Após quatro longos anos de produção, o estúdio alemão Threaks lançou esta semana seu game indie Beatbuddy: Tale of the Guardians. Você provavelmente nunca ouviu falar – a não ser que tenha acompanhado as notícias das edições recentes da PAX East e IGF (Independent Games Festival) – mas o que importa é que este game é simplesmente genial. Uma fusão perfeita entre aventura e música.
A história se passa no reino da Symphonia, um mundo cujo habitantes são sustentados pela Harmonia, a Melodia e o Ritmo, representados como antigos seres etéreos conhecidos como “Os Buddies”. Enquanto eles dormem, eles sonham com a música que enche o mundo de Symphonia. Os três são acordados diante de um problema: alguém ocupou o templo e quer controlar a música. Você encarna o Ritmo, Beatbuddy, em uma aventura que une ação e quebra-cabeças à trilha sonora de cada fase.
Symphonia se assemelha à um ambiente aquático, cujo os seres habitantes são plantas, ouriços, águas-vivas, caramujos, caranguejos, entre outros tipos. Neste universo, tudo emite um som específico. Há por exemplo uma planta que simula um bongô, usado para arremessar Beatbuddy contra outros bongôs ou para destruir barreiras de corais. Ao fundo temos uma trilha de base, que é completada com os sons que você e os outros seres reproduzem.

Tal trilha ganha potência quando você pega carona em uma espécie de veículo aquático, que além de resistir melhor aos danos oferece uma metralhadora para abrir passagens e eliminar os inimigos. O movimento deste veículo simula batidas musicais e possui um arranque que o faz ganhar velocidade. Beatbuddy também pode atacar, bem como dar impulso, interagir com objetos e usar seu sensor para descobrir sons escondidos.
A estrutura principal do jogo é composta por quebra-cabeças, os quais você deve resolver para avançar. Estes desafios são um misto de lógica e tempo, boa parte deles com inimigos para atrapalhar tudo. Estes desafios incluem redirecionadores de impulso, bongôs, barreiras e dispositivos mecânicos que devem ser ligados. O interessante aqui é que você nunca trava no jogo a ponto de ficar impaciente. Os quebra-cabeças são tão bem construídos que mesmo os mais difíceis não quebram a continuidade da aventura.
Ao total são 6 fases temáticas, cada uma dividida em 5 partes. Os cenários variam entre mina, selva, ruínas, acampamento, colmeia e um templo, todas desenhadas à mão e com características próprias. Cada fase possui sua própria música, compostas pelos artistas Parov Stelar (Beatbuddy Swing), Sabrepulse (Love Swing), Europa Deep (Lost in Yesterday), Curtis Newton (I’m Your Star), La Rochelle Band (You are the One) e Austin Wintory (Stingin’ Swing). E são músicas tão boas que fica difícil de eleger uma favorita.

Além de enfrentar inimigos e resolver os quebra-cabeças para avançar, você recolhe pedras preciosas que abrem extras – 60 páginas com fotos e detalhes dos bastidores da produção. Recolher todas as pedras é um desafio tão puxado quanto as moscas de Rayman Origins. Algumas pedras especiais, que somam uma quantidade maior, estão bem escondidas pelos cenários coloridos do game e exigem bastante exploração.
Beatbuddy: Tale of the Guardians promove muitas horas de diversão por um custo bem acessível: no Steam o game sai por menos de R$ 25. Beatbuddy está em português e disponível apenas para PC, Mac e Linux, mas a Threaks promete uma versão para consoles no futuro. Corre atrás, pois esta é uma aventura musical única e bastante satisfatória.