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Review – Victoria 3

O melhor simulador geopolítico da era vitoriana está de volta e de cara nova

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Antecipado por uma comunidade apaixonada, Victoria 3 foi, durante muito tempo, motivo de piada pelos fãs do gênero de estratégia justamente por nunca ser anunciado. Após muita espera, eis que a sequência do maior simulador geopolítico e econômico da Paradox Interactive finalmente está entre nós, trazendo consigo a dura missão de fazer jus ao legado de uma das franquias mais complexas dos jogos; mas, ao mesmo tempo, expandindo o leque a fim de conquistar um público que não está acostumado com o controle de tantas variáveis.

Com um nível incrível de detalhamento histórico, a Paradox é uma desenvolvedora famosa por abordar épocas antigas de forma verossímil. Aqui, mais uma vez, esse fato não poderia ser diferente; o nível de pesquisa referente à disposição geopolítica do mundo durante o século XIX, tal qual mencionado em meu preview, é de impressionar. Em Victoria 3, qualquer país pode, mediante às escolhas corretas, virar uma superpotência econômica; você terá todas as ferramentas para levar uma nação à glória, mas a que custo?

A economia da complexidade

Primeiramente, é impossível falar da franquia Victoria sem lembrar da complexa simulação econômica por trás do jogo. Em meu preview, mencionei que esse é o motivo pelo qual Victoria 2, o título anterior da franquia, possui jogadores ativos até hoje. Victoria 3 continua apostando na simulação econômica, oferecendo ao jogador ferramentas que o permitem alterar a dinâmica do mercado interno e global.

A economia de Victoria 3 é baseada em cadeias de produção. Nações pouco desenvolvidas tendem a ter uma economia voltada para a agricultura; elas ofertam produtos pouco complexos que atendem às necessidades básicas da população e que, também, servem de base para a indústria. Por outro lado, países mais desenvolvidos investem em indústrias, e é justamente nessa parte que a complexidade econômica aparece.

Victoria 3
Sobreviver a duas revoltas é o primeiro grande desafio do Brasil

Controlado pela oferta e pela demanda, o preço dos produtos tende a aumentar ou a diminuir baseado no consumo e na produção. O consumo pode ser alterado por diversas variáveis, como: aumento no padrão de vida, aumento populacional e exportação. Se o consumo aumenta e a produção se mantém estável, isso significa que o preço do produto tende a subir. Mais uma vez citando o que foi escrito no preview do jogo, a lei de oferta e demanda impera em Victoria 3.

Do outro lado da moeda, a produção também pode ser impactada por diversos fatores. O exemplo mais comum é a expansão dos edifícios produtores, uma vez que eles podem contratar mais trabalhadores para aumentar a produtividade. Porém, caso o jogador não disponha da mão de obra necessária para tal ação, há outras opções. 

Quem prestou atenção nas aulas de geografia deve se lembrar do modelo neomalthusiano, onde o pensamento de Thomas Malthus fora utilizado como base para chegar à conclusão que, caso a humanidade continuasse crescendo, haveria uma grande falta de alimentos. Entretanto, para contrariar os Neomalthusianos, não foi isso o que aconteceu, e a produção de alimentos não cresceu em forma de progressão aritmética. 

Victoria 3
Os preços podem oscilar de acordo com a disponibilidade do mercado mundial

Em Victoria 3, a produção de mais alimentos com um uso reduzido da mão de obra também é possível; basta ter acesso às tecnologias corretas – como o uso de fertilizantes – que a produção pode aumentar exponencialmente. Aliás, esse processo não funciona somente com os alimentos, mas também com quase todo tipo de produto; aumentar a produtividade de um edifício pode ser simples, contando que você tenha a tecnologia necessária. A opção de alterar o modo de produção de uma construção, a fim de torná-la mais eficiente e utilizar um menor número de trabalhadores, é uma novidade que agrega ao jogo.

Uma nova abordagem militar

Alvo de muitos protestos durante o desenvolvimento, a parte militar de Victoria 3 sofreu mudanças significativas em comparação ao título anterior. O choque inicial dos interessados pelo jogo foi a notícia que as tropas não seriam mais comandadas manualmente, fugindo completamente do modelo adotado previamente em franquias como Crusader Kings e Europa Universalis. No geral, nota-se que o modelo militar adotado pela Paradox é uma simplificação do que é utilizado em Hearts of Iron – onde, em vez de controlar um regimento pelo mapa, controla-se um front.

