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Review – Lies of P
Pinóquio nunca esteve tão badass nesse jogo que já é um dos melhores soulslikes

Depois de muitas expectativas criadas pelos diferentes trailers de gameplay, e chegando ao pico com a demo lançada em junho, finalmente pude colocar minhas mãos em Lies of P, um dos soulslike que mais aguardo junto Lords of the Fallen que chega logo. Após algumas dezenas de horas de jogatina, venho aqui falar que o título dos estúdios coreanos Neowiz e Round8 é o melhor soulslike já feito até o momento.
Claro que isso não inclui os jogos da FromSoftware, criadora do gênero. Obviamente o game do Pinóquio foi amplamente inspirado pelas criações de Hidetaka Miyazaki e sua equipe, mas não chega no resultado que Elden Ring entregou, mas vai longe. Lies of P entrega belos gráficos, otimização como pouquíssimos atualmente, e um gameplay (elemento importantíssimo no gênero) muito refinado.
A história do menino P
Como já é de conhecimento de muitos, o título retrata a história do menino Pinóquio de uma forma mais sombria. Se você assistiu as animações clássicas da Disney (só uma ressalva, Pinóquio é bem mais antigo que os desenhos da Disney e foi criado no fim do século 19 pelo italiano Carlo Collodi), reconhecerá alguns personagens, como seu pai Gepeto, a Fada Azul, o Grilo Falante, entre outros. O jogo até lembra Steel Rising, outro soulslike interessante e que recomendo.

A história é simples: Gepeto e o industrialista Venigni criaram as marionetes para servirem as pessoas de todas as formas possíveis. Por algum motivo, que é parte principal da trama, eles se rebelam e começam a assassinar os seres humanos em volta deles. Conforme você joga, é possível ver diversos corpos e sangue espalhados pelas ruas, mas não chega a ser algo brutal como em jogos de terror.
Misteriosamente, P acorda ao som de uma vez, que é Sophia (Fada Azul) o chamando até ela. Logo o menino adquire uma lanterna que tem o grilo, escolhe sua classe (entre três) e inicia sua jornada na estação de trem da cidade. Todo esse trecho está disponível na demo de Lies of P, que já foi retirada das lojas em que estava disponível.
Avançando, você conhecerá novos NPCs, conseguirá povoar mais o Hotel Krat, o hub do jogo, e eles adicionarão, basicamente, mais lojas com diferentes itens e equipamentos para serem adquiridos. Cada um tem suas quests que progridem ao achar itens específicos para cada um deles. Eles, com o tempo, também vão adicionando mais à narrativa do game.

E por falar nisso, Lies of P segue a receita de bolo de narrativa da FromSoftware. Nada é muito claro, explicado. Além da ameaça das marionetes, existe também uma doença afligindo os humanos, e os NPCs dizem que não sabem como surgiu. Então, como costuma ser, você terá que prestar atenção ao seu redor, achar cartas, ler descrições de itens e equipamentos para saber a história. Particularmente, adoro esse tipo de narrativa inteligente.
O jogo tem uma dinânima de verdade e mentira. Afinal, estamos falando de Pinóquio. Em alguns momentos, em conversas com NPC, temos opções de diálogos e uma é a verdade, já que marionete não mente, e outra é uma mentira, já que P também é meio humano. Isso reflete nas reações dos personagens, causando até uma briga inesperada às vezes, por exemplo, e também muda a recompensa recebida em quests extras.
Level design de jogo grande
O game é bastante linear, mas é aquela linearidade estilo Dark Souls, onde é possível andar só por aquele determinado local, mas abrindo atalhos e achando passagens secretas que rendem alguns encontros inusitados e recompensas. O level design é muito bom, tudo flui muito bem, não existe confusão na exploração. E com esse elemento em mente temos também os ambientes.

