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Imagine-se acordando em uma ilha pequena. Quase sem recursos, mal tendo uma sombra para descansar e um coco para se refrescar. Na sua mão, só uma picareta. Além disso, só o que tem é a força de vontade de seguir em frente e uma bela dor de cabeça, companheira da amnésia sobre como foi parar lá.

Assim se dá início a Forager, o mais novo jogo de exploração e construção publicado pela Humble Bundle e desenvolvido pelo argentino Mariano “HopFrog” Cavallero. Iniciado em uma game jam, um tipo de evento onde desenvolvedores são instigados a criar um protótipo funcional de um jogo em tempo limitadíssimo, como 24 ou 48 horas, Forager foi aclamado publicamente e impulsionado para se tornar um jogo completo.

Abertamente inspirado em Stardew Valley, Terraria e Legend of Zelda, Forager consegue ser um misto eficiente de cada um deles. Tendo como linha guia a capacidade do jogador de criar todo e qualquer item que ele precise a partir das matérias-primas espalhadas pelo mundinho que nos cerca.

Um mundo novo a explorar

Como era de se esperar, para combinar com a narrativa, não temos nenhum direcionamento, muito menos algum tipo de instrução externa sobre o que fazer quando retomamos a consciência. Quando essa mecânica é tão bem feita quanto em Forager, a sensação que fica é que somos o melhor e mais apto sobrevivente/artesão que existe. Um Bear Grylls para todos conquistar.

Imagem de Forager
Cuidar da vida adulta nem sempre é fácil

Um ponto que não me agrada muito é que uma vez que você consegue construir um determinado item, principalmente os mais misteriosos ou sobrenaturais, ainda não temos nenhuma descrição do que ele realiza. Tudo bem que isso faz muito sentido antes de criá-los e não faria tanta diferença assim caso tivéssemos 20 ou 30 itens. Porém, em Forager, são pelo menos 100 itens diferentes, sem falar nas construções que podemos interagir. Chega uma hora que você acaba fazendo o item só para saber para que ele serve.

A narrativa de Forager é basicamente composta pelas interações do personagem com os NPCs, que aparecem ocasionalmente nas ilhas que compõem o mapa do jogo. Cada um deles conversa um pouco com você e acaba por lhe dar algumas missões, sempre relacionadas com coletar itens, já que é o que faz o joguinho rodar. Os diálogos são sempre engraçados e cheios de referências.

Uma ilha de cada vez

Por falar nas ilhas, a maneira com a qual expandimos o mapa disponível para explorar é comprando novas ilhas. Dos itens que podem ser criados (ou obtidos), moedas ainda são o que faz o mundo girar. Cada um dos blocos tem seu preço, variando com o que estará presente uma vez que o bloco está acessível.

Imagem de Forager
Minha mãe sempre me disse que eu era importante

Dentro do mesmo mundo alcançável, as ilhas de Forager estão disponíveis em 5 tipos de biomas diferentes. Algo como floresta tropical, deserto, ártico, inferno e o que eu consigo descrever como Halloween – não sei explicar de outra forma um lugar que é cheio de abóboras, lápides, cheio de esqueletos e pinheiros sombrios.

Como esses biomas são bem diferentes entre si, os itens e matérias-primas que podemos obter em cada um deles também são únicos. Essa variação gera uma certa conexão como de engrenagens, obrigando você a continuar construindo, continuar andando para experienciar o que está logo atrás daquela esquina metafórica. E é só mais um dos pontos que Forager traz pra te deixar preso dentro dele sem perceber.

O estilo gráfico de Forager, característico do trabalho do HopFrog, dá uma estrelinha a mais de gracejos ao jogo. Consegue ser absolutamente fofo e ainda sim manter uma fidelidade sem abandonar a simplicidade da pixel art. Isso sem citar a qualidade nos detalhes de animação. Vale dizer que não é algo perfeitamente realista, mas supre todos os detalhes necessários para ser uma delícia de se assistir.

Imagem de Forager
Certeza que o custo da espada faz parte do dano

Se eu pudesse dizer algo a mais para convencer vocês a testar Forager, eu diria, mas fica aqui um ponto relevante. Este texto está, pelo menos, uma semana atrasado. Sabe por que? Porque eu não conseguia parar de jogar para poder escrever. Basicamente isso. Forager é incrível. Acabou me deixando solto demais para o meu gosto em alguns pontos, mas entendo que faz parte da proposta. Por fim, dê uma chance a Forager.

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