A dinâmica da guerra é simples. Primeiramente, define-se um alvo para a investida. Os objetivos podem variar desde a abertura de portos até a completa subjugação de uma nação. Uma vez definido o alvo, a parte diplomática toma entra em cena. Aqui, os países envolvidos diretamente podem cooptar outros países para o seu lado, utilizando pontos de manobras diplomáticas e prometendo vantagens aos aliados. Há, também, a possibilidade de adicionar outros objetivos de guerra durante essa fase. Por último, a hora da verdade envolve as últimas preparações para a guerra. Caso um lado esteja muito mais forte que o outro, é possível obter o objetivo primário da guerra sem a necessidade de um conflito apenas pela desistência do outro lado. Todavia, caso os dois países estejam dispostos, a guerra começa.

Victoria 3
Em vez de tropas, o jogador apenas observa os fronts avançando ou recuando

Apesar de não controlar diretamente as tropas, você pode dar algumas ordens aos seus generais e almirantes. Cada um deles terá uma quantidade limitada de tropas em seu comando, e devem ser alocados manualmente ao front de guerra. Os generais podem avançar ou defender um front, enquanto um almirante pode, por exemplo, iniciar uma invasão naval a fim de criar um novo front. Não há muita complexidade fora desses fatores, sendo que a vantagem e a desvantagem está, também, atrelada às tecnologias militares empregadas, onde um exército muito numeroso pode sofrer para um exército menor, porém mais avançado. Nesse sentido, a tecnologia militar continua com a mesma importância em relação ao Victoria 2.

De modo geral, a parte militar está subordinada ao que um jogo como Victoria 3 fora feito para ser: um simulador geopolítico. Por muitas vezes, a força do exército é útil para a projeção do poder, e Victoria 3 implementa essa mecânica, onde avanços tecnológicos no setor militar, quando implementados e com a demanda material suprida, aumentam substancialmente o prestígio de uma nação. Até mesmo na parte bélica é possível resolver inúmeros conflitos somente pelo medo.

Complicações políticas

Nenhum simulador de geopolítica estaria completo sem a simulação política. Mais do que juntar recursos e expandir a economia, é necessário pensar nas pessoas que fazem toda a engrenagem mover. Nesse caso, a política influencia diretamente na vida dos cidadãos, que ficam satisfeitos ou revoltados dependendo da maneira como o país é governado.

Diversos grupos de interesse compõem um país. Victoria 3 retrata alguns grupos – como os intelectuais, os donos de terra, os militares e a igreja –, onde o papel deles é influenciar nas leis que regem aspectos econômicos, militares e sociais do Estado. Cada grupo terá uma lista de características fixa que dizem respeito ao apoio deles a um conjunto de leis, além da influência direta do líder político que, em sua posição, adiciona uma característica rotativa ao grupo. 

Pegando como exemplo o grupo dos donos de terra, eles são contra políticas referentes à abolição da escravidão, mas pouco dizem quanto as políticas econômicas. Contudo, um líder político a favor do liberalismo de mercado pode surgir e, nesse caso, o grupo dos donos de terra passa a ser a favor de políticas liberais até que esse líder saia do poder. Com o dinamismo dos líderes, a tarefa de passar leis fica mais volátil.

Victoria 3
Suprimir grupos políticos é uma estratégia viável

Além do conjunto de leis, cada grupo possui bônus relativos à opinião deles perante ao Governo. Caso eles estejam felizes, alguns buffs – como atrair mais imigrantes e aumentar a eficiência industrial, por exemplo – são aplicados ao país. Entretanto, caso um grupo político esteja insatisfeito, uma penalidade é aplicada, podendo levar a uma revolta caso a opinião do grupo esteja muito baixa e eles sejam muito poderosos.

Balancear o jogo político se mostra mais difícil do que no título anterior. Deve-se ter em mente que, além de aprovar leis que beneficiem o país no contexto do jogo, mexer com os poderosos pode acarretar em penalidades severas, ameaçando seriamente a estabilidade da nação. Portanto, saber qual grupo político apoiar ou suprimir é uma questão de sobrevivência; e torna-se um elemento fundamental para quem deseja conquistar o mundo.

