Em GROSS, você é apenas um soldado em um mundo normal, até que um dia os mortos começam a andar pela terra e a infectar os vivos. Nojentos como são, eles caminham dominando tudo e espalhando sua doença, enquanto você, um cão e uma cientista devem sobreviver as hordas de mortos vivos.
Trazendo as temáticas de apocalipse zumbi e tower defense com tudo, GROSS parece ter vindo direto do passado. Quando mapas de tower-defense em Warcraft 3 eram moda e a febre de filmes e séries de zumbis infectavam geral, unindo ambos sob o mesmo holofote. Mesmo que defasado em seu tema, temos aqui um jogo divertido, frenético e com charme próprio.
Destruindo as tropas dos mortos
A narrativa de GROSS é bem aprofundada e escrita, algo que eu definitivamente não esperava. Após estudos feitos pelo exército americano com substâncias que não deveriam ser usadas como armas, tudo vai pelos ares. A base onde nosso silencioso protagonista sem nome se encontra acaba sendo o ponto zero.

Armado apenas com uma pistola, salvamos um cão indefeso em uma jaula de um morto vivo que violentamente tentava abrir a prisão segura de nosso novo amigo canino. Unindo-se também a uma das cientistas que sobreviveu ao surto de infecção, agora este trio deve proteger sua base móvel, um motorhome, de ser destruído e assim acabarem sendo devorados.
A cada nova parada, temos que defender nossa base das hordas de mortos vivos, sejam eles apenas zumbis normais ou com certas habilidades que adicionam um tempero a mais na batalha pela sobrevivência. Afinal, matar apenas zumbis depois de um tempo cai na mesmice, então é necessário diversificar.
Enquanto sobrevivem onda após onda e em diversos locais, vamos aprendendo mais sobre esse mundo pós apocalíptico e mais uma vez chegamos à conclusão de que os vivos são mais perigosos do que os mortos. Eles usam até drones armados para nos atrapalhar, dentre outros recursos ainda mais perigosos.

Enchendo o bolso com a tarifa de Caronte
Mesmo que grande parte da população tenha adquirido a assinatura do serviço de “comes & bebes” do além, dinheiro ainda é o que move o mundo. Então sempre que matamos um defunto, muito provavelmente bolos de dinheiro irão saltar de sua carcaça e é exatamente esse dinheiro de sangue que vai garantir sua sobrevivência.
GROSS apresenta os inimigos em formas de ondas de ataque: quando clicamos no motorhome, uma nova onda se forma. Entre os intervalos é possível criar barreiras de defesa para podermos diminuir a velocidade de avanço dos mortos, colocando armadilhas, armas e tornando os corredores em verdadeiras máquinas de aniquilação de zumbis.
Inicialmente podemos usar apenas barreiras e armas de prego, que além de lentas são bem fracas. Mas com o passar dos níveis vamos liberando novas armadilhas, obstáculos e armas. Melhor do que enfrentar inimigos enfraquecidos, é simplesmente não ter que enfrentá-los.

Usando metralhadoras, lança-chamas, snipers montadas, armadilhas de arame, claymores e muitos outros artifícios, o que importa é obliterar a carcaça dos mortos-vivos, coletar dinheiro e se manter vivo aumentando sua pontuação, uma vez que o jogo conta com placares mundiais para ver quem é o maior sobrevivente.
Armas, dinheiro e impostos
GROSS é divertido, mas isso não o torna imune a críticas. Um dos grandes problemas é o fato do jogador não poder acumular mais do que mil dólares o tempo todo. Não há como aumentar o limite carregado, apenas o limite guardado e para isso temos a introdução dos caixas eletrônicos.
Com eles, o jogador deve focar sua carnificina o mais próximo possível dos bancos, fazendo com que os caixas eletrônicos coletem automaticamente o dinheiro que salta dos corpos abatidos, algo que se torna extremamente necessário quando os drones do governo começam a surgir.

Mesmo quando os mortos caminham pela terra, a sonegação de impostos continua. A partir de determinados níveis, o governo começa a enviar drones que ficam perambulando pelo céu. Caso você demore para coletar seu dinheiro, o governo irá tomar alegremente de você.
Caso você resolva usar seu direito de reclamar e abater o drone para recuperar aquele dinheiro, se prepare para enfrentar as consequências. Com drones armados com lança mísseis, eles irão apaziguar a sua agressão. Ou seja, sempre mantenha os caixas eletrônicos com o máximo de área por perto para evitar desgastes com as instituições governamentais.
Rest in Pieces
Uma vez que os fundos estejam entrando, seu labirinto de armadilhas esteja pronto e as hordas continuem vindo, resta ao jogador apenas assistir, relaxar e intervir quando necessário. Principalmente se for possível fechar os caminhos dos mortos vivos, direcionando todos eles à apenas uma entrada, colocando-os em um gargalo rumo à morte definitiva.

GROSS é divertido, mas logo se torna repetitivo, mesmo com a gama de armas disponíveis ao jogador. A mistura de tower-defense, zumbis e FPS acaba sendo original nas primeiras horas e níveis novos, mas ficando cansativo em seguida.
Os zumbis diferentes, como zumbis com armas e explosivos, adicionam certa variedade, além dos drones militares. Ainda assim não há muito valor de replay. Se você for encarar GROSS, vá pela diversão mais casual. O game indie da Hangry Owl Games teve êxito em suas misturas, só não espere um jogo muito profundo ou de longa duração.