Seja bem vindo a 2089, ano em que um super meca é desenvolvido para salvar a humanidade lutando contra as tropas da organização HUMNX, que pretende dominar o mundo e roubar a tecnologia do seu meca. Você encarna um renomado piloto de meca que, logo no início, realiza testes com o novo robô no melhor estilo Pacific Rim, com direito a neurolink e tudo mais. Durante os testes, seu bunker sofre um ataque surpresa, lançando seu super meca precocemente à batalha. Ou seja, mehhhh!!! Mesma plot de sempre, numa tentativa de enfiar alguma narrativa interessante ao jogo Archangel.
Voltando aos anos 90
Archangel é um rail shooting game que lembra os clássicos arcades dos anos 90, como Virtua Cop 2, Panzer Dragoon e The House of Dead. Apesar dos gráficos melhorados, o objetivo é aquele básico de sempre: atire em tudo que se mover. O visual, trabalhado pela Skydance Interactive, até que impressiona levando em consideração as limitações do VR.
No PC o game é um pouco mais bonito, enquanto que no PSVR (PS4) os gráficos apenas se mantém na média. A campanha de Archangel é completamente linear, onde seus movimentos são limitados a um percurso fixo, sendo possível mexer apenas o campo de visão e braços. Ou seja, dá pra jogar de boa sentado ou em pé sem se mover pelo ambiente.
Desde o início, é possível sentir as limitações no gameplay. Além de ficar olhando pros lados e aturando seus amigos gritando por ajuda, você utiliza seus braços para atirar e usar um escudo temporário. É possível também desferir golpes no ar e nas estruturas do cenário, como por exemplo destruir um gerador de energia. São comandos simples e divertidos no início, mas que enjoam com o tempo.
Enquanto seu meca vai andando, você fica mirando em todos os inimigos e misseis lançados contra você. Prédios caem, tanques explodem, mais blá blá blá vindo dos seus amiguinhos (que andam sempre ao seu lado) e boom, boom boom… Alguns chefes são até interessantes, mas nunca fogem da fórmula arcade “atire sem pensar”. Existe uma certa variedade de armas para usar, o que deixa Archangel muito mais interessante, mas a curta duração da campanha (2 horas, ao total) não permite explorar direito este potencial.
Archangel, um jogo do futuro no passado
Quando jogamos um jogo VR, sempre estamos atrás de novas experiências e sensações para ficar boquiaberto. Archangel bem que tentou fazer isso, mas entrega apenas um game mediano com bons gráficos e intenções. A proposta de combate com mecas e VR ainda é algo a ser melhor explorado e Archangel deixou de lado grandes possibilidades, como tentar novos controles e permitir maior liberdade na movimentação. Se tratando de VR, não há mais espaço para controles simplórios e gráficos bonitinhos. Num mundo virtual com milhares de possibilidades, ficar focado no “apontar e atirar” não prende os jogadores por mais que 15 minutos. Isso sem contar o preço elevado do game, que afastará até mesmo os entusiastas por mecas.