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O mundo bélico é de longe um dos setores em que a humanidade mais investe desde a antiguidade, sempre inovando e trazendo armas cada vez mais letais. Call of Duty: Modern Warfare II está de volta após 13 anos para mais uma vez colocar o jogador de frente com ameaças terroristas.

Com novos e antigos aliados, Call of Duty: Modern Warfare II traz uma narrativa envolta em terror, acordos por debaixo do pano e traições que podem colocar a segurança do mundo todo em xeque. Resta uma vez mais para a Força Tarefa 141 a missão de salvar o mundo.

No corre pra evitar um mundo em chamas

Call of Duty: Modern Warfare II abre de maneira explosiva, literalmente, com Ghost ajudando Kate Laswell a se livrar de alguns membros do alto escalão da organização paramilitar Al-Qatala. Após isso, durante uma operação separada, Ghost e Soap encontram mísseis sob o poder de Hassan Zyani.

Call of Duty: Modern Warfare II
Allejandro quer apenas o melhor para seu país

Utilizando misseis balísticos americanos, Hassan e o restante das forças Quds pretendem lançar um ataque em escala aos EUA, destruindo o maior número de cidades possíveis. Soap MacTavish, Ghost, Price, Gaz, Alejandro, Rodolfo e outros membros da 141 irão se unir para impedir Hassan, mas é possível que nem tudo seja como esperam.

A campanha conta com 17 capítulos que narram os esforços e reviravoltas da equipe para realizar o resgate destas armas poderosas e evitar que uma catástrofe ocorra. Imprevistos ocorrem, informações se cruzam e a verdade é mais suja do que imaginam, tudo apresentado de forma cinematográfica.

Não me lembrava da campanha original ser tão emocionante e cheia de adrenalina assim. Obviamente, a narrativa sofreu uma adaptação para inserir outros personagens e colocar em questão a atual visão global que temos e eventos recentes. Isso faz com que o jogo acabe alterando o foco dos personagens e até mesmo um de seus eventos mais marcantes, na versão original.

Call of Duty: Modern Warfare II
Hora de fazer a limpa

Mudanças no teatro de guerra

Quando falam dos mísseis em si, não citam ogivas nucleares ou algo do tipo, apenas que são misseis interbalísticos e que a operação de Hassan pode e irá colocar muitas vidas em jogo. Talvez essa omissão em cima do aspecto atômico aconteça por causa da atual situação da Ucrânia e da Rússia, a fim de evitar golpes ou citações que possam acalorar discussões.

Como era de se esperar, a icônica e chocante missão “No Russian” foi cortada, sendo brevemente referenciada em uma cena animada ao final da campanha, em um avião. O que me leva a crer que farão um gancho com a missão “Turbulência” de Modern Warfare 3, mas também mudando os fatos.

Call of Duty: Modern Warfare II
Pronto para virar geleia com a C4 que está na porta

Muita gente pode acabar achando desnecessária a mudança de “No Russian” para algo fora do controle do jogador, porém são novos tempos e a maneira como foi executada deixa o jogador na espera e no anseio de saber qual o próximo plano do vilão. Só sabemos que Makarov está a espreita, pronto para o seu próximo passo.

Refinando a fórmula

Após Call of Duty: Modern Warfare (2019), tivemos Cold War e Vanguard. Pessoalmente, não tive interesse nas histórias destes games e Vanguard sequer tive prazer em jogar, uma vez que o gameplay não me agradou. Modern Warfare II, no entanto, pega a qualidade do gameplay do jogo antigo, um pouco da velocidade de Cold War e entrega algo incrível.

O beta, que aconteceu em 24 de setembro, nos deu um gosto do que esperar e valeu a pena. Modern Warfare II tem um gameplay suave e macio, permitindo ao jogador agir de maneira mais tática do que nos jogos prévios. É claro que a velocidade de saque e da mira ainda são reais em altas dificuldades e no multiplayer.

Call of Duty: Modern Warfare II
Quem realmente é Graves?

