Um novo filme da série Resident Evil se aproxima. Estaremos nós mortais prontos para uma nova adaptação cinematográfica da franquia de zumbis? Resident Evil: Welcome to Raccoon City deixa Paul W. S. Anderson e Milla Jovovich de lado para dar chance a dupla Johannes Roberts e Greg Russo. Johannes fez sucesso com seu recente filme de tubarões, Medo Profundo, e Greg Russo volta às telas com adaptações de games pós Mortal Kombat.
O que podemos esperar desta nova adaptação? Bom, não querendo agourar logo de cara, temos que admitir que as adaptações cinematográficas de games nunca foram lá aquelas coisas. E o recente trabalho de Greg Russo foi menos do que espetacular. Então é bom irmos com esperanças ponderadas e evitar aquele hype desenfreado.
Com um novo cenário sendo introduzido em Resident Evil: Welcome to Raccoon City, teremos uma fusão de Resident Evil 1 e 2 em um evento simultâneo. Ou seja, ao invés de termos os clássicos cenários entre 0/1 e 2/3, aqui vamos para uma adaptação dos eventos do primeiro e segundo jogo, o que acredito que seja um passo ousado.

Guerra fria dos trailers
Conferi as duas versões do trailer: a primeira norte-mericana, que foi mais difundida pelo mundo todo, e a russa. Esta segunda enviada para mim através dos amigos da Humans of Resident Evil. Admito que o trailer russo, além de melhor produzido, consegue passar mais do que podemos esperar do novo filme em relação à versão norte americana.
O tom mais sóbrio e direto funciona bem melhor que o excesso de cenas de ação com a música “What’s Up”, da banda 4 Non Blondes, ao fundo. E de quebra ainda nos mostra mais da mansão Spencer, o ataque a R.P.D e até mesmo um tiroteio por mãos de agentes da Umbrella.
Porém ambos conseguem passar a ideia geral de que o filme irá abordar eventos tanto do primeiro quanto do segundo jogo. A pergunta agora é: será que vai dar certo?

Rostos familiares, mas nem tanto
O elenco de Resident Evil: Welcome to Raccoon City é bem diversificado. A atriz anglo-brasileira Kaya Scodelario, da franquia Maze Runner, lidera a trama como Claire Redfield ao lado de Robbie Amell como Chris Redfield. A decisão de casting que mais abalou, no entanto, foram a de Jill e Leon. Eles serão interpretados pela talentosa Hannah John-Kamen (a Ghost de Homem-Formiga e a Vespa) e Avan Jogia (o Berkeley em Zumbilândia: Atire Duas Vezes), respectivamente.
Como Wesker teremos Tom Hopper, que faz Luther em The Umbrella Academy. Uma escolha sensata, já que possuem portes semelhantes. Para completar o time dos mais famosinhos dos games temos Lily Gao como Ada, Nathan Dales como Brad Vickers, Donal Logue como Chefe Irons e Neal McDonough como William Birkin.
O elenco é de peso, com atores excelentes na produção, mas somente isso não irá garantir o sucesso do filme.

Umbrella: mais que uma empresa, um estilo de vida
Nas minhas “ratazanadas” pela internet dei uma checada na sinopse geral. Claire Redfield estará retornando a Raccoon City, afim de expor as ações criminosas da Umbrella. No filme, a empresa já terá deixado a cidade, inclusive quebrando a sua economia – uma vez que a farmacêutica estava atrelada ao dia a dia da cidade. Além disso, pessoas tem desaparecido aos montes e muitos boatos andam surgindo sobre o que pode estar havendo.
Claire volta para expor para seu irmão, Chris Redfield, algo que ela já havia dito no passado: que a Umbrella é uma empresa terrível e que a segurança dos cidadãos está em risco. Chris pede para que ela abandone suas teorias infantis. Claire então mostra ao irmão um arquivo de vídeo enviado à ela por Ben Bertolucci, um jornalista que está investigando a Umbrella Corporation e informa sobre um suposto surto na cidade.
As informações que encontrei vão até aqui, mas como temos agentes da Umbrella pelas ruas, muito provavelmente um surto do T-Virus irá se espalhar. Já Chris, com as novas provas, irá propor uma missão até a mansão Spencer para descobrir mais sobre as teorias que sua irmã expôs, entrelaçando as duas tramas.

Partindo de um ponto mais especulativo, creio que tal decisão seja muito negativa para a trama. Existem partes que podem ser cortadas sem problema algum, de ambos os games, e que não serão tão nocivas para o entendimento da história. Porém, existem cenas importantes demais para serem comprimidas desta maneira.
De olho nos detalhes
Pelos trailers é possível observar que teremos vários easter eggs, para o delírio da fanbase. Os que mais se destacam nos trailer são o zumbi escrevendo Itchy Tasty (a última passagem do Keeper’s Diary em Resident Evil 1), a aparição de um soldado Umbrella parecido com Hunk, Lisa e até mesmo os gêmeos Ashford, o que indica um futuro projeto relacionado a Code Verônica.
No trailer russo, por sua vez, podemos ver a introdução de Resident Evil 2 Remake sendo feita quase de forma idêntica. Exceto pelo fato de Claire e um Dobermann acompanharem o motorista, que seria infectado em seguida tombando o caminhão na via principal de Raccoon City, separando Claire e Leon.

Tudo indica que Nemesis e Mr. X, ambos de Resident Evil 3, serão deixados de lado. Afinal de contas os estudos de Tyrants sofrem um grande salto entre o primeiro e segundo título, com Chris indo pra Europa justamente pra descobrir os planos da Umbrella, com a França liderando o projeto Nemesis.
Sic Semper Tyrannis
Com isso chegamos ao final dessa pequena análise dos trailers. Recapitulando, o filme irá trazer uma mistura de elementos dos remakes de Resident Evil 1 e 2. Podemos ver a mansão Spencer em uma versão mais humilde, em relação a original. Lisa irá assombrar os corredores do local, junto dos outros infectados. E os Crimson Head, será que irão aparecer?
Além disso, preciso mencionar que a máscara feita por Lisa com a pele da pesquisadora, que tenta se passar pela mãe da mesma, está muito emborrachada. Vamos melhorar esse couro aí, Sony! Já no cenário de Raccoon City teremos também infectados pelo T-Virus rondando a cidade e a R.P.D, além dos bizarros lickers.

Mesmo sem Mr. X e Nemesis teremos sim um Tyrant surgindo, mas ele é diferente de tudo que já fora visto. Claro que o CGI ainda não está 100% pronto, pelo menos espero eu que este seja o caso. À primeira vista, acreditei que fosse uma adaptação do Tyrant T.A.L.O.S. Mas acho que dificilmente irão usar uma criatura tão pouco conhecida assim. Então resta acreditar, por hora, que esta seja uma das formas que Birkim irá assumir enquanto infectado pelo G-Vírus.
Os trailers podem até ampolgar, mas confesso que não entrei no hype que anseava. O filme pode até provar que os envolvidos tem um bom conhecimento dos eventos nos jogos, mas não de como ajustá-los de maneira coerente. O jeito é aguardar por mais novidades e torcer para não vermos apenas um filme de ação com cosplays, zumbis e cérebros explodindo nas telonas.