O segundo DLC de Shadow of The Tomb Raider, intitulado The Pillar, traz uma nova missão secundária, além de uma tumba. O esquema é o mesmo de The Forge, expansão anterior. Porém, aqui fica mais perceptível a verdadeira natureza desses conteúdos.
A trama de The Pillar se passa nos meados do jogo principal. Um escudo, relíquia de grande importância para os rebeldes, precisa ser encontrado por Lara antes que a Trindade coloque suas mãos no artefato. Segundo a guerreira Q’0rianka, o escudo é essencial para legitimar o poder de Unuratu, líder rebelde, na terra de Paititi.
O combate está de volta
Para chegar a seu objetivo, Lara precisará desbravar a tumba Caminho de Huracán. É uma fase engenhosa, que utiliza muito bem os ventos bravos da região, além das mecânicas de puxada com corda e rapel. O cenário é atmosférico, com direito a trovões na distância. Além da tumba, Lara também enfrenta soldados da Trindade, tanto furtivamente quanto explosivamente. Enquanto em The Forge você enfrentava apenas alguns coiotes durante meros dois minutos, aqui o combate tem uma presença mais forte, trazendo mais oportunidades de utilizar as habilidades e também as armas e trajes novos dos DLCs.
Tanto as seções furtivas quanto de combate armado funcionam bem, demonstrando as boas melhorias que Shadow of The Tomb Raider trouxe nesses quesitos. Uma das salas de inimigos pode até ser passada sem confronto algum. Ao terminar a missão Criadores da Era, o jogador recebe um novo arco, eficiente contra inimigos blindados, além de um novo traje, que permite maior número de munição criada e maior proteção contra projéteis. Já com a tumba, uma nova habilidade é recebida, permitindo uso do instinto de sobrevivência enquanto se move por vegetações na parede ou árvores.
Não entre nessa tumba!
Assim como em The Forge, a história não tem muito espaço ou peso. É uma missão secundária com um level design interessante, que não traz muito de novo em termos de mecânicas. O fato dos DLCs se localizarem em pontos variados da história também fazem parecer que esses pacotes são nada mais do que conteúdo cortado do jogo principal. Não adicionam nada após o final da campanha principal (por enquanto), como visto nos DLCs de Marvel’s Spider-Man ou de outros jogos. Sem falar que são de curtíssima duração. Enquanto The Forge levou em torno de 1 hora para ser completado, The Pillar mal passou de 40 minutos. Os valores de produção também não surpreendem muito: fora a tumba, que traz um visual impressionante, todo o resto fica no mais básico.
O preço individual de R$15,80 é alto demais para tão pouco conteúdo, ainda mais algo que parece ter sido cortado dos mais diversos pontos da campanha. Por exemplo, no jogo principal foi apresentada Abby, mas estranhamente foi deixada de lado logo depois. The Forge trouxe um desenvolvimento básico para a personagem. Porém, fica a impressão de que esse desenvolvimento fazia parte da campanha e que foi exatamente esse corte que causou o estranhamento com a personagem.
Todos os ganhos da missão e da tumba também parecem ser destinados ao uso durante a campanha ou new game plus, pois não tem espaço para respirarem nos DLCs. Eu, que completei o jogo principal logo em seu review, não utilizei muito esses novos itens e habilidades, já que faço o acesso dos DLCs pelo save da campanha terminada (o que gera uma série de incongruências narrativas entre o momento da trama principal e das expansões).
Se The Forge ganhava pontos por adicionar os modos de pontuação e tempo para as tumbas novas e antigas (inicialmente apenas uma tumba do jogo principal se encontrava no modo, mas uma atualização adicionou outras), além do modo co-op, The Pillar não traz muito, deixando de lado até mesmo o multiplayer cooperativo.
Como já concluí no review de The Forge, esses pacotes de DLC não valem como compra individual. E considerando como falham em alimentar um save da campanha terminada, o passe de temporada também não é recomendado, especialmente em seu preço total. Para quem for esperar o lançamento de todos os DLCs e um desconto na edição Croft do jogo, essas missões secundárias apresentam qualidade o suficiente para fortalecer o conteúdo secundário da campanha.
Ainda acho que Shadow of The Tomb Raider é um ótimo jogo, com excelentes tumbas e boas mudanças em relação aos jogos anteriores, mas suas expansões não se justificam individualmente. The Pillar, com menos adições e uma duração mais curta, é uma tumba a ser mantida fechada no momento.