Conclusão e veredito

O retorno da franquia Victoria 3 possui todos os elementos necessários para satisfazer os fãs do gênero. Mesmo abrindo mão dos fatores mais complexos contidos em Victoria 2, a economia de Victoria 3 se assemelha aos processos da vida real. O funcionamento dos mercados continua sendo um dos pontos altos da franquia, e não há nada comparável, seja em complexidade ou em funcionamento, nos outros títulos do gênero.

Fora da parte econômica, Victoria 3 ainda não faz feio. Muitos sentirão falta dos exércitos controláveis, mas essa não é uma mudança negativa. Victoria 2 não era um título focado em militarismo, e as mecânicas militares não possuíam a mesma profundidade e funcionalidade das outras franquias que utilizam o mesmo padrão – sendo que até hoje essas ainda sofrem críticas. Como simulador geopolítico, o grande poder militar é, na maioria das vezes, o de intimidar o inimigo, e Victoria 3 o executa de forma satisfatória.

Victoria 3
A atenção aos pequenos detalhes impressiona

A simulação política é, ao meu ver, o elemento que mais chama a atenção em relação ao Victoria 2. Os grupos políticos estão mais dinâmicos, impactantes e importantes. Ao longo da campanha, grupos políticos com pensamentos similares podem se juntar em partidos e, caso sejam eleitos, o jogador terá que aceitar aquela velha promoção do “pague 1 e leve 2”. Fora as reivindicações para a revogação ou aprovação de leis que, vira e mexe, grupos de oposição instituem, controlar grupos muito poderosos ou suprimir certos grupos são escolhas que, ao longo do jogo, compõem a complexidade estratégica do título.

Victoria 3 é, no lançamento, o jogo mais completo já desenvolvido pela Paradox. Comparando com Crusader Kings 3 – o título que, antes de Victoria 3, era o mais recente da empresa –, as mecânicas parecem muito mais polidas e completas. A tendência é que, no futuro, DLCs adicionem ainda mais conteúdos e agreguem mais ao jogo. Em seu estado atual, Victoria 3, mesmo com mudanças substanciais em relação ao segundo título da franquia, deve agradar os fãs antigos e, de quebra, conquistar um público ainda maior por meio da simplificação da jogabilidade – sobretudo nos elementos relativos à economia. Victoria 3 será a grande referência para as empresas que, no futuro, desejam se aventurar criando jogos grand strategy. 

Prós

  • Boa simulação econômica
  • Trabalho de pesquisa histórica impecável
  • Elementos políticos impactantes na campanha
  • Extremamente viciante
  • Trilha sonora incrível

Contras

  • Decisões ruins da IA
  • Falta de mais opções diplomáticas não invasivas

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Review – Born of Bread

Encarne um protagonista feito de pão e salve o mundo das garras do caos

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Já houve uma época em que a internet surtou com um jogo em que controlávamos um pão de forma, então acredito que Born of Bread tem potencial de sobra para se tornar um dos títulos favoritos do ano para os amantes de pães. O indie da WildArts Studio tem fortes inspirações em Paper Mario, tanto no visual quanto no gameplay, mas consegue ser autêntico o suficiente para ganhar nossa simpatia de imediato.

Misturando elementos de aventura com RPG, Born of Bread nos coloca em uma jornada repleta de fantasia, personagens carismáticos e um humor bem leve, daqueles que nos tiram umas risadinhas naturalmente. Não é aquele tipo de jogo que chama a atenção logo de cara, mas quanto mais nos aprofundamos naquele mundinho, mais apaixonante ele se torna.

O pãozinho da profecia

O jogo começa quando um grupo de arqueólogos acaba libertando um mal há muito emprisionado, trazendo de volta à vida diversas criaturas sedentas por caos. Ao mesmo tempo, o padeiro real de um certo reino acidentalmente cria um golem de pão após fazer uma receita mágica, trazendo nosso protagonista Loaf para a história. Após serem derrotados por essas figuras misteriosas, a dupla se vê forçada a partir em uma jornada para salvar seu lar e cumprir uma profecia de milhares de anos.

Até os NPCs conseguem ser carismáticos neste jogo

Apesar das grandes semelhanças com Paper Mario, ainda acho que Born of Bread se assemelha muito mais a Super Mario RPG. A história é repleta de diálogos bobos, mas muito bem-humorados, além de contar com personagens cheios de personalidade. É muito divertido acompanhar as interações entre eles – o que pode até surpreender em determinados momentos, já que o jogo também aborda alguns temas mais adultos nas suas entrelinhas.

