Review – Humankind – Together We Rule

Humankind apareceu como um grande renovador no gênero de estratégia 4x. Utilizando mecânicas já conhecidas de outras franquias, o jogo da Sega optou por fazer mudanças pontuais que, no final, tornam a experiência única. Esse é o caso, por exemplo, da mecânica de troca de civilização, que permite a utilização de outras civilizações com buffs diferentes no decorrer do jogo.

Agora, em 2022, Humankind conta com a sua primeira expansão, denominada Together We Rule, focada na diplomacia. Você poderá interagir de maneiras diferentes com outros impérios, adquirindo vantagens mútuas e, também, utilizando as mesmas interações para aliviar a barra quando a guerra fica apertada. 

Mecânicas velhas, mas com um novo ar

Objeto de exploração do DLC, as jogadas diplomáticas dão uma diferenciada na jogabilidade. No início, você pode recrutar unidades especiais que coletam os chamados “Leverages”, tal qual as unidades comuns coletam curiosidades, comidas e outros tipos de bônus. Os leverages são a moeda de troca referente às novas opções diplomáticas, servindo para dificultar a vida dos inimigos durante as guerras ou durante o congresso, tema esse que será tratado mais adiante.

As embaixadas criam novas possibilidades. O esquema de cooperação é muito bem vindo – principalmente em partidas online –, e as mecânicas de leverage adicionam um grau de complexidade maior nas decisões de guerra e nas jogadas de poder. Um acordo de cooperação científica pode ser a diferença entre ficar para trás ou bater de frente contra os outros jogadores.

Ainda no tema diplomático, os agentes que surgem no mid/late game dão um toque especial ao jogo. Eles podem, por exemplo, sabotar cidades inimigas de diversas maneiras, criando uma dificuldade extra para o jogador rival. Por mais que isso não seja uma novidade no gênero, é bom ver que agora, em Humankind, a espionagem está mais complexa graças ao novo sistema de furtividade.

A outra mudança é referente aos congressos mundiais. De forma similar a Civilization VI, agora os impérios podem se unir a fim de passar leis globais, alterando as condições de jogo para todos. As civics, umas das mecânicas chave em Humankind, podem ser alteradas a nível global no congresso. Além disso, crises globais podem ser arbitradas através dessa mecânica.

Veredíto

As semelhanças com as mecânicas contidas em Civilization VI não tornam Together We Rule uma cópia do jogo da Firaxis. Toda a dinâmica do congresso, por exemplo, é diferente da contida em jogos similares, funcionando perfeitamente com as mecânicas existentes relativas à barra de afinidade do império. Aqui, algumas mudanças de civics que você escolheu ignorar, por exemplo, podem ser passadas a qualquer momento, proporcionando uma mudança estratégica.

As doutrinas, por sua vez, também funcionam de maneira similar às civics, só que voltadas ao contexto global. A média das posições dos impérios em relação a diversas políticas conta para dar bônus globais a todos os jogadores. No final das contas, todo o jogo de influência política e escolha das civis fica mais complexo, dando margem a mais jogadas e aumentando as possibilidades de você se dar bem ou se dar mal.

Com isso, essas são as novidades que acompanham o novo DLC de Humankind. Há também um update gratuito no jogo, mas as mudanças mais drásticas estão contidas no DLC. Humankind: Together We Rule se inspira fortemente nas mecânicas de congresso e diplomacia de jogos similares, mas consegue inseri-las dentro das ideias concebidas em Humankind. As ideias são simples, porém funcionais dentro do contexto do jogo.

Creio que Together We Rule é mais um passo em direção ao rumo correto do jogo. Em um gênero dominado durante muito tempo por apenas uma franquia, produzir um jogo de qualidade e com identidade própria é um grande desafio. Se os próximos DLCs forem iguais a este – trazendo mecânicas consagradas, mas inseridas na identidade do jogo –, então os outros jogos de estratégia 4x terão um oponente de peso.