Se você adora gatinhos e não se contenta em compartilhar sua vida com aqueles que já estão na sua casa, Mineko’s Night Market pode lhe proporcionar uma experiência bastante agradável. O estúdio por trás do game é comandado por uma única pessoa, esta que certamente não esconde sua paixão pelos felinos – vide o nome da sua empresa: Meowza Games.
Mineko’s Night Market bebe da fonte de muitos jogos e pode parecer confuso para quem chega desprevenido. É um jogo bem fofo e que mostra ser muito mais do que aparenta conforme jogamos, mas é aquela velha história: somente os mais pacientes conseguirão tirar máximo proveito desta pequena jornada.
Cidade dos gatos
Aqui assumimos o papel de Mineko, uma garotinha que se muda para uma ilha claramente inspirada no Japão. A princípio, o lugar é bem decadente e sem vida, mas a abundância de gatinhos acaba compensando os pesares. Contudo, não demora para percebermos que tem algo estranho acontecendo ali, pois nos veremos no meio de uma conspiração de agentes secretos sequestrando gatos e até mesmo o envolvimento de uma divindade chamada Nikko, o Gato Solar.
Pode parecer confuso e é mesmo, mas aos poucos todas essas pontas vão se amarrando. O jogo nos proporciona diversas atividades que devem ser realizadas dentro de uma rotina, semelhante a um Animal Crossing da vida. Devemos nos organizar para fazer tudo nos dias certos e progredir da melhor forma possível, mas sem abrir mão de uma das suas principais propostas: relaxar ao lado dos seus amigos bichanos.
A rotina de Mineko’s Night Market funciona da seguinte forma: de domingo à sexta, temos a liberdade de explorar dois lugares diferentes. Antes de partir, podemos pegar algumas sidequests com os moradores do vilarejo, quase sempre se resumindo a encontrar materiais por aí ou criar itens. Essa parte é meio boba e enjoa rápido, mas é o que mantém a roda girando e incentiva a exploração.
Não importa o tempo que você passa dentro de um cenário, temos a liberdade de explorar no nosso ritmo e, após concluir os dois destinos, voltar para o vilarejo. Além de procurar por itens e receitas de fabricação, também dividiremos nosso tempo com missões stealth, cujo objetivo é salvar os gatos aprisionados pelos agentes misteriosos. Nenhuma delas é particularmente difícil, então é outra atividade que não demora para ficar enjoativa.
Nesses momentos, só temos que definir um caminho que não cruze os olhos de nenhum agente – simples e objetivo. Os gatos que salvamos vão para o vilarejo e, com o tempo, podem até nos acompanhar, então por mais que as interações sejam limitadas a isso, é bacana ter um gatinho nos seguindo para lá e para cá.
Mercado noturno
Você já deve estar se perguntando por que o jogo se chama Mineko’s Night Market, e eu explico: é aos sábados que a mágica acontece. Tudo que coletamos nas explorações da semana pode ser vendido no mercado noturno do vilarejo, que funciona como uma espécie de festival. Aqui temos nossa própria lojinha e podemos colocar o preço que desejarmos em cada item – mas isso não garante que alguém vai comprá-lo.
Conforme você vende seus tesouros, o mercado vai se expandindo e oferecendo novas atividades, incluindo corridas de gatos e desfiles. É tudo exageradamente bonitinho e acolhedor, muito graças ao estilo de arte do jogo, que lembra bastante pinturas de guache. Essa é uma das marcas registradas de Brent “Meowza” Kobayashi, o criador do jogo; se você pesquisar pelos outros games que ele já fez, vai notar que todos são visualmente semelhantes.
Só aqui já citei um montão de coisas que podemos fazer em Mineko’s Night Market. A sensação é muito próxima de estar jogando um Animal Crossing: no começo é tudo chato e parado demais, mas pouco a pouco você vai engrenando naquela rotina e desejando passar cada vez mais tempo naquele mundinho. Infelizmente, o ritmo do jogo acaba sendo seu próprio inimigo e as atividades se tornam repetitivas rapidamente, o que reduz drasticamente sua vida útil.
No começo, a maior parte do vilarejo está bloqueada. Conforme cumprimos missões e ganhamos novas ferramentas, conseguimos expandir o território e trazer alguns pontos de interesse mais legais para o local, como um museu, por exemplo. Novamente citando Animal Crossing, a ideia é exatamente a mesma: tudo que coletamos nas nossas aventuras pode ser doado e exposto lá, então acaba sendo só mais uma atividade terciária.
Ainda que meu tempo com Mineko’s Night Market tenha sido satisfatório (em sua maior parte), creio que não é um jogo facilmente apreciável por qualquer pessoa. Além dos contras já citados, o port de Switch não é dos melhores e dificulta ainda mais a experiência. Os loadings são muito demorados e a disposição dos botões é um tanto esquisita – você precisa usar o gatilho direito para correr, só para se ter uma noção. No lançamento, o jogo também estava repleto de bugs bizarros, esses que estão sendo corrigidos aos poucos (mas ainda é possível se deparar com alguns).
Mineko’s Night Market arrasa na fofura e principalmente na overdose de gatinhos, mas deixa a desejar na maioria dos seus aspectos. Por mais que sua formula seja viciante (até certo ponto), seu conteúdo não consegue se sustentar por muito tempo e os pesares do port de Switch certamente não ajudam em nada. Felizmente, é um jogo com começo, meio e fim, então é perfeitamente possível apreciar sua estadia no Monte Fugu até que os mistérios do enredo sejam enfim solucionados.
Prós:
🔺 Esbanja fofura
🔺 Overdose de gatinhos
🔺 Vender itens livremente no mercado é legal
🔺 Proporciona uma rotina acolhedora (até certo ponto)
Contras:
🔻 Demora para ficar realmente interessante
🔻 Atividades são muito repetitivas e pouco recompensadoras
🔻 Loadings bastante demorados no Switch
🔻 A quantidade de bugs está acima da média
Ficha Técnica:
Lançamento: 26/09/23
Desenvolvedora: Meowza Games
Distribuidora: Humble Games
Plataformas: PS4, PS5, PC, Xbox Series, Xbox One, Switch
Testado no: Switch