O visual é inegavelmente semelhante aos jogos do Mario de papel, trazendo um 2.5D que mistura cenários tridimensionais com personagens 2D. Todos os mapas contam com uma profundidade que nos permite explorar diferentes planos, enquanto seus elementos são 3D. Apenas os seres-vivos desse mundo são “feitos de papel”, o que traz um certo charme para o estilo artístico do jogo.

Todos os cenários conseguem ser um colírio para os olhos!

Jogar Born of Bread é como assistir a uma animação interativa, pois ele tem todos os requisitos necessários para nos cativar rapidamente: cores vivas, elementos desenhados a mão, personagens estereotipados e muita descontração. A trilha musical também não fica atrás, coroando esse conjunto com faixas envolventes e dignas de uma clássica história de jornada do herói.

Tudo no seu tempo

Apesar da franquia Paper Mario também contar com um combate estratégico em turnos, as mecânicas vistas em Born of Bread acabam ficando mais próximas de Super Mario RPG, novamente. As batalhas seguem o padrão clássico dos RPGs de turno, mas com algumas diferenças relevantes que tornam o jogo mais original.

Aqui, todo tipo de ataque ou arma possui um timing diferente. Ao acertarmos esse tempo, o golpe sai mais forte e somos recompensados recuperando alguns pontos de ação. Da mesma forma, é possível acertar um timing para se proteger de um ataque inimigo e coisas do gênero. A diferença é que toda variação de ação ofensiva traz um pequeno minigame diferente, que em sua maioria envolve apertar o botão no momento exato ou macetá-lo até encher uma barrinha de poder.

Cada ataque envolve um tipo de QTE diferente

Essas mudanças na dinâmica dos golpes deixa o combate bem mais envolvente e menos automático. Arrisco até a dizer que essa mecânica é até melhor do que a vista em Super Mario RPG, pois lá o timing consiste mais na base da adivinhação e “tentativa e erro”. Aqui, temos total noção do que é necessário fazer para acertar o tempo, bastando apenas se acostumar aos diferentes minigames e Quick Time Events.

Outra particularidade bem interessante desse combate é a possibilidade de fazer streams das batalhas. Aqui, o jogo simula uma live em que espectadores fictícios começarão a comentar seu desempenho e pedir alguns movimentos específicos. Ao satisfazê-los, podemos ganhar alguns bônus no final do confronto, então acaba sendo uma ideia criativa para tornar as batalhas menos repetitivas e mais instigantes.

A mecânica de livestream nos incentiva a testar coisas novas em combate

As habilidades que desbloqueamos em combate também nos serão úteis durante a exploração, pois existem diversos caminhos e áreas que estarão bloqueados de início. Bebendo um pouco da fonte dos metroidvanias, Born of Bread tem sua parcela de backtracking e incentiva os jogadores a revisitar mapas antigos para encontrar itens que ficaram para trás. Nem sempre é recompensador se preocupar com isso, mas é uma boa desculpa para quem quer fazer sua experiência render ainda mais.

Minha única crítica realmente relevante é que o jogo inevitavelmente pode se tornar enjoativo com o tempo, algo que acontece até com Paper Mario, devido à rotina de diálogos, exploração e combate. A campanha não foge muito disso, mas também não falha em nos divertir do início ao fim – ainda que em menor escala mais perto do final. Born of Bread definitivamente é uma das maiores surpresas do ano e mais um título de destaque em meio a um mar de excelentes indies que foram lançados nos últimos meses.

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Review – Super Crazy Rhythm Castle

O jogo de ritmo mais caótico que você já conheceu

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Imagine como se Guitar Hero se encontrasse com Overcooked e desse origem ao jogo de ritmo mais caótico que já existiu. Super Crazy Rhythm Castle é exatamente este título e chegou aos consoles no finzinho de 2023 para divertir as festas de fim de ano.

Desenvolvido pela Second Impact Games, o lançamento publicado pela Konami aposta na mistura de gêneros e jogabilidade simples, com muita música e cores, para uma aventura que chega após 10 anos de trabalho.

