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Acredito que jogando Army of Two, passamos a acreditar que quase todos os problemas podem ser resolvidos com tiros e músculos. Army of Two: The 40th Day é a sequência de uma franquia de sucesso onde a proposta de cooperação entre amigos tornou-se o grande trunfo da série. Concordo que o modo cooperativo não era uma grande novidade para a época. Ainda assim acredito que por ser um trabalho exclusivamente em dupla, o jogo conseguiu criar um novo clima nos jogos de tiro em terceira pessoa.

Para quem ainda não conhece, Elliot Salem e Tyson Rios são dois ex-militares que trabalham para uma organização conhecida como TransWorld Operations, ou TWO. Resumindo, são dois mercenários com o lema “pagando bem, que mal tem”. E assim começa toda a trama: Salem e Rios estão em Shangai para uma missão “comum”. No entanto logo ao finalizar esta tarefa, toda a cidade começa a ser destruída por mísseis. As cenas de destruição estão ao melhor estilo do famoso filme Duro de Matar. Logo, nossos queridos mercenários possuem novos objetivos: sobreviver e descobrir os motivos deste caos.

A história não é o ponto mais forte. Ela perde muito de sua força por conta dos personagens, principalmente Salem e Rios. Muitas vezes a destruição da cidade ou até outras situações graves são tratadas como um simples passeio no parque. Mesmo a amizade entre os dois é muito pouco explorada nos eventos e na história. Demora muito para nos identificarmos com algum deles. Além disso, em alguns momentos podemos tomar decisões quanto ao rumo da história. Por exemplo, podemos matar ou não um informante ou um simples guarda noturno. As decisões alteram o seu nível de moral, para “bom ou mau”, mas nem de longe alteram o destino da história. Nem mesmo precisam tomar decisões vitais para nossa sobrevivência ou entre a vida de reféns. Todo o percurso do roteiro é bastante linear independente de suas decisões. Os efeitos destas decisões sobre os personagens é mostrada em seguida, numa linguagem visual muito bem elaborada que lembra uma HQ.

Army of Two: The 40th Day

O jogo ainda recebeu um polimento na jogabilidade e outros elementos que ficaram a desejar na primeira versão. Uma das mais interessantes é a possibilidade de personalizarmos nossos equipamentos. As opções agora aumentaram bastante, mas durante o jogo é difícil de notar se aquele upgrade na arma realmente fez diferença. As mudanças em geral são muito sutis para serem notadas, além da própria aparência é claro. É uma atividade bastante divertida, principalmente editar as máscaras. Podemos entrar no sistema de edição e upgrade das armas a qualquer momento (menos durante as batalhas) sem precisar passar em uma loja ou coisa do tipo. Mas como disse, é difícil notar o aumento de poder das armas ou outras características. A mais notável fica por conta dos silenciadores.

A movimentação dos personagens melhorou também, tudo parece mais fácil e rápido. Isso deixou a jogabilidade mais fluida. O famoso Agroo System continua bom. Para quem não sabe, esse sistema faz com que um dos personagens chame a atenção dos inimigos como isca, para que o outro possa ter liberdade no ataque individual. Além disso temos o sistema de GPS onde podemos marcar os inimigos deixando-os visíveis no mapa. Isso facilita muito as estratégias de ataque, mesmo no single player.

Salvar os refés ou eliminar alvos simultaneamente são outras alternativas ao recurso do GPS. Neste caso mais uma vez o sistema de moral é estranho. Se você salva os reféns e prende os criminosos você é bom e ganha itens ou dinheiro. Porém se você seguir o camiho do “Mal” não ganha nada. O sistema do jogo parece te forçar a ser politicamente correto sempre para ter recompensas. Mas poderiam ser um pouco mais abertas essas decisões e fatos. Eu poderia matar todos os reféns e roubar o dinheiro dos bolsos deles, por exemplo. Essa linearidade na história e nas decisões deixa o enrendo empobrecido e sem sentido.

Army of Two: The 40th Day

Claramente este jogo não oferece a diversão máxima no modo single player. A inteligência artificial melhorou, mas é difícil jogar e dar ordens ao seu parceiro o tempo todo. Algumas decisões são bem óbvias, como no caso de escolher uma sniper e seu parceiro passar a usá-la também para um ataque em conjunto. Mas não espere que ele tenha a esperteza de aproveitar um vacilo dos inimigos e arrancar várias cabeças.

Os inimigos também não demonstram muita inteligência, tanto no ataque quanto na defesa. É bem fácil cercá-los e até mesmo prever sua movimentação. Cooperando com um amigo você domina a situação facilmente. É um modo de jogo divertido, mas deveríamos ter inimigos mais espertos. Além deste modo temos algumas outras opções para o multiplayer como o Partner Deathmatch, onde jogamos com um amigo contra outras duplas (no total máximo de seis equipes). Warzone é outro modo bem interessante onde formamos duas equipes de seis integrantes para completarmos missões variadas como desarmar bombas ou eliminar alvos pré-determinados. Control funciona similarmente com duas equipes de seis integrantes, mas aqui o objetivo é dominar áreas do mapa. E finalmente o modo Extraction, que permite quatro jogadores num time contra uma horda de inimigos. Os modos multiplayer garantem muito mais diversão, apesar de não inovar em sua mecânica.

Army of Two: The 40th Day é um game muito divertido e que evoluiu bastante nesta segunda versão. Temos alguns problemas sim, falta de personalidade na história juntamente com um sistema de moral mais elaborado. Graficamente ele é muito bonito, mas a qualidade varia em certos mapas. A inteligencia artifical do companheiro é boa mas não surpeende, e deveria ser mais focada nos inimigos pois a proposta e foco do jogo é total no cooperativo. Um bom jogo sim, mas não vai ficar muito tempo no seu console por oferecer uma experiência mediana.

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