, se tivéssemos a opção de trocar entre visão em primeira ou terceira pessoa à vontade (assim como nos jogos da Bethesda, por exemplo), este título ficaria ainda melhor. Já a criação de um avatar seria mais interessante em termos de customização, um fator bastante escasso nesse game – o que acaba importando pouco na prática, já que nós nem enxergamos nosso boneco.

De acordo com especialistas em hardware, a versão de PS5 está levemente inferior à original de Xbox Series X, em termos de desempenho. O jogo está rodando em resolução dinâmica que varia entre 1080p e 1215p, atingindo um teto de 50 fps no framerate. Na prática, não chegam a ser diferenças que vão prejudicar sua experiência ou diminuir a qualidade do port, mas achei que poderiam ter explorado melhor os recursos exclusivos do Dualsense. No final, é só um port básico e sem novidades.

Para quem não jogou Grounded no Xbox ou no PC, essa é uma excelente oportunidade de conhecer a joinha rara da Obsidian. Seja no PS5 ou até mesmo no Switch, agora não faltam meios para experimentar o jogo – e lembre-se: com amigos fica ainda melhor! O jogo pode ser “pequenininho”, mas a diversão é gigante!

80 %


Prós:

🔺 Divertido tanto sozinho quanto com amigos
🔺 Grande variedade de itens para descobrir e construir
🔺 Ambientação bastante imersiva
🔺 Diversas opções de acessibilidade para o gameplay

Contras:

🔻 As primeiras horas podem ser bem arrastadas (especialmente em singleplayer)
🔻 Baixa variedade de personagens e itens de customização
🔻 Seria legal poder alternar entre visão em primeira e terceira pessoa

Ficha Técnica:

Lançamento: 27/09/2022 (Xbox) / 16/04/2024 (PS4, PS5, Switch)
Desenvolvedora: Obsidian Entertainment
Distribuidora: Xbox Game Studios
Plataformas: Xbox One, Xbox Series, PS4, PS5, Switch, PC
Testado no: PS5

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