À primeira vista, Castle of Heart vai parecer um Dark Souls de plataforma pra muitos jogadores. É uma comparação inevitável, já que o game possui um visual um tanto semelhante. Foi o que pensei também ao ver o primeiro trailer do jogo da desenvolvedora polonesa 7Levels. Porém Castle of Heart é totalmente diferente da saga homônima da FromSoftware, lembrando mais uma versão mobile de MediEvil do que Dark Souls.
Água mole em pedra dura…
Castle of Heart tem um quê de jogos de celular, mas não se julga um livro pela capa e sim pela sua história, a qual é bem clichê e infantil. Não me entenda mal, pois eu não esperava que a história fosse igual aos contos de fadas de antigamente. Nela acompanhamos a história de um cavaleiro que, após se voltar contra um terrível bruxo para proteger o vilarejo e sua amada, foi transformado em pedra por uma maldição lançada pelo bruxo.
O vilão decide sequestrar a donzela em perigo, que ao derramar uma lágrima no cavaleiro de pedra o fez voltar à vida. Com isso o cavaleiro inicia uma nova aventura contra o tempo para salvá-la do mais profundo calabouço no castelo do malvado bruxo. É um jogo ou um livro de fantasia medieval, daqueles escondidos no fundo das prateleiras da biblioteca?
Se você bateu o olho na imagem acima e pensou “humm, que visual genérico”, não está enganado. Os cenários de Castle of Heart são todos muito simples, sem um grande apelo. O jogo é divido em 4 mundos, cada um com 5 fases, que são escolhidas através de um menu que lembra muito Castlevania: Lords of Shadow 2. As fases se dividem em temas clichê: burgos, pântanos, montanhas e castelo. A trilha então, é praticamente inexistente de tão monótonas e pouco inspiradas.
Partindo pra questão do “Souls-Like”, o jogo é bem difícil. Você vai ter que se desdobrar em algumas partes para poder passar determinados níveis, não porque o jogo é desafiador, mas sim porque ele é quebrado. Entenda que pelo fato do nosso cavaleiro ter sido transformado em pedra, ele possui um determinado tempo para se mover e esse tempo é a sua vida. Ou seja, corra como se sua vida dependesse disso, pois ela realmente depende.
Você irá encontrar vários plebeus que são controlados pelo mago, e se você depender apenas da sua espada você não irá longe porque eles são duros iguais… pedra. Por este motivo é melhor procurar por itens espalhados pelo estágio, como bombas, adagas e armas para usar na sua outra mão. Isso até ela quebrar, pois caso perca muita vida você perde um dos braços.
Os inimigos, por sua vez, se repetem em todos os mundos, mudando apenas um pouco de aparência. Já os chefões só irão aparecer no final da última fase de cada mundo, que por ironia não são tão desafiadores – e nem um pouco marcantes.
Se Castle of Heart parece injusto pra você, calma que tem mais. Há armadilhas espalhadas pelos níveis e variando entre inimigos fora de alcance, paredes de espinhos e movediças que irão lhe perseguir pelo nível (e matam ao relar em você).
O jeito é rezar para os seus pulos serem o suficiente para alcançar as plataformas e que a cambalhota evite os inevitáveis espinhos que sobem e descem em certos momentos. Existem certos itens que irão lhe ajudar durante as fases, inclusive algumas pedras vermelhas que recuperam energia e pedras azuis que irão aumentar uma barra de experiência, que por sua vez irá aumentar um pouco a sua vida e só; nada de aumento de ataque nem nada. Além disso, existem os cristais roxos que existem por razões que você irá descobrir ao jogar o game.
…Tanto bate até que fura
Para um jogo do gênero plataforma, Castle of Heart apresenta uma boa ideia. É só uma pena ver tal ideia ser tão mal implementada pela 7Levels. A dificuldade existe não de forma inteligente, pensada junto ao level design, mas sim como uma falha de balanceamento. Infelizmente é um jogo sem valor de replay ou memorável. Mesmo tentando passar uma imagem convincente de jogo imperdível com os trailers, ele falha em muitos pontos importantes. Assim como o protagonista, o jogo é uma pedra preparada para afundar.
Prós:
🔺 Jogo de plataforma original
Contras:
🔻 Controles que deixam a desejar
🔻 Dificuldade pouco regulada
🔻 Direção de arte pouco trabalhada tanto visualmente quanto na parte sonora
Ficha Técnica:
Lançamento: 20/03/2018
Desenvolvedora: 7levels
Distribuidora: 7levels
Plataformas: Nintendo Switch