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O gênero soulslike teve uma presença mais marcante em 2023. Depois de Remnant 2 em julho, Lies of P em Setembro, Lords of the Fallen é o terceiro e (deve ser) o último do ano. O game desenvolvido pela Hexworks e distribuído pela CI Games é uma espécie de reboot e continuação do título de mesmo nome lançado em 2014, considerado o primeiro soulslike.

Um esclarecimento antes de começarmos: nós recebemos a chave do jogo já bem depois do lançamento, portanto esse é o motivo do nosso veredito tardio. E aqui adiciono outra questão importante também: Lords of the Fallen não saiu em um bom estado, mas recebeu muitas atualizações no decorrer dos dias mudando muita coisa, então é importante ter isso em mente, para o bem ou para o mal.

Gameplay decente

O game é um soulslike com narrativa mais no estilo da FromSoftware, diferente de Lies of P e Remnant 2 que são mais diretos, então esse elemento não será abordado aqui, já que é bastante difícil pegar o que a história está contando só com uma jogada. Em resumo, você é o novo portador da lâmpada que permite viajar entre os mundos dos mortos e vivos e precisa derrotar o deus Adyr, mas há muito mais do que isso envolvido.

Vamos logo para o que interessa em um soulslike: seu gameplay. Lords of the Fallen segue direitinho a receita de bolo dos títulos criados por Hidetaka Miyazaki nesse aspecto (e até em outros). Combates punitivos com diferentes habilidades e magias estão presentes, além de uma grande (e bota grande nisso) variedade de armas e armaduras.


Em relação ao título de 2014, houve uma grande evolução em todos os aspectos. Mas se comparado com o que temos hoje, principalmente depois do excelente Lies of P e, claro, Elden Ring, o novo soulslike fica atrás. O balanceamento contra inimigos comuns e chefes, esquiva e parry, características que funcionam ok, poderiam ser melhores, e até ficaram com patches, mas depois, não no lançamento.

É bom, mas é meio Dark Souls 2

Os desenvolvedores tomaram a estranha decisão de seguir um caminho parecido com Dark Souls 2 quando falamos dos inimigos comuns. O game é repleto de momentos de emboscadas com vários inimigos, além de uma grande quantidade deles juntos por toda a parte. E não só isso, se você decidisse fugir, eles o perseguiriam até os confins, tornando a exploração bastante frustrante. Isso é algo que já foi corrigido, pelo menos no primeiro NG (NG+ permanece como falei).


Outra decisão parecida com o jogo da FromSoftware, é a forma como funcionam alguns chefes. Lords of the Fallen tem chefes bastante descartáveis, já que eles são inimigos de elite lá da frente, mas antecipados na forma de boss. Esses, em sua maioria, vêm acompanhados de inimigos normais. Preciso dizer aqui, como essas batalhas são chatas, nossa! Elas são muito frustrantes por conta dos mobs que os acompanham.

Os chefes principais, por exemplo, que deveriam ser memoráveis (e até são pelo design e trilha sonora), são fáceis comparado com outros soulslike. Alguns deles já estão mais difíceis depois de patches, mas eu ainda não cheguei a ver como estão. É possível derrotar grande parte deles na primeira vez se você é veterano no gênero.

Lords of the Fallen e seu mundo rico

O mundo do jogo é muito interessante e aqui estamos falando de um dos pontos mais altos de Lords of the Fallen. Com exceção da estranha ideia de colocar os piores mapas do jogo como os primeiros, o game tem um level design bastante inteligente, com cenários que se conectam como esperamos de um jogo desse estilo.

Você passará por vales, cavernas, terras gélidas e outras em chamas, castelos, florestas, pântanos (claro) e mais. Tudo muito bonito e detalhado usando a Unreal Engine 5 (que também é um problema). O game oferece dois mundos, o dos vivos chamado de Axiom, e Umbral, mundo dos mortos. Você terá que transitar entre os dois constantemente, e esse é um recurso bem inovador e adiciona muita exploração ao jogo.


Cada mundo tem seus próprios desafios e recompensas. Às vezes, a ida ao mundo dos mortos é opcional, mas saiba que terá recompensas por lá. Já em outras vezes, ela é obrigatória para avançar no jogo. Tem batalha de chefes que funciona somente em Umbral também, tornando mais difícil o desafio, já que ao morrer no mundo dos mortos, o que resta depois?

Assim como Sekiro, é possível morrer e voltar. Caso o jogador morra no mundo dos vivos, vai automaticamente para o dos mortos e tem outra chance lá. Mas cuidado com o tempo que gasta em Umbral: quanto mais demorado sua estadia, mais as coisas complicam, já que os inimigos aparecem em maior quantidade e um deles, bastante impiedoso, é difícil de ser derrotado.

Ótimo suporte pelos desenvolvedores

Uma adição recente ao Lords of the Fallen é o modo NG+0, inédito entre os soulslike. Nele, depois de terminar o jogo pela primeira vez, é possível resetar o mundo, começar tudo de novo, manter seu nível e equipamentos, mas deixando os inimigos com a mesma força. Ou seja, verdadeiro modo fácil. Ele é perfeito para quem busca os 100% (como estou fazendo agora), já que não existe tanto desafio.

Além disso, os desenvolvedores têm escutado o feedback da comunidade e trazido diversas mudanças conforme os jogadores pedem, mas sem alterar a essência do jogo. Um exemplo disso é a diminuição da densidade de inimigos pelos mapas somente no primeiro NG. Mesmo com muitos patches, o jogo sofre com problemas de desempenho, algo bem comum em títulos feitos com a UE5, como Remnant 2, entre outros.

80 %


Prós:

🔺 Level design
🔺 Troca de mundos
🔺 Grande quantidade de armas e armaduras
🔺 Belos gráficos
🔺 Ótimo suporte dos devs

Contras:

🔻 Desempenho ruim, que já foi pior
🔻 Muito desbalanceado no lançamento
🔻 Chefes descartáveis
🔻 Repetição dos inimigos

Ficha Técnica:

Lançamento: 13/10/23
Desenvolvedora: Hexworks
Distribuidora: CI Games
Plataformas: PC, PS5, Xbox Series
Testado no: PC