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Sempre admirei muito a Nintendo pelo seu esforço em criar jogos que fujam totalmente do convencional e busquem nos desafiar de jeitos diferentes. Por mais cabeça dura e exageradamente tradicionais que eles sejam, não dá para negar que é uma das poucas empresas da indústria em que a criatividade não tem limites e por isso suas franquias são completamente diferentes uma da outra. Big Brain Academy faz parte dessas franquias e provavelmente é uma que quase ninguém deve ter ouvido falar – mas vejam só, ela ainda vive!

A série Big Brain Academy começou no Nintendo DS com uma proposta simples e letal: temos aqui uma seleção de minigames muito rápidos que exigem bastante do nosso raciocínio lógico. É como se fosse um WarioWare, mas sem microgames com temáticas malucas e inusitadas. Cada um dos desafios presentes é categorizado em algum tipo de atividade que estimule nosso cérebro, então teoricamente quanto mais você jogar, mais inteligente vai ficar (ou não). Brain vs. Brain segue exatamente o mesmo caminho de seus antecessores e não ousou inovar em nada, mas pelo menos ainda se sustenta como um jogo de puzzles instigante e divertido.

Botando a jaca para funcionar

Assim como nos velhos tempos, os minigames de Big Brain Academy: Brain vs. Brain são divididos em cinco categorias: identificar, memorizar, analisar, computar (ou contar) e visualizar. Os nomes já são autoexplicativos e a estrutura do desafio é sempre a mesma, onde temos exatamente um minuto para resolver o máximo de testes possíveis, ganhando pontos com acertos e perdendo quando erramos. No final, nossa pontuação é avaliada e recebemos uma medalha de acordo com nosso desempenho.

Achas que tens o que é preciso para esmagares meu cérebro?

Um adendo legal de Brain vs. Brain é que a dificuldade é dinâmica, então você começa com desafios simples e tranquilos, mas conforme vai acertando, automaticamente o jogo vai elevando o grau daquele mesmo minigame. Caso você erre muito, também pode ser “rebaixado” para um nível menor, então o objetivo aqui é acertar o máximo possível e o mais rápido que conseguir para garantir muitos pontos. Pode acreditar, não é nem um pouco fácil, especialmente quando você chega na classe Elite; a partir daí, seu cérebro provavelmente já estará pedindo socorro.

No geral, são minigames muito simples que só envolvem completar figuras, contar coisas ou identificar animais, mas ainda assim não deixa de ser estimulante. Como cada partida só dura um minuto, você sempre quer jogar mais e demora um bocado para começar a se sentir cansado ou enjoar do ritmo do jogo. Para manter os jogadores interessados, ainda existe um sistema de recompensas que nos presenteia com itens cosméticos conforme jogamos, então é possível personalizar seu bonequinho com roupas e acessórios. Isso não serve para nada, mas pelo menos todos vão poder admirar sua beleza no modo online.

Desafiando cérebros

O esquema de perder pontos por errar um puzzle pode parecer injusto, mas convenhamos que se não tivesse essa penalidade, o jogo seria apenas um esmaga botão intenso onde você não faz um esforço real para pensar, apenas chuta todas as questões. Além disso, nos modos competitivos esse fator deixa tudo muito mais interessante e já agrega aquele famoso fator desesperador que os multiplayers da Nintendo costumam causar na galera.

Definitivamente é a batata

Big Brain Academy: Brain vs. Brain possui multiplayer local e uma gambiarra que eles chamam de modo online. O local pode ser jogado em até quatro jogadores e é basicamente um party game que só tem puzzles, sendo mais divertido do que parece – fica a dica aí para quem só fica no Mario Kart e Mario Party quando reúne os amigos. Já o modo online não é bem uma competição real, você só enfrenta “fantasmas” de outros jogadores, como aqueles de jogos de corrida onde não competimos com um jogador em si, mas contra o tempo dele naquela pista. Sendo assim, você só enfrenta registros e acredito que isso tenha sido uma forma de oferecer uma competição mais “justa”, sem risco de lag e outros fatores que possam favorecer um jogador e prejudicar outro.

Isso é tudo que você encontrará em Brain vs. Brain. É um joguinho que tende a ficar repetitivo, mas o multiplayer local acaba sustentando sua longevidade e nos fazendo voltar para ele vez ou outra. Além do mais, está saindo por um preço bem mais em conta que os lançamentos convencionais (apesar de ainda estar um pouco caro), então isso já serve de incentivo para os curiosos darem uma chance. Sua massa cinzenta certamente não vai se decepcionar!