Review – Tomb Raider IV-VI Remastered

Tomb Raider IV-VI Remastered continua o bom trabalho realizado anteriormente pela Crystal Dynamics em reviver as trilogias clássicas para essa nova geração de jogadores e consoles, trazendo três títulos icônicos da saga de Lara Croft: The Last Revelation, Chronicles e The Angel of Darkness. Esta remasterização, publicada pela Aspyr, oferece uma oportunidade única de revisitar ou experimentar pela primeira vez alguns dos capítulos mais sombrios da história da arqueóloga mais famosa dos videogames.

A trilogia apresenta uma narrativa mais madura e sombria em comparação aos jogos anteriores, lançados em 2024 com Tomb Raider I-III Remastered Starring Lara Croft. Em The Last Revelation, Lara inadvertidamente liberta o deus egípcio Set, mergulhando a humanidade na escuridão. Já em Chronicles, o jogo explora o passado de Lara através de flashbacks após um suposto acontecimento impactante (vamos evitar spoilers).

Por fim, em The Angel of Darkness, Lara se torna uma fugitiva acusada de assassinato, envolvida em uma trama de alquimia e artefatos antigos. Esta progressão narrativa oferece uma perspectiva única sobre o desenvolvimento do personagem de Lara Croft ao longo da série e que acaba sendo a principal causa do reboot da franquia. No entanto, o trabalho dos desenvolvedores, muito elogiado anteriormente e repetindo a mesma façanha com esse lançamento em 2025, conseguiu manter a essência dos títulos clássicos enquanto oferece melhorias significativas.

Remasterização de altíssima qualidade

A remasterização de Tomb Raider IV-VI teve um impacto significativo na experiência de jogo, com um dos aspectos mais notáveis sendo a melhoria gráfica, que permite aos jogadores alternar instantaneamente entre os visuais clássicos e os modernos. Esta atualização não apenas embeleza os jogos, mas também aumenta a imersão, revelando detalhes antes imperceptíveis nos ambientes exóticos e nas ruínas antigas que Lara explora. A iluminação dinâmica adicionada traz uma nova dimensão às cenas, embora ocasionalmente possa dificultar a navegação em áreas mais escuras.

Quando analisamos a jogabilidade, a nova coletânea oferece uma flexibilidade muito bem-vinda em que os jogadores podem optar entre os controles clássicos, no estilo tanque, ou uma configuração mais moderna, inspirada nos últimos jogos da série. Esta opção permite agradar aos fãs mais conservadores e aos novatos também, que busquem uma forma confortável para jogar. As novas animações, como o Slide to Run e a capacidade aprimorada de se pendurar em beiradas, tornam os movimentos de Lara mais fluidos e naturais. The Angel of Darkness, em particular, se beneficiou enormemente dessas melhorias, com controles aprimorados que eliminam grande parte da rigidez criticada no original.

Infelizmente nem tudo são flores, então não podemos ignorar que a iluminação dinâmica em alguns cenários mais fechados ou escuros acaba fazendo com que a visibilidade fique prejudicada. O mesmo acontece com a atualização dos controles que, por conta do level design antigo, acaba sofrendo um pouco ao se ajustar com os comandos e interação em certos locais ou itens. Em uma última crítica, a Crystal Dynamic repete a escolha da trilogia anterior e não trouxe o save automático para o jogo, criando um pequeno grupo de inconsistências frente ao excelente trabalho de remasterização.

Conteúdo extra para explorar

A adição de recursos modernos, como o Modo Foto e o Flyby Camera Maker, enriquecem a experiência e permitem aos jogadores capturarem os melhores momentos durante as três jornadas. Elementos com foco na atualização do game design, como barras de vida para chefes e um contador de munição na tela melhoram a jogabilidade, tornando os combates mais estratégicos e a gestão de recursos mais intuitiva.

Conteúdos que foram deixados de fora nos jogos originais, especialmente em The Angel of Darkness, surgem como grande atrativo por oferecem aos fãs uma experiência mais completa e coerente do que era possível no lançamento original. Afinal, estamos falando de um salto significativo entre gerações, o que permitiu aos desenvolvedores explorarem muito bem a remasterização. Novas áreas, armas e controles aprimorados para Lara não apenas corrigem problemas antigos, mas também expandem o escopo do jogo, proporcionando uma visão mais clara da visão original dos desenvolvedores.

Você também terá a opção de roupas alternativas para Lara, adicionando variedade ao visual da heróina, além do modo New Game+, que incentiva o retorno após a conclusão, permitindo que os jogadores revisitem os jogos com habilidades e equipamentos adquiridos. Junte tudo isso aos mais de 150 troféus e conquistas, incluindo referências a momentos icônicos da série, oferecem aos jogadores objetivos adicionais e recompensas, aumentando o fator replay dos jogos.

Tomb Raider IV-VI Remastered é uma coleção praticamente perfeita, pois consegue equilibrar nostalgia e modernização com maestria. Apesar de não termos uma grande atenção para a trilha sonora, a remasterização oferece uma experiência aprimorada que respeita o legado da série. Esta é uma oportunidade imperdível para conhecer uma etapa sombria da franquia com visuais atualizados e jogabilidade refinada, numa coleção que preserva três jogos importantes com a personagem enquanto os torna acessíveis e agradáveis para uma nova geração de jogadores, solidificando ainda mais o lugar de Lara Croft como um ícone da cultura dos jogos.