Super Crazy Rhythm Castle
Junte-se aos heróis mais bizarros nesta aventura caótica

Sem muito sentido para a história, que acaba divertindo pela loucura, nós embarcamos numa aventura por um castelo musical em que o enlouquecido Rei Ferdinand nos espera, pronto para defender sua coroa e acabar com seu dia. Para deter os planos desse maléfico tirano, manter o ritmo dos nossos personagens e salvar diversos NPCs das garras da crueldade, os jogadores precisarão superar os desafios perversos em desafios ritmicos para vencer o Rei no próprio jogo dele.

Realize combos sem perder o Rhythm

Seja jogando sozinho ou com ajuda dos amigos, você utilizará um elenco de personagens malucos em salas com atividades ainda mais insanas para tentar alcançar até três estrelas em cada partida, para avançar até a derradeira batalha contra o malvado Rei. Por mais maluquice que seja, o trabalho da desenvolvedora britânica esbanja carisma e estilo, com muita cor e cuidado ao trabalhar o som e o visual.

Super Crazy Rhythm Castle
Tente entender a atividade proposta em meio ao ritmo e caos

Com mais de 30 faixas para você conhecer e desbloquear, cada música oferece a opção de ser jogada com três ou quatro teclas, de acordo com a dificuldade que você desejar, além de estar dentro de um mundinho próprio. Como assim? Imagine a ambientação criada em Psyconauts, mas para apenas uma sala, com atividades tematizadas e a música para ser jogada.

Isso mesmo! Você pode jogar a música, ao melhor estilo Guitar Hero, ou se preocupar em realizar as atividades e ações que a sala impõe, quase como tentativa de atrapalhar o seu desempenho rítmico. Quando isso acontece na companhia de até outros 03 jogadores, Super Crazy Rhythm Castle é um jogo fácil e divertido, porém contar com um NPC no modo single player tornou-se algo realmente desafiador para conquistar a avaliação máxima de três estrelas.

Caos multitarefa

A diversão neste novo jogo da Konami está além da música e ritmo, pois não sabemos o que vamos encontrar em cada andar do castelo, muito menos no desafio temático proposto. Enfrentar uma berinjela gigante que ataca como DJ, jogar como cachorro para coletar ouro, tentar prever qual tecla apertar num pequeno espaço de tempo, limpar a tela para facilitar o jogo, entre outras atividades que precisarão ser intercaladas, sempre mantendo o ritmo e dando sequência ao combo.

Super Crazy Rhythm Castle
Nada como a calmaria para quem quer apenas um jogo de ritmo

O jogo é relativamente curto, já que você pode ficar rejogando apenas as músicas no Music Lab, porém vai oferecer boas risadas com os absurdos e uma trilha sonora agradável, que consegue mesclar muito bem diversos tipos e gêneros musicais.

Esse detalhe ganha ainda mais destaque pelo trabalho da Konami em misturar os temas de Castlevania e Gradius ao catálogo de músicas disponíveis. No fim, Super Crazy Rhythm Castle ocupa um lugar especial por divertir aquela jogatina despretenciosa, principalmente quando você estiver na companhia dos amigos.

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Nintendo

Review – Naruto x Boruto: Ultimate Ninja Storm Connections

Uma bela homenagem ao trabalho de Masashi Kishimoto

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Embarcar em qualquer jogo da franquia Ultimate Ninja Storm é sinônimo de mergulharmos no empolgante universo desenvolvido pela CyberConnect2 e publicado pela Bandai Namco, nos levando para dentro do anime criado por Masashi Kishimoto.

Com o lançamento de Naruto X Boruto: Ultimate Ninja Storm Connections, em celebração aos 20 anos da franquia, temos a oportunidade de jogar a mais fiel adaptação para games que uma obra já teve, que continua oferecendo gráficos impressionantes e mecânicas de combate cativantes.

Naruto x Boruto: Ultimate Ninja Storm Connections
Reviver todos os momentos de Naruto é realmente emocionante

Mantendo o carinho e cuidado ao adaptar o anime original de Naruto, reencontramos aquele visual cel-shaded, que capturam perfeitamente o estilo artístico da animação, dando vida aos personagens e cenários de forma incrivelmente fiel. Pela primeira vez temos a oportunidade de revisitar, para quem, assim como eu, acompanha esse universo desde sua estreia, as cenas e acontecimentos da infância de Naruto ao derradeiro embate final contra Sasuke.

O caminho gamer de Boruto

Com muitos momentos através de cenas muito bem animadas e sequência desenvolvidas em jogo, a CyberConnect2 mostrou que ainda consegue criar uma experiência imersiva, permitindo que os fãs se sintam como se estivessem jogando diretamente um dos episódios da série.