Grande parte do jogo se passa na cidade de Krat, mas não quer dizer que fica na mesmice. Além de andar nas ruas, você entrará em casas, andará pelos telhados, avançará por fábrica, andará por esgotos e cavernas, explorará palácios, tudo muito bem feito e detalhado. Existe ainda lugares fora da cidade, e nesses momentos o jogo se parece muito com Resident Evil 4 com pequenas vilas, casas de madeira, pântano e florestas, até mesmo os inimigos, que são humanos modificados pela doença se parecem um pouco com zumbis.
Gameplay de Lies of P brilha
Eu já joguei muitos soulslikes indies, e nenhum deles entregou um gameplay tão refinado quanto Lies of P. A movimentação é bem fluída, seja simplesmente andando, ao executar os vários diferentes ataques, além abrir baús e portas. O menino P é cheio de animações diferentes. E ele também é chique, viu! As roupas disponíveis para ele são todas elegantes, já que o game se passa na Belle Époque europeia, diferente do período gótico de Bloodborne, jogo que muitos dizem ser inspiração de Lies of P.
Mas, infelizmente (mesmo), essas roupas só são cosméticos, já que não atribuem qualquer status ou melhora atributos. Não é nem possível fazer um “fashion souls”, já que as roupas não são divididas em pedaços (braços, pernas e torso), e são peças inteiras. É difícil um RPG não ter isso, e praticamente qualquer soulslike conta com equipamentos de defesa (as roupas) que melhoram atributos.

P tem um coração mecânico que pode ser melhorado com itens difíceis de serem encontrados (Quartzos). São cinco níveis, cada um com quatro vantagens que podem ser melhorados duas vezes, adicionando “subvantagens”. Exemplo: você ativa um nível maior de esquiva com uma subvantagem de melhorar a cura, e essa lista vai longe. Como qualquer soulslike, o jogo permite aumentar de nível com experiência suficiente e os atributos são poucos, algo que deixa tudo muito enxuto.
Os combates funcionam muito bem. É possível atacar, executar ataques especiais, carregados e usar o braço legionário (mecânico) para atacar ou defender, além da defesa com a arma e a esquiva. Tudo isso pode ser melhorado, aumentando sua eficiência. A Neowiz decidiu ir num caminho meio Dark Souls 2 com a esquiva, já que ela pode ser aprimorada com o tempo. O que não me agrada muito, mas pelo menos você sente a diferença ao evoluir.
Chefes e trilha sonora marcantes
Os inimigos, como é de se esperar, são diferentes tipos de marionetes, entre aqueles bem normais, os mais fortes e aqueles únicos, que precisam ser enfrentados só uma vez, já que ao resetar a área no checkpoint (Stargazer), eles não estão mais lá. Além disso, existem mini chefes desafiadores e, claro, os chefes principais que são um espetáculo com suas trilhas sonoras épicas. Aliás, que trilha sonora linda esse jogo tem! Tudo muito orquestrado e, às vezes, cantado.

Ao progredir em Lies of P, por motivos óbvios, a dificuldade também vai subindo. Mas em um determinado momento, o pico de dificuldade sobe além do normal, mas não é nada que eu já não tenha visto em outros soulslike, especialmente os da FromSoftware. Pare, repense suas estratégias e equipamentos, um pouco de grinding se preciso, volte e tente de novo. O jogo, definitivamente, não é pra quem não quer desafio e pra pessoas que não levam jeito para soulslike, já que ele é, sim, difícil.
Para “facilitar” (ou tornar menos difícil) a jornada, P tem a sua disposição diferentes armas que podem ser combinadas e melhoradas. Junto com os diferentes braços legionários (você pode conferir alguns deles aqui), cada um com sua habilidade própria, é possível ter um gameplay dinâmico. Os desenvolvedores sabem que você testaria diferentes builds e colocou marionetes no hub do jogo pra você descer o sarrafo e testar suas habilidades antes de ir pro combate real.
Além da história principal, Lies of P conta também com segredos e colecionáveis, além das missões paralelas de NPCs. Tudo isso recompensa, portanto explore. Para facilitar, ao acessar um Stargazer, o jogo lista os locais onde têm uma missão extra pendente ou um colecionável para encontrar. Onde eles estarão, aí é com você, já que o jogo não aponta para direções como um bom soulslike deve ser.

Lies of P faz o uso da fórmula soulslike com excelência. Tem um gameplay bastante refinado, uma história intrigante e misteriosa, batalhas contra chefes que você não irá esquecer, uma trilha sonora que combina muito bem com a ambientação proposta, variedade de armas e equipamentos que agradará, gráficos que não são de ponta, mas certamente são bem bonitos, além de ser muito bem otimizado. Não resta dúvida que é uma experiência obrigatória para fãs de soulslike.
Prós
- Gameplay liso e fluído
- Mecânicas de combate
- Combinações de armas e braços mecânicos
- Belíssima direção de arte e gráficos
- Trilha sonora envolvente
- Chefes marcantes
- Leve design como poucos
- Otimização exemplar
Contras
- A falta de status e atributos com as roupas
- Algumas explicações de equipamentos e habilidades não são claras
Nintendo
Review – Born of Bread
Encarne um protagonista feito de pão e salve o mundo das garras do caos

