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A convite da CD Projekt Red, nesta terça (6) assistimos aos dois primeiros episódios de Cyberpunk: Edgerunners (Cyberpunk: Mercenários, no Brasil), anime que expande o universo do seu maior – e mais polêmico – lançamento, Cyberpunk 2077. A animação, produzida pelo estúdio Trigger (que conta com alguns sucessos no currículo, com destaque para Kill la Kill e Little Witch Academia) e distribuída pela Netflix, será lançada oficialmente muito em breve, no dia 13 de setembro, então viemos aguçar um pouquinho sua curiosidade com nossas primeiras impressões do início.

Começando com uma breve contextualização, Cyberpunk: Edgerunners traz uma história independente ambientada em Night City, então quem jogou o jogo com certeza vai se sentir em casa. O protagonista da vez é David Martinez, um jovem marginal que, mesmo com todo o esforço da sua mãe de inseri-lo no mundo dos corps, sabe bem que a elite daquela cidade não dá vez para quem não é um dos seus. A vida em Night City não é amigável, muito menos fácil, então não demora para David perceber que aqui os fracos não tem vez e, para ter uma chance de sobreviver, ele precisará da ajuda da tecnologia.

O primeiro grande acerto de Edgerunners é a transição de todo aquele mundo futurista que vivenciamos no jogo para um anime – nativamente japonês e não ocidental, como alguns podem confundir. Achei simplesmente incrível a forma como retrataram com perfeição cada detalhezinho do game, incluindo a grande torre de hologramas que vai de Night City até as nuvens, as expressões utilizadas no vocabulário dos personagens, a depravação de uma cidade arruinada pela tecnologia e desigualdade, dentre tantos outros fatores. Como dito antes, quem jogou vai se sentir em casa.

O segundo acerto é o fato dessa ser uma história avulsa e, pelo menos até onde nos foi mostrado, não ter nenhum tipo de participação ou referência aos personagens que temos no jogo. Não duvido que vá rolar fan service em algum momento, como uma referência à Samurai, uma citação ao Silverhand ou, quem sabe, até mesmo ao V (dependendo de onde esse anime se encaixa na linha temporal desse universo). Pelo menos, ficou claro que o foco da história não vai girar em torno de figuras carimbadas de Cyberpunk 2077.

Cyberpunk
Dessa galera aí, só conheci dois e já considero pacas

A decisão de fazer um anime japonês e não uma animação ocidental também caiu bem. A temática cyberpunk em si tem lá sua conexão com a cultura nipônica, então esse detalhe já gera uma certa “familiaridade” entre as duas coisas. Contudo, é o exagero tão típico dos animes que acaba sendo o grande trunfo de Edgerunners. Nem é necessário ter jogado Cyberpunk 2077 para saber que tudo envolto a esse tema gira em torno de violência desenfreada, sexo explícito e outras coisinhas que costumam ser tabu na nossa sociedade. Aqui tem tudo isso de montão e sem filtro, então tirem as crianças da sala.

Se tratando da dublagem, o original em japonês segue o padrão de qualidade que já conhecemos nos animes, então esse seria o jeito mais seguro de assistir. Por outro lado, tivemos a oportunidade de ver o primeiro episódio em português e posso afirmar que a qualidade da dublagem nacional está excelente. Eu mesmo não assisto nada dublado, mas quando o segundo episódio começou com o áudio original, senti falta das vozes em pt-br. Se alguém ainda quiser ir além e assistir em inglês, pode se surpreender com algumas das vozes, então fique de olho no elenco (só não entrego quem está lá para não estragar a surpresa).

Você com certeza vai reconhecer vários lugares que visitamos no jogo

Os dois primeiros episódios servem mais como uma introdução à realidade de Night City e a alguns dos personagens-chave do enredo, então provavelmente a coisa só começa a esquentar a partir do terceiro. Ao todo serão 10 episódios e o potencial é grande. Tem tudo para ser um excelente complemento àquilo que já vimos no jogo. Como o início já foi promissor, espero que se mantenha na mesma qualidade até o final – e assumo que estou bem ansioso para assistir. A boa notícia é que a espera já está quase acabando!