O multiplayer chegou com diversos modos novos, incluindo a volta do modo em terceira pessoa. Durante o beta, tivemos a opção de jogos como: ponto de controle, mata-mata em equipe, resgate de refém e o modo em terceira pessoa. Agora, com o jogo completo em mãos, temos acesso aos outros.

Um dos mais chamativos é um em que devemos plantar uma bomba, semelhante à Counter-Strike. Há também o modo de “Quartel General”, em que, em um mapa, um radar está sempre mudando de posição: um time o captura e o outro deve impedir que se ganhe pontos com o radar funcionando. Ganha a equipe que controlar o quartel general por mais tempo.

O multiplayer continua frenético como sempre, com varios “tryhards” e o pessoal escorregando eternamente. Agora, com a adição de se pendurar pela borda e atirar por cima dos muros, há um novo perigo: os inimigos de muro alto. Quando menos esperar, você só vai ver a cabecinha do inimigo levantar para te encher de pipoco com a pistola.

Call of Duty: Modern Warfare II
Pois nada é mais épico do que pular e roubar carros em movimento

Unidos somos mais fortes

Um outro modo que me chamou a atenção foi o cooperativo de raids, em que o jogador tem acesso à narrativas após os eventos vivenciados no modo história. Neste modo, o jogador e sua equipe, de até três jogadores no total, devem evitar que forças da Quds tomem o local.

Usando armamento providenciado por Kate Laswell e o que o inimigo derruba após sua morte, o modo raid é extremamente desafiador. Ainda assim é divertido e válido, uma vez que avança um pouco mais a trama do que espera a Força Tarefa 141 no futuro próximo.

Call of Duty: Modern Warfare II é um prato cheio, mesmo após tantas mudanças. Infelizmente, os fãs da velha guarda da série não poderão mais (pelo menos por enquanto) atacar as favelas cariocas. Call of Duty: Modern Warfare II troca o belo Rio de Janeiro pela quente e fantasiosa Las Almas, no México.

Call of Duty: Modern Warfare II
Somente vitórias no modo terceira pessoa

Uma coisa que me incomodou foi o novo menu e sistema de armamento, bem inferior aos jogos anteriores. Talvez seja pelo fato de ainda estar com muitas opções bloqueadas, posso estar me precipitando. Afinal, é uma ferramenta interessante, mas que mal utilizada pode acabar mais atrapalhando do que auxiliando.

A guerra mudou

O sistema de armamentos agora é bem mais complexo do que nos títulos anteriores. Determinadas armas e peças só podem ser desbloqueadas após um certo tempo de uso e de uma forma mais fraca, que depois melhora em armas mais fortes através de um caminho de evolução. Porém isso não é nada que uma skin comprada não possa liberá-la.

As armas possuem um recuo mais realista, além de se mostrarem leves ou pesadas em seu manejo e locomoção. Jogando no PlayStation 5, não senti a utilização dos gatilhos adaptativos. Não vi opção para ligar o feedback háptico nas configurações, mas quem sabe isso seja implementado em uma futura atualização. A função seria muito bem vinda, para simular gatilhos pesados como o dos fuzis.

Call of Duty: Modern Warfare II
Não adianta correr, amigão

A sonoplastia tem uma importante função tanto na campanha quanto multiplayer. Os sons são um dos fatores decisivos que podem garantir a vitória ou derrota de sua equipe, em ambos os modos. Inclusive, tenho jogado direto com o fone Pulse da Sony e tem sido uma experiência incrível.

Call of Duty: Modern Warfare II, tal qual seu predecessor em 2019 ou sua versão original de 2009, é excelente e cheio de estilo próprio. Os menus poderiam ser mais bonitos, o sistema de vantagens e armamento poderia ser bem mais simples, porém o jogo entrega muito bem o que prometeu. Temos uma história caprichada, com inimigos marcantes, soldados heróicos e um multiplayer capaz de prender os jogadores por muito tempo.