Slayin é um jogo arcade em que podemos incorporar os mais nobres guerreiros da fantasia medieval contra hordas infinitas de monstros. O primeiro passou bem batido por todo mundo, afinal ele é exclusivamente mobile, então pela primeira vez a série está marcando presença nos consoles através de sua sequência, que é uma versão bem melhorada de seu antecessor.
Esse é um daqueles jogos com um conceito bem minimalista que pode ser explicado em um único parágrafo. De forma resumida, você é o cara e vai fazer dezenas de milhares de criaturas diabólicas caírem aos seus pés, tudo isso ao som de muitos riffs de guitarra.
Quando a matança vira rotina
O jogo mal tem uma história, então não tem muito o que dizer sobre seu enredo. É mais um background para justificar que nossos personagens estão enfrentando forças malignas para salvar seu reino, e só. No início você começa só com o cavaleiro, mas depois vai liberando novos personagens, sendo oito no total. Poderiam ter incrementado mais essa parte para deixar a interação entre os personagens mais envolvente, mas infelizmente não rolou.
A jogabilidade não poderia ser mais simples. Apenas andando você já consegue matar qualquer monstro que estiver na sua frente; você pode ir para a esquerda ou direta, além de se locomover para outro plano da fase (nos fundos ou na parte frontal do cenário) para dar continuidade à limpeza. Conforme você mata, enche uma barrinha de especial e vai dropando tesouros melhores quando constrói um combo muito grande.
Cada personagem possui seu próprio estilo, sendo inspirados nas classes de RPG que nós já conhecemos de cor e salteado (eles até lembram bastante personagens de Dungeons & Dragons). Além do guerreiro padrão, temos magos, arqueiros, gatunos e tudo que se tem direito, então é uma variedade que consegue renovar o jogo quando já estamos prestes a enjoar – afinal, ele é bem repetitivo, então isso vai acontecer cedo ou tarde.
Como a fórmula não foge muito disso, jogar sozinho é legal, mas acaba enjoando rápido demais. O melhor mesmo é jogar com alguém no co-op de sofá, cada um assumindo um personagem e fazendo um verdadeiro estrago nos inimigos. Isso não só é mais divertido como ajuda a manter o jogo interessante por mais tempo.
Metal para seus ouvidos
O jogo possui dois modos diferentes, a campanha e o Arcade, mas os dois são a mesma coisa. Na campanha você avança ao longo de várias fases, cada uma ambientada em um local e com seus próprios inimigos, além de um chefe no final. Vez ou outra existe alguns trechos só com diálogos para tentar enriquecer a história, mas acabam sendo bem irrelevantes.
A variedade de mapas e inimigos é bem legal, incluindo o fato de que os inimigos possuem habilidades realmente únicas e não é uma mudança meramente cosmética. A dificuldade é crescente e chega em um ponto que as coisas ficam bem desafiadoras, então não vai ser só apontar a direção e sair matando geral.
No modo Arcade você faz a mesma coisa, passa pelos mesmos lugares e enfrenta os mesmos inimigos e chefes. A diferença é que será de uma maneira contínua, em que você vai subindo de level e vendo até onde consegue sobreviver. Seria um modo sem fim, porém você só conseguirá usar os personagens que desbloqueou jogando a campanha, então de uma forma ou de outra, será obrigado a jogar o modo história.
Os gráficos são legais, utilizando o bom e velho pixel art com animações fluidas e sprites bonitinhas. Mas legal mesmo está a trilha sonora, que é do mesmo compositor de Retro City Rampage, diga-se de passagem. É heavy metal do início ao fim, repleto de riffs de guitarra que conseguem deixar qualquer batalha mil vezes mais empolgante. Tudo bem que isso foge bastante do padrão medieval, mas deu muito certo e é isso que importa.
Ainda assim, faltou alguma coisa para Slayin 2 ser um jogo melhor. Não sei dizer ao certo, mas mesmo depois de jogá-lo por várias horas, você sente que faltou um temperinho. É um jogo que entrega o que promete e consegue ser divertido até certo ponto, mas no final é só isso. O veredito é que vale a pena, mas é mais recomendado jogá-lo com um amigo, pois aí sim é diversão garantida.