Já houve uma época em que a internet surtou com um jogo em que controlávamos um pão de forma, então acredito que Born of Bread tem potencial de sobra para se tornar um dos títulos favoritos do ano para os amantes de pães. O indie da WildArts Studio tem fortes inspirações em Paper Mario, tanto no visual quanto no gameplay, mas consegue ser autêntico o suficiente para ganhar nossa simpatia de imediato.
Misturando elementos de aventura com RPG, Born of Bread nos coloca em uma jornada repleta de fantasia, personagens carismáticos e um humor bem leve, daqueles que nos tiram umas risadinhas naturalmente. Não é aquele tipo de jogo que chama a atenção logo de cara, mas quanto mais nos aprofundamos naquele mundinho, mais apaixonante ele se torna.
O pãozinho da profecia
O jogo começa quando um grupo de arqueólogos acaba libertando um mal há muito emprisionado, trazendo de volta à vida diversas criaturas sedentas por caos. Ao mesmo tempo, o padeiro real de um certo reino acidentalmente cria um golem de pão após fazer uma receita mágica, trazendo nosso protagonista Loaf para a história. Após serem derrotados por essas figuras misteriosas, a dupla se vê forçada a partir em uma jornada para salvar seu lar e cumprir uma profecia de milhares de anos.

Apesar das grandes semelhanças com Paper Mario, ainda acho que Born of Bread se assemelha muito mais a Super Mario RPG. A história é repleta de diálogos bobos, mas muito bem-humorados, além de contar com personagens cheios de personalidade. É muito divertido acompanhar as interações entre eles – o que pode até surpreender em determinados momentos, já que o jogo também aborda alguns temas mais adultos nas suas entrelinhas.
O visual é inegavelmente semelhante aos jogos do Mario de papel, trazendo um 2.5D que mistura cenários tridimensionais com personagens 2D. Todos os mapas contam com uma profundidade que nos permite explorar diferentes planos, enquanto seus elementos são 3D. Apenas os seres-vivos desse mundo são “feitos de papel”, o que traz um certo charme para o estilo artístico do jogo.

Jogar Born of Bread é como assistir a uma animação interativa, pois ele tem todos os requisitos necessários para nos cativar rapidamente: cores vivas, elementos desenhados a mão, personagens estereotipados e muita descontração. A trilha musical também não fica atrás, coroando esse conjunto com faixas envolventes e dignas de uma clássica história de jornada do herói.
Tudo no seu tempo
Apesar da franquia Paper Mario também contar com um combate estratégico em turnos, as mecânicas vistas em Born of Bread acabam ficando mais próximas de Super Mario RPG, novamente. As batalhas seguem o padrão clássico dos RPGs de turno, mas com algumas diferenças relevantes que tornam o jogo mais original.
Aqui, todo tipo de ataque ou arma possui um timing diferente. Ao acertarmos esse tempo, o golpe sai mais forte e somos recompensados recuperando alguns pontos de ação. Da mesma forma, é possível acertar um timing para se proteger de um ataque inimigo e coisas do gênero. A diferença é que toda variação de ação ofensiva traz um pequeno minigame diferente, que em sua maioria envolve apertar o botão no momento exato ou macetá-lo até encher uma barrinha de poder.

Essas mudanças na dinâmica dos golpes deixa o combate bem mais envolvente e menos automático. Arrisco até a dizer que essa mecânica é até melhor do que a vista em Super Mario RPG, pois lá o timing consiste mais na base da adivinhação e “tentativa e erro”. Aqui, temos total noção do que é necessário fazer para acertar o tempo, bastando apenas se acostumar aos diferentes minigames e Quick Time Events.
Outra particularidade bem interessante desse combate é a possibilidade de fazer streams das batalhas. Aqui, o jogo simula uma live em que espectadores fictícios começarão a comentar seu desempenho e pedir alguns movimentos específicos. Ao satisfazê-los, podemos ganhar alguns bônus no final do confronto, então acaba sendo uma ideia criativa para tornar as batalhas menos repetitivas e mais instigantes.

