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Quando vi o anúncio de Aeterna Noctis pela primeira vez, fiquei super interessado no jogo, já que parecia ser um metroidvania de mão cheia. Logo depois joguei a demo disponibilizada na Steam e essa expectativa foi um pouco frustrada por conta de falhas na mecânica de saltos. Os pulos não pareciam funcionar por algum motivo. Mas, felizmente, esse problema não veio para a versão final.

Desenvolvido por Aeternum Game Studios, o jogo traz características que o fazem realmente ser um metroidvania. Muita exploração com vai e volta para os mesmos lugares, habilidades diferentes que são destravadas com o progresso, combates rápidos e dinâmicos. Aqui devo destacar já de cara que Aeterna Noctis bebeu muito da fonte chamada Hollow Knight. Então o jogo é uma cópia ou usa bem o que o jogo do cavaleiro vazio trouxe? Vamos descobrir.

Rei e Rainha em seu eterno confronto

A narrativa é relativamente simples: um rei, que representa as trevas, e uma rainha, que representa a luz, travam um embate eterno depois de serem condenados por Caos, o deus desse universo. O problema é que o perdedor cai no mundo dos homens e perde todas as suas habilidades. No comando do rei das trevas, você deve recuperar todas as suas habilidades perdidas, juntar suas forças e enfrentar novamente a rainha da luz. Parece simples, mas tem suas reviravoltas.

O guardião, que tem a aparência da morte, é um personagem importante

Algo sobre a narrativa que achei bem interessante, é que as cinemáticas animadas tem narração em português. Mas não o nosso português ou o de Portugal, sei lá, parece estranho, parece um gringo que aprendeu a falar português e escolheram ele. Mas não se preocupe que não é nada bizarro como o que aconteceu em Max Payne 3. Já as legendas de Aeterna Noctis estão todas em PT-BR. Joinha pra eles. Todos os diálogos têm vozes e os personagens falam uma língua criada pro jogo, “Aeternian”, o que é admirável.

Ao iniciar o jogo e dar os primeiros passos (tutorial), o jogo já solta você e a exploração começa. Assim como em Hollow Knight, o mapa precisa ser adquirido, então boa parte da exploração inicial é às escuras. Existe um vendedor que vende mapas, mas estranhamente, ele só vende a região inicial. As outras regiões precisei ir às cegas, mesmo que o mapa mostre a região de forma borrada sem comprá-lo. Não ficou claro como achar o vendedor de cada região, ou o que fazer para isso acontecer. O fato de não conseguir ter acesso aos mapas de forma plena, dificultou bastante a jogatina.

O jogo conta com 16 regiões diferentes e realmente são únicas. O trecho inicial inteiro é escuro e morto, do nada você sai em um lugar de dia e florido, então desce para o meio do fogo, vai para cavernas cheias de cristais, uma torre que faz você querer desistir do jogo e mais. Aeterna Noctis foca muito em puzzles de plataforma. Como assim? Espere muitos saltos precisos em meio a muitas armadilhas e, se falhar, tem que fazer tudo de novo.

Existe uma forte sensação de Castlevania Symphony of the Night também

Não erre o salto em Aeterna Noctis

Aqui quero destacar algo que pode ser tanto um ponto positivo, quanto ponto negativo. O jogo é re-che-a-do de trechos de plataformas com armadilhas. Alguns são estupidamente difíceis, chegando a ser desnecessários. Outros empolgam, pois trazem um nível de desafio bem interessante, acima do normal. Neste trailer é possível ver o que passei e o que você passará caso decida jogar. A torre que mencionei foi um tormento pra mim. Ela inteira é um gigantesco puzzle de plataforma. No final deu certo, com muito estresse.

O rei das trevas tem uma grande árvore de habilidades e melhorias para serem destravadas, nisso o jogo se mostra bem competente. Existem vendedores espalhados vendendo diversos itens, desde os banais, até os super caros, mas que ajudam muito. Aeterna Noctis dispõe de checkpoint espalhados para caso der errado (e vai dar), além de um checkpoint principal por região. Em forma de trono, nele é possível recuperar sua vida e frascos, fazer fast travel, além de mudar habilidades.

A movimentação é bem fluída, os combates são bem dinâmicos, principalmente depois que você consegue mais habilidades e armas, o que demora um pouco para acontecer. O rei vai ficando mais forte conforme você acha as chaves das câmaras em que os poderes dele se encontram. São dez deles e os dois primeiros são os mais fáceis de conseguir.

Consegue identificar onde você não pode encostar?

Inspirado no melhor

Aeterna Noctis tem uma variação interessantes de inimigos, basicamente cada região tem seus próprios monstros. Infelizmente a maioria deles não são muito desafiadores. Os trechos de puzzles de plataformas são bem mais difíceis. Já os chefes oferecem a dificuldade que um boss deveria oferecer, isso é bem equilibrado. Ao matar os inimigos, eles dropam dinheiro e sangue, que enchem os seus receptáculos, que podem ser usados tanto para encher sua vida, quanto para habilidades, exatamente como funciona em Hollow Knight.

O jogo tem um visual belíssimo. Os desenvolvedores dizem que o jogo foi desenhado a mão e realmente dá para ver o capricho tanto nas partes desenhadas com os personagens e cenários, quanto nos efeitos visuais em 3D, tudo muito bonito. A trilha sonora também é envolvente e misteriosa e acompanha o ritmo do jogo. Infelizmente alguns trechos muito específicos do jogo sofrem com quedas de FPS. Nada que estrague sua jogatina, mas é válido mencionar.

Dá pra tocar músicas com partituras que você acha, ou arranhar alguma coisa

Aeterna Noctis é um metroidvania de mão cheia e o melhor é que ele tem fortes inspirações em Hollow Knight que, quase que unanimemente, é considerando um dos (se não o maior) metroidvania de todos os tempos. O jogo é bem desafiador na parte de exploração, tem boas batalhas de chefes que envolvem mais do que só dar porrada, mas peca no excesso de armadilhas espalhadas por todas as regiões, às vezes num nível que frustra. Porém é um jogo super recomendado para amantes do gênero.

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