Bons tempos em que eu passava horas e horas disputando partidas de Worms. Disputas acirradas, animadas e que quase sempre terminavam em pancadaria de verdade com alguém machucado e a gente de castigo sem poder usar o computador por alguns dias. Eu até quis continuar jogando a série em alguns videogames que tive, mas nunca achei que os jogos se encaixassem bem fora do esquema ‘mouse e teclado’, sem contar também que os jogos mais recentes da franquia não deram muito certo e foram facilmente esquecidos, como a malfadada versão 3D. Esses fatores fizeram com que eu me afastasse da série… Até chegar o Worms W.M.D.
Já são mais de 20 títulos da franquia, somando os jogos principais e spin-offs, e muitas tentativas frustradas. Mas dessa vez a Team 17 acertou a mão. Worms W.M.D volta às raízes conseguindo ser aquele game divertido que todo mundo adorava e ainda trazendo inovações. Cenários 2D, estratégia apurada, muito humor e, claro, as famosas armas clássicas agora unidas à adições muito bem vindas. Afinal, quem não gosta de usar mecas (aqueles robôs estilo Titanfall) ou até mesmo tanques pra mandar os inimigos de volta pra debaixo da terra ( ¯\_(ツ)_/¯ )?
O visual do jogo é bem bonito. Os cenários cartunizados são bem construídos, criativos e altamente destrutíveis. Infelizmente não foi dessa vez que resolveram por completo um problema que sempre me incomodou: quem não se lembra de ter explodido uma parte do mapa e ter sobrado um único pixel, quase invisível e que atrapalhava a movimentação de alguma minhoca? Isso foi melhorado, mas não eliminado. Quem sabe no próximo jogo eles acertam de vez.
Quanto a jogabilidade, como já comentei, nunca consegui me adaptar sem o ‘mouse e teclado’. Sempre achei que não combinava usar controle e nunca consegui jogar por muito tempo assim, pois enchia o saco. Mas dessa vez a utilização do controle ficou muito melhor, mais intuitiva e fácil. Não é perfeita e continuo achando que essa série fica melhor no PC. Me peguei confundindo alguns comandos aqui e ali, mas nada que comprometa muito a experiência.
Em compensação, novas armas e mudanças na jogabilidade trazem muito mais diversão. Além do mecas e tanque de guerra, ótimos pra detonar o time adversário de forma bem fofinha, há um helicóptero para aumentar as possibilidades de ataques aéreos. Há também armas fixas nos cenários e, pela primeira vez na franquia, você pode criar armas durante os turnos. Basta pegar itens durante a partida e ir montando armas mais poderosas, que podem virar totalmente a partida. Infelizmente, esse menu de construção é um tanto confuso.
Como sempre, dá para personalizar muita coisa: nome da equipe, das minhocas, suas vozes, aparência, a forma como dançam quando vencem e sua lápide, que aparece quando morrem. A medida que vamos progredindo pelo tutorial e pela campanha novas personalizações vão sendo liberadas. Aliás, até o tutorial é bem divertido. Aconselho a todos a passarem por ele, mesmo para quem já é experiente com Worms. Dá para sacar certinho como aproveitar cada armamento novo e utilizar a seu favor a disposição dos itens pelos mapas. Além de tudo isso, é possível disputar o recorde mundial de tempo em cada missão – o que obviamente não é nada fácil.
A campanha diverte, mas nem tanto quanto poderia. São missões aleatórias que vão aumentando o grau de dificuldade na medida em que vamos avançando. Talvez se a Team 17 tivesse incluído uma história nessa parte eu teria ficado mais interessado. A verdadeira joia obviamente está no multiplayer. W.M.D. permite que até seis pessoas joguem ao mesmo tempo, online ou localmente. Encontrei alguns problemas para entrar em partidas online, que às vezes demorava muito e desanimava. Mas a jogatina local, contra alguém que está ao seu lado, compensa essa falha. Disputei várias partidas contra meu filho de 8 anos e a facilidade com que ele entrou no clima foi bem interessante.
Algumas coisas precisam ser melhoradas, mas no geral Worms W.M.D é um ótimo refresco para a série. Consegue misturar o clássico que sempre fez sucesso com melhorias que realmente trazem boas novidades à jogatina. Vale a pena tanto para quem já conhece os títulos desde 1995, como para quem está sendo apresentado ao mundo das minhocas somente agora.