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Quem diria que, após quase cinco anos seu lançamento original no Xbox One em 2017, Cuphead receberia uma animação antes mesmo de uma DLC? Mas a realidade está ai e prova que Cuphead: A Série deu conta de chegar meses antes do novo conteúdo, The Delicious Last Course.

Cuphead: Don’t Deal With the Devil se tornou um clássico absoluto, ao pegar jogadores que se diziam o máximo por zerarem Dark Souls e joga-los em uma sala de tortura. Zerei a primeira vez no Switch e mesmo sendo desafiador, é um excelente jogo, caricato do inicio ao fim, com sua luta no inferno. Mas a série da Netflix dà conta do recado?

A resposta é sim, Cuphead: A Série é uma excelente adaptação do material original do jogo, mas com sua própria identidade. Por isso, não espere ver uma retratação do jogo aqui, mas sim um olhar nas aventuras dos irmãos em uma versão da história onde eles não caçam almas para o Diabo, mas sim agem como crianças na maior parte do tempo.

Imagem do review de Cuphead: A Série
Sempre que Mugman/Caneco faz essa cara, eu me racho de rir

Rubber hose animation ou algo mais convencional?

Diferentemente do jogo, Cuphead: A Série deixa de lado todo o processo de rubber hose animation, porém a essência continua em evidência. Dando lugar a um trabalho mais moderno, afinal, caso houvessem optado por animação de células, ainda estaríamos esperando a série ficar pronta.

A série fez questão de trazer a tona o sentimento de estarmos vendo um trabalho feito em cima destes moldes antigos. Muitas cenas abrem com uma aproximação de camadas, semelhantes a algumas animações da Disney. Isso sem contar quando misturam os personagens animados com lindos cenários de stop-motion. Um verdadeiro deleite aos olhos.

O mundo todo da animação segue as convenções da época da década de 30 e podemos ver isso claramente no design de personagens. O universo é expandido e podemos ver mais personagens secundários que aparecem ou não no jogo da MDHR, com Vovô Chaleira sendo de longe um dos mais engraçados.

Imagem do review de Cuphead: A Série
A série altera bastante a introdução de Xicrinho e Caneco com o Diabo.

A ilha Tinteiro é um lugar vivo e pulsante cheio de aventuras para os garotos. Mas por conta de expandir – e muito – a ideia original apresentada no jogo, várias mudanças tiveram de ser feitas, algumas para melhor, outras para “pior”.

Restruturação da empresa infernal

Cuphead: A Série traz um ar mais infantil ás aventuras dos irmãos. O conceito original de animações da década de 30, sempre era voltado para universos mais maduros, uma vez que os EUA estavam passando pela Grande Depressão. Com isso é possível ver que o jogo de Cuphead representa bem esse mundo de animações que tangem em universos mais maduros, com os irmãos perdendo suas almas em um Cassino demoníaco após serem desafiados pelo próprio Diabo.

Já Cuphead: A Série pega mais leve com os meninos e deixa eles serem crianças aprontando, aqui só Xicrinho fica na pendura com o chifrudo. Perdendo sua alma em um jogo de skee ball em um “Carnamal”. Porém diferente do jogo também, aqui não há missão de coletar as almas dos chefes, com os irmãos simplesmente fugindo do sete peles e ele perseguindo a alma de Xicrinho durante alguns episódios. Ou seja, Mantendo a boa e velha ideia sobre apostas, de que a casa sempre ganha!

Imagem do review de Cuphead: A Série
Diabo perigoso? Esse bebe coloca o capeta no bolso.

Vários chefes do jogo aparecem em episódios como antagonistas ou coadjuvantes. Chefes como as verduras do Root Pack, Ribby e Croaks e King Dice aparecem como antagonistas diretos da dupla, além do Demônio que já foi citado. Também podemos ver o dragão Grim Matchstick no fim de um episódio com Sr. Torresmo, o porco vendedor do jogo, os policiais de Rumor Honeybottoms e um rato semelhante a Werner Werman espalhados por alguns episódios, além de Cala Maria e Capitão Brineybeard na abertura.

Uma das grandes mudanças que eu pessoalmente torci o nariz foi com o Rei Dado. De longe meu personagem favorito no jogo, que deixou de ser o gerente do cassino para se tornar um apresentador em um game show de rádio, ao menos mantendo seu objetivo de roubar de almas. Combina com a proposta e a base do personagem de enganador, porém achei que ele ficou um tanto quanto subserviente demais, perdendo o carisma de gangster que possui no jogo.

Por hoje é só pessoal

Assisti a série toda duas vezes, uma vez dublado e outra legendado. No elenco americano temos nomes de peso como Tru Valentino, Wayne Brandie e Frank Todaro. Quanto à dublagem nacional, ela está excelente. Xicrinho foi dublado por Sergio Stern (Mordecai, Mike Wazowski), Caneco por Daniel Simões (Nobutaka Osanai de Tokyo Revengers) e Vovô chaleira pelo talentoso Carlos Gesteira (Poeira Rust-eze em Carros e Carros 3). Um show de qualidade.

Imagem do review de Cuphead: A Série
Spooky Scary Ghosts? Não, porque tem esqueletos neste episódio também!

Identifiquei também, no elenco de vozes, Nando Sierpe como Diabo, Malta Jr. como Croaks, Guilherme Lopes como Ribby, Bruno Rocha como Sr. Torresmo e Paulo Bernardo como Rei Dado. Apenas a voz da Srta. Calice me deixou na dúvida, mas acredito ser Aline Ghezzi. Os créditos da Delart não foram muito claros nesta parte.

Cuphead: A Série é uma excelente adição ao universo do jogo. É interessante ver a dupla de irmãos serem crianças, e não agentes do Diabo em missões obscuras de roubar almas. Diversão para toda a família do começo ao fim, com um estilo de arte gracioso, trilha sonora de ponta e uma ótima pedida para o fim de semana com seus 12 episódios.

Imagem de fundo do jogo Elsie, mostrando a protagonista e um enorme robô inimigo.

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