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Todo mundo precisa de um respiro de vez em quando. Viver na cidade grande traz uma série de comodidades, mas pagamos um preço muito alto para usufruir disso. Às vezes, tudo que precisamos é entrar na natureza, respirar um ar puro, sentir a brisa bater no rosto e esquecer um pouco de toda a pressão do nosso cotidiano.

É claro que nós não podemos jogar tudo para o alto a hora que bem entendermos, então é para isso que jogos como A Short Hike existem. Este ano já tivemos Animal Crossing: New Horizons, que provavelmente é o melhor jogo de “fuga da realidade” da atualidade, mas 2020 está sendo um ano tão caótico que, quanto mais jogos relaxantes aparecerem por aí, melhor.

A Short Hike é de um charme e uma simplicidade tão grande que chega a encher os olhos. Já se tornou um dos meus jogos indies preferidos deste ano, sem dúvidas.

Trilha ecológica

Neste jogo encarnamos uma canarinha chamada Claire, que ao que tudo indica é uma criança. Claire foi passar as férias com sua tia em um conglomerado de ilhas que funcionam como uma reserva ecológica e lá ela não tem sinal de celular, internet ou qualquer outra comodidade da vida urbana. Nossa aventura começa quando ela decide enfrentar a trilha do maior pico local para conseguir sinal de telefone, mas logo ela descobre que a vida é muito mais que “zap zap”.

Desde o começo você pode sair vagando pela ilha, conversando com qualquer animal que encontrar e fazer o que quiser. Ainda que o objetivo principal seja escalar o pico, você começa com pouca stamina (representada por penas douradas) e precisará encontrar um bocado de penas para ganhar mais fôlego e avançar na sua missão principal.

Eu já não te vi no Animal Crossing?

Os gráficos são tridimensionais, mas fazem bom uso dos pixels, dando uma estranha sensação de nostalgia. Você pode alterar nas opções se quer pixels maiores ou menores (para deixar as animações mais fluidas), mas independente de como for, o visual do jogo tem um charme sem igual. Dá vontade de morar naquela ilha!

A Short Hike lembra um bocado Animal Crossing. Ainda que a proposta dos dois jogos seja bem diferente, aqui todos os personagens são animais, os diálogos são engraçadinhos, a trilha sonora muito relaxante e o jogo consegue fazer você se sentir bem do início ao fim. Não existe pressão nenhuma sobre o jogador a respeito do que ele deve fazer ou quando, o único objetivo é explorar a ilha no seu ritmo e se divertir!

A maioria dos animais que você encontra vão te oferecer alguma sidequest, que em sua maioria são muitos simples. Geralmente teremos que encontrar algum item específico, falar com outro bicho, comprar alguma coisa deles e coisas do tipo. Conforme você vai ajudando os habitantes da ilha, vai recebendo novos itens que vão te ajudar na sua aventura, então sempre vale a pena ajudar todo mundo.

Crianças também precisam brincar!

Na natureza selvagem

Ainda que o mapa do game não tenha um tamanho absurdo, a exploração aqui é levada muito a sério. As ilhas se dividem em níveis inferiores e superiores e você pode sair nadando pelo oceano até não poder mais (pode ser que não tenha nada para ver lá, mas é a vida). Outro ponto importante é que não existe mapa no jogo, você precisa se guiar pelas placas ou a base da sua memória fotográfica, o que tem tudo a ver com a proposta! Seu único guia será uma bússola que ganhamos de um NPC, mas ainda assim você vai se perder um bocado (e isso não é algo ruim).

Muitos lugares estarão inacessíveis até que você obtenha um número considerável de penas douradas. Elas permitem que Claire dê vários pulos em sequência, escale paredes ou plane por mais tempo. Tudo isso é essencial para a exploração, mas dificilmente você vai se lembrar dos lugares que teve de deixar para trás, principalmente pelo fato do jogo não ter mapa. Quem quiser descobrir todos os segredos vai precisar decorar de cabo a rabo cada parte da ilha, mas felizmente não é nada tão extenso.

Vivendo no limite.

Todos os comandos são muito simples e funcionais, a única coisa que incomoda um pouco em certos momentos é a câmera. O jogo segue com uma câmera isométrica o tempo inteiro, mas por vezes o personagem se movimenta mais rápido do que ela consegue acompanhar e fica difícil de saber para onde estamos indo. Isso acontece principalmente quando estamos próximos do limite de cada ilha (nas praias, mais especificamente).

Fora a câmera, só me incomodei um pouco com os controles do barco. Em certo momento poderemos pilotar um bote motorizado e ele é bem rápido, até aí tudo bem. O problema é que é quase impossível conseguir virar esse bote de primeira ou acertar a direção que você quer ir. Não consegui entender se os controles se invertiam ou tinha um próprio padrão para movimentar o barco, só sei que foi frustrante.

Mas isso não é nada perto da experiência como um todo, que foi incrível e ainda me deixou com gostinho de “quero mais”. A Short Hike chegou timidamente ao Nintendo Switch e assumo que, se não tivesse sido anunciado no Nintendo Indie World Showcase de agosto, passaria batido por mim. Agora que você já sabe da existência dele, não tem desculpa para não jogar!

Review – Pepper Grinder

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