As habilidades que desbloqueamos em combate também nos serão úteis durante a exploração, pois existem diversos caminhos e áreas que estarão bloqueados de início. Bebendo um pouco da fonte dos metroidvanias, Born of Bread tem sua parcela de backtracking e incentiva os jogadores a revisitar mapas antigos para encontrar itens que ficaram para trás. Nem sempre é recompensador se preocupar com isso, mas é uma boa desculpa para quem quer fazer sua experiência render ainda mais.
Minha única crítica realmente relevante é que o jogo inevitavelmente pode se tornar enjoativo com o tempo, algo que acontece até com Paper Mario, devido à rotina de diálogos, exploração e combate. A campanha não foge muito disso, mas também não falha em nos divertir do início ao fim – ainda que em menor escala mais perto do final. Born of Bread definitivamente é uma das maiores surpresas do ano e mais um título de destaque em meio a um mar de excelentes indies que foram lançados nos últimos meses.

Imagine como se Guitar Hero se encontrasse com Overcooked e desse origem ao jogo de ritmo mais caótico que já existiu. Super Crazy Rhythm Castle é exatamente este título e chegou aos consoles no finzinho de 2023 para divertir as festas de fim de ano.
Desenvolvido pela Second Impact Games, o lançamento publicado pela Konami aposta na mistura de gêneros e jogabilidade simples, com muita música e cores, para uma aventura que chega após 10 anos de trabalho.

Sem muito sentido para a história, que acaba divertindo pela loucura, nós embarcamos numa aventura por um castelo musical em que o enlouquecido Rei Ferdinand nos espera, pronto para defender sua coroa e acabar com seu dia. Para deter os planos desse maléfico tirano, manter o ritmo dos nossos personagens e salvar diversos NPCs das garras da crueldade, os jogadores precisarão superar os desafios perversos em desafios ritmicos para vencer o Rei no próprio jogo dele.
Realize combos sem perder o Rhythm
Seja jogando sozinho ou com ajuda dos amigos, você utilizará um elenco de personagens malucos em salas com atividades ainda mais insanas para tentar alcançar até três estrelas em cada partida, para avançar até a derradeira batalha contra o malvado Rei. Por mais maluquice que seja, o trabalho da desenvolvedora britânica esbanja carisma e estilo, com muita cor e cuidado ao trabalhar o som e o visual.

Com mais de 30 faixas para você conhecer e desbloquear, cada música oferece a opção de ser jogada com três ou quatro teclas, de acordo com a dificuldade que você desejar, além de estar dentro de um mundinho próprio. Como assim? Imagine a ambientação criada em Psyconauts, mas para apenas uma sala, com atividades tematizadas e a música para ser jogada.
Isso mesmo! Você pode jogar a música, ao melhor estilo Guitar Hero, ou se preocupar em realizar as atividades e ações que a sala impõe, quase como tentativa de atrapalhar o seu desempenho rítmico. Quando isso acontece na companhia de até outros 03 jogadores, Super Crazy Rhythm Castle é um jogo fácil e divertido, porém contar com um NPC no modo single player tornou-se algo realmente desafiador para conquistar a avaliação máxima de três estrelas.
Caos multitarefa
A diversão neste novo jogo da Konami está além da música e ritmo, pois não sabemos o que vamos encontrar em cada andar do castelo, muito menos no desafio temático proposto. Enfrentar uma berinjela gigante que ataca como DJ, jogar como cachorro para coletar ouro, tentar prever qual tecla apertar num pequeno espaço de tempo, limpar a tela para facilitar o jogo, entre outras atividades que precisarão ser intercaladas, sempre mantendo o ritmo e dando sequência ao combo.

O jogo é relativamente curto, já que você pode ficar rejogando apenas as músicas no Music Lab, porém vai oferecer boas risadas com os absurdos e uma trilha sonora agradável, que consegue mesclar muito bem diversos tipos e gêneros musicais.
Esse detalhe ganha ainda mais destaque pelo trabalho da Konami em misturar os temas de Castlevania e Gradius ao catálogo de músicas disponíveis. No fim, Super Crazy Rhythm Castle ocupa um lugar especial por divertir aquela jogatina despretenciosa, principalmente quando você estiver na companhia dos amigos.
Nintendo
Review – Naruto x Boruto: Ultimate Ninja Storm Connections
Uma bela homenagem ao trabalho de Masashi Kishimoto

Embarcar em qualquer jogo da franquia Ultimate Ninja Storm é sinônimo de mergulharmos no empolgante universo desenvolvido pela CyberConnect2 e publicado pela Bandai Namco, nos levando para dentro do anime criado por Masashi Kishimoto.
Com o lançamento de Naruto X Boruto: Ultimate Ninja Storm Connections, em celebração aos 20 anos da franquia, temos a oportunidade de jogar a mais fiel adaptação para games que uma obra já teve, que continua oferecendo gráficos impressionantes e mecânicas de combate cativantes.