Naruto x Boruto: Ultimate Ninja Storm Connections
Você terá muita história para ver (ou rever) e jogar

Para aqueles que reclamarem que tudo não passa de um copia e cola de tudo o que já foi feito desde os jogos do PS2 até a nova geração, que por sinal deixam o visual do jogo ainda mais incrível, este Ultimate Ninja Storm Connections oferece uma história inédita para os fãs de Boruto, criada pelo próprio Masashi Kishimoto.

Através do modo “História Extra”, vamos embarcar numas espécie de isekai em que os personagens foram transportados para dentro de Ninja Heroes, o famoso jogo que todas as crianças da série Boruto participam.

Naruto x Boruto: Ultimate Ninja Storm Connections
Prepare-se para conhecer mais um filler da franquia

O melhor desse plot principal, além de utilizar a ligação direta com um vilão inspirado em Pain, famoso antagonista da franquia Naruto Shippuden, o próprio Boruto cria um avatar inspirado em seu pai, para viver dentro dessa realidade virtual e nós vamos ser os responsáveis por jogar com um Naruto criado pelo Boruto; como se não fosse o suficiente, temos Sarada jogando como Sakura e Mitsuki como Orochimaru.

Mesmo com um trio de heróis diferentes e com um conteúdo inédito, inclusive os personagens e vilões, a história é simples e funciona como mais um episódio filler da série.

Naruto x Boruto: Ultimate Ninja Storm Connections
Alguma semelhança com um vilão já conhecido?!

Infelizmente a Bandai Namco perdeu a chance de transformar numa aventura de RPG, mas optou por seguir o padrão da história principal, com sequências animadas sendo interrompidas por diversos combates.

Muito mais, inclusive do mesmo e do bom

O lançamento de Naruto X Boruto: Ultimate Ninja Storm Connections pode enfrentar críticas por apenas repetir fórmulas já conhecidas pelos fãs, fazendo com que alguns jogadores achem que apenas as melhorias gráficas e adições de personagens, que atinge a incrível marca de 130 personagens, não justifique a falta de criatividade para a jogabilidade, que permanece a mesma.

Naruto x Boruto: Ultimate Ninja Storm Connections
Muitos personagens (iguais) para você testar

Se analisarmos friamente, deixando o fan service de lado, muitos personagens recebem diversas variações apenas como skins, com poucas ou nenhuma variação nos golpes, habilidades e jutsu. Ao meu ver não é algo negativo, mas pode ser frustrante para os mais exigentes, ao mesmo tempo em que torna-se gratificante para quem cresceu acompanhando a animação, trazendo até mesmo Boruto Uzumaki, Kawaki e Jigen.

O gameplay ainda continua fácil e divertido, com controles intuitivos e permitindo que todos os tipos de jogadores, independente da habilidade, participem de combates dinâmicos, inclusive em partidas online. É extremamente gratificante poder realizar ataques combinados, desbloquear transformações e utilizar a arena como parte da sua estratégia durante as batalhas.

Naruto x Boruto: Ultimate Ninja Storm Connections
Combos e sequências animadas de tirar o fôlego

Com muito conteúdo para ser debloqueado, inclusive através do nível dos personagens ao utilizá-los durante as partidas, a CyberConnect2 manteve o cuidado já conhecido para que a trilha sonora acompanhasse o visual, fechando os pontos fortes deste jogo. As músicas conseguem provocar emoções familiares associadas ao anime, intensificando a imersão e proporcionando momentos realmente incríveis durante as batalhas.

Naruto X Boruto: Ultimate Ninja Storm Connections é uma celebração impressionante ao universo de Naruto e ao trabaho de Masashi Kishimoto, indo do começo de tudo aos momentos atuais de Boruto. Para os fãs da animação, principalmente para aqueles que cresceram com o desenho e os jogos, a Bandai Namco oferece uma oportunidade única de interagir com os personagens favoritos e reviver momentos emocionantes.

Naruto x Boruto: Ultimate Ninja Storm Connections
Transformaram meu Naruto num gatcha? Pode isso?

Tudo numa combinação de visuais deslumbrantes, trilha sonora envolvente e uma mecânica de combate sólida, que conseguem sobrepor a fraca história inédita e a falta de criatividade dos modos história, fazendo deste título uma experiência de jogo cativante.

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