Estamos na reta final de 2018 e a Imsomniac quer que todos fechem o seu ano com muito Homem-Aranha na cabeça, e é com isso que temos o lançamento do último DLC de Marvel’s Spider-Man, chamado Silver Lining (Comando Silver), o que conclui o pacote The City That Never Sleeps e nos despede do Amigão da Vizinhança… pelo menos por enquanto.
Após uma expansão razoavelmente interessante com The Heist e outra decepcionante com Turf Wars, Silver Lining chega para acabar com qualquer ponta solta que foi deixada pelas outras duas. O DLC marca o retorno da Silver Sable (conhecida por aqui como Sabre de Prata), uma personagem que teve o seu grau de importância na campanha principal mas acabou sendo pouco explorada. Junto com o Cabeça de Teia, os dois devem unir forças para pôr um fim definitivo ao Cabeça de Martelo e sua família mafiosa.
Fazendo novos amigos e inimigos
Dando continuidade aos eventos finais de Turf Wars, a gangue do Cabeça de Martelo se apodera de todo o equipamento e armamento da Sable, tornando-os um obstáculo ainda maior para Peter. Felizmente, ele descobre que poderá contar com a ajuda da dona desse arsenal, que retorna para pegar de volta o que é dela – o que convenhamos, é muito estranho, afinal a Silver Sable saiu de Nova York levando sua milícia junto e simplesmente largou milhares de dólares em poder bélico por lá?
Nossa anti-heroína não é bem uma aliada, mas se une ao Aranha pelos dois terem um inimigo em comum. Sobre o Cabeça de Martelo… bem, digamos que ele continua decepcionante como em Turf Wars, mas em um grau muito elevado de bizarrice, se tornando uma espécie de ciborgue e perdendo toda a identidade do personagem. Além disso, a Imsomniac voltou a cometer o mesmo erro do DLC anterior e ele aparece somente duas vezes na expansão inteira, o que mal te dá tempo de desenvolver qualquer tipo de afeição ou repulsa pelo vilão.
Ao menos temos aparições de outras personagens que haviam sumido sem mais nem menos e deram as caras apenas para mostrar que ainda estão vivos. É essencial fazer todas as sidequests deste DLC, que possui um pouco mais delas se comparado aos anteriores, pois uma delas tem um plot-twist bem interessante que dá indícios do nascimento de outra figura do universo Aranha dos quadrinhos, mas que só pode vir a aparecer em uma possível sequência.
No quesito história tudo continua morno demais, mas um pouco melhor que em Turf Wars. As missões principais são muito rápidas e mesmo explorando áreas inéditas de Nova York, como o interior dos esgotos, ainda é pouquíssimo conteúdo, sendo possível terminar o DLC em menos de 2 horas se focar apenas nas missões principais. O que completa as costumeiras 4 horas de duração são os objetivos paralelos, assim como nas demais.
Screwball de novo não!
A mesmice dos objetivos opcionais continuam: desafios da Screwball, esconderijos cheios de capangas para surrarmos e crimes ocorrendo pela cidade. É notável que aqui eles diminuíram a quantidade desses desafios e os deixaram consideravelmente mais fáceis, o que foi o oposto de Turf Wars, que possuía os desafios mais difíceis do jogo. Todos os inimigos mais fortes que foram introduzidos anteriormente não estão mais tão apelões assim, voltando para o costumeiro padrão de dificuldade do jogo.
Em Silver Lining foi adicionado um novo objetivo paralelo: encontrar arquivos de áudio da polícia para solucionar um mistério, e essa é a melhor novidade daqui, afinal quem não curte uma caça ao tesouro? Outra novidade legal é que cada série de objetivos paralelos, uma vez concluídos, libera uma missão secundária referente aquela atividade, então isso serve de motivação pra quem não gosta tanto de desviar seu caminho para fazer essas coisas. Vale lembrar que as missões secundárias só são acessíveis após completar tudo referente à elas no mapa.
Dentre os trajes novos temos a armadura de Aaron Aikman (esse é só pra quem manja mesmo), o traje de Aranha Ciborgue e o uniforme que Peter usa na nova animação que estreará no Brasil em breve, Homem-Aranha: No Aranhaverso. Como presente de natal, a Imsomniac atendeu os pedidos dos fãs e lançou o tão desejado uniforme que Tobey Maguire usa na trilogia de Sam Raimi nos cinemas, mas esse está acessível para todos gratuitamente, nem é necessário ter o DLC, o que é ótimo. A única parte ruim de todas essas roupas é que elas são apenas cosméticas e não possuem habilidades exclusivas como os trajes que desbloqueamos na campanha principal, o que é uma pena.
Enfim, depois dos acontecimentos finais do jogo base e de três DLCs medianos, já temos material suficiente para confirmar que muito provavelmente teremos um Marvel’s Spider-Man 2 vindo das mãos da Imsomniac, o que é algo muito bem-vindo e eu diria até que essencial, dada à tantas brechas de sequência que foram dadas em todos esses episódios. Silver Lining é concluído com uma bela dedicatória ao nosso querido Stan Lee, co-criador do Homem-Aranha e de boa parte do universo Marvel, que faleceu aos 95 anos de idade no dia 12 de novembro.
The City That Never Sleeps funciona mais como uma alternativa para quem já terminou a campanha e quer ter mais conteúdo novo em Marvel’s Spider-Man do que como uma história inédita de peso, porque isso com certeza ela não é. A trilogia de DLCs apenas explora alguns personagens que não deram as caras na campanha de maneira superficial e traz mais do que já vimos no jogo base. Acaba sendo um pacote vantajoso apenas se adquirido de maneira completa e não individual, já que nenhuma dessas expansões se sustenta por si só. Agora resta-nos cruzar os dedinhos e torcer por um anúncio de um novo jogo do Amigão da Vizinhança.