Mantendo o carinho e cuidado ao adaptar o anime original de Naruto, reencontramos aquele visual cel-shaded, que capturam perfeitamente o estilo artístico da animação, dando vida aos personagens e cenários de forma incrivelmente fiel. Pela primeira vez temos a oportunidade de revisitar, para quem, assim como eu, acompanha esse universo desde sua estreia, as cenas e acontecimentos da infância de Naruto ao derradeiro embate final contra Sasuke.
O caminho gamer de Boruto
Com muitos momentos através de cenas muito bem animadas e sequência desenvolvidas em jogo, a CyberConnect2 mostrou que ainda consegue criar uma experiência imersiva, permitindo que os fãs se sintam como se estivessem jogando diretamente um dos episódios da série.

Para aqueles que reclamarem que tudo não passa de um copia e cola de tudo o que já foi feito desde os jogos do PS2 até a nova geração, que por sinal deixam o visual do jogo ainda mais incrível, este Ultimate Ninja Storm Connections oferece uma história inédita para os fãs de Boruto, criada pelo próprio Masashi Kishimoto.
Através do modo “História Extra”, vamos embarcar numas espécie de isekai em que os personagens foram transportados para dentro de Ninja Heroes, o famoso jogo que todas as crianças da série Boruto participam.

O melhor desse plot principal, além de utilizar a ligação direta com um vilão inspirado em Pain, famoso antagonista da franquia Naruto Shippuden, o próprio Boruto cria um avatar inspirado em seu pai, para viver dentro dessa realidade virtual e nós vamos ser os responsáveis por jogar com um Naruto criado pelo Boruto; como se não fosse o suficiente, temos Sarada jogando como Sakura e Mitsuki como Orochimaru.
Mesmo com um trio de heróis diferentes e com um conteúdo inédito, inclusive os personagens e vilões, a história é simples e funciona como mais um episódio filler da série.

Infelizmente a Bandai Namco perdeu a chance de transformar numa aventura de RPG, mas optou por seguir o padrão da história principal, com sequências animadas sendo interrompidas por diversos combates.
Muito mais, inclusive do mesmo e do bom
O lançamento de Naruto X Boruto: Ultimate Ninja Storm Connections pode enfrentar críticas por apenas repetir fórmulas já conhecidas pelos fãs, fazendo com que alguns jogadores achem que apenas as melhorias gráficas e adições de personagens, que atinge a incrível marca de 130 personagens, não justifique a falta de criatividade para a jogabilidade, que permanece a mesma.

Se analisarmos friamente, deixando o fan service de lado, muitos personagens recebem diversas variações apenas como skins, com poucas ou nenhuma variação nos golpes, habilidades e jutsu. Ao meu ver não é algo negativo, mas pode ser frustrante para os mais exigentes, ao mesmo tempo em que torna-se gratificante para quem cresceu acompanhando a animação, trazendo até mesmo Boruto Uzumaki, Kawaki e Jigen.
O gameplay ainda continua fácil e divertido, com controles intuitivos e permitindo que todos os tipos de jogadores, independente da habilidade, participem de combates dinâmicos, inclusive em partidas online. É extremamente gratificante poder realizar ataques combinados, desbloquear transformações e utilizar a arena como parte da sua estratégia durante as batalhas.

Com muito conteúdo para ser debloqueado, inclusive através do nível dos personagens ao utilizá-los durante as partidas, a CyberConnect2 manteve o cuidado já conhecido para que a trilha sonora acompanhasse o visual, fechando os pontos fortes deste jogo. As músicas conseguem provocar emoções familiares associadas ao anime, intensificando a imersão e proporcionando momentos realmente incríveis durante as batalhas.
Naruto X Boruto: Ultimate Ninja Storm Connections é uma celebração impressionante ao universo de Naruto e ao trabaho de Masashi Kishimoto, indo do começo de tudo aos momentos atuais de Boruto. Para os fãs da animação, principalmente para aqueles que cresceram com o desenho e os jogos, a Bandai Namco oferece uma oportunidade única de interagir com os personagens favoritos e reviver momentos emocionantes.

Tudo numa combinação de visuais deslumbrantes, trilha sonora envolvente e uma mecânica de combate sólida, que conseguem sobrepor a fraca história inédita e a falta de criatividade dos modos história, fazendo deste título uma experiência de jogo cativante.