Review – God of War Ragnarok

Os PC gamers agora podem, finalmente, saber o que acontece depois do final de God of War, game que chegou em 2022 aos computadores. God of War Ragnarok já está disponível no Steam e Epic Games e aqui, vamos dar uma olhada não só no jogo em si, algo que vocês podem ver aqui com mais detalhes, mas, principalmente, em como está o port de PC. E já adianto: é um dos melhores entre os jogos da Sony.

Eu costumo dizer que acho a atual fase de Kratos muito mais interessante. Mas, vale ressaltar, não tive o PS2 ou PS3, então meu contato com a fase briguenta do “bom de guerra” foi em casas de amigos e pouca coisa. A atual fase do personagem é profunda e madura, algo que me agrada muito.

God of War Ragnarok é fascinante!

A história segue a jornada de Kratos e Atreus para saber todo o mistério acerca da identidade e destino do menino, refletindo em maior destaque a ele, inclusive no gameplay, já que o controlamos em diferentes trechos do jogo. A narrativa segue excelente, prende o jogador em cada segundo avançado, com diálogos super interessantes, frases profundas e sábias de quase todos os personagens, especialmente Kratos.

Toda essa representação paterna em God of War Ragnarok ressoa bastante comigo. Então acho o relacionamento entre pai e filho, e personagens principais próximos, muito realista, mesmo tudo acontecendo em um mundo tão fantasioso. Desde o primeiro jogo até agora, essa fase recente da franquia tem se tornado a minha favorita entre os jogos (e olha que disputa espaço com Red Dead Redemption 2).

Em termos de gameplay, o jogo segue um caminho muito parecido com seu antecessor, seja no combate, exploração e interações. Claro, existem mudanças, novidades nesse aspecto e elas acontecem mais durante os combates, com novas habilidades, interações, personagens auxiliando na ação, deixando esse elemento ainda mais dinâmico.

Visualmente, God of War Ragnarok é belíssimo. E embora se pareça com seu antecessor, existem diferenças visíveis na sequência. No PC, em qualidade máxima, tudo é muito vivo e salta aos olhos. Não é o que temos de mais avançado em games atualmente, especialmente depois de lançamentos como Hellblade 2 e Alan Wake 2, mas o fato do jogo da Santa Monica ter sido feito também com o cansado hardware do PS4 em mente, deixa o feito impressionante.

Exemplo de otimização no PC

E como isso é refletido no desempenho? O game é um dos mais otimizados entre os títulos da Sony lançados para PC. Eu cobri, aqui no Gamerview, o lançamento de quase todos esses jogos e posso afirmar com facilidade que esse port é um dos melhores. Ainda não superou Days Gone (aliás, abrindo um parênteses literal aqui, é bem difícil encontrar um port de PC no nível de Days Gone em toda a indústria!), mas está entre os melhores.

Os requisitos básicos presentes na página de God of War Ragnarok no Steam, fazem o jogo parecer mais leve do que o normal. Bem, na verdade, os requisitos são bem maiores do que aquilo, se você quiser aproveitar resoluções mais altas e qualidade gráfica maior, vale ressaltar.

Com os requisitos de sistema completo em mente, meu PC se encaixa no meio (Ryzen 5 5500, Radeon RX 6750 XT, 16 GB e SSD). Em 1080p, preset gráfico no ultra, é possível conseguir médias de 60 FPS em quase todo o tempo. Existem trechos mais pesados, e você verá quedas de 15 FPS, mais ou menos. Nesses casos, não dá para entender o que causa tamanha queda de frames, já que basta uma simples virada de câmera, e os números sobem.

O jogo tem compilador de shaders que, curiosamente, é carregado do zero quase toda vez que você inicia o game (pelo menos é o que acontece aqui), mas não são demorados como a primeira vez. É como se os carregamentos posteriores fossem referentes ao trecho adiante. Isso faz que o jogo rode liso, livre de stuttering, algo que tem se tornado cada vez mais raro de se ver em jogos para PC.

Como monitor é 75 Hz, eu priorizei uma experiência em 1080p, preset ultra e 75 FPS. É preciso usar os auxílios para chegar nessa taxa de quadros com qualidade gráfica no máximo. God of War Ragnarok oferece suporte a todas as tecnologias de upscaling (NVIDIA DLSS, AMD FSR e Intel XeSS) em suas versões mais recentes, o que é muito bom. No meu caso, só precisei do gerador de quadros.

Experiência quase toda livre de bugs

Infelizmente, ao habilitar o recurso, não é possível ativar o V-Sync, então a solução foi travar pelo driver, resultando em uma experiência 100% do tempo em 75 FPS, mas é possível sentir algumas tremidas no jogo de vez em quando, especialmente nos elementos de UI para interação, como por exemplo, os prompt de comando para abrir um baú ou conversar com NPCs, mas isso já é um problema do gerador de quadro, e não do jogo.

As opções gráficas não são complexas como em The Last of Us Part I, que conta com vários ajustes, mas entrega o suficiente. Existe prévia, então é possível ver o que muda em tempo real ao mudar as configurações gráficas. Existe um bug estranho ao pausar o jogo. Como joguei travado a 75 FPS, sobra GPU na maior parte do tempo. Mas, quando pauso, o uso vai para 100%, fazendo com que gere mais aquecimento e, consequentemente, faça com que as fans da minha placa de vídeo disparem. Em vez de pausar, se entro no menu do jogo, isso não acontece.

E falando em bugs, minha experiência foi quase totalmente livre de problemas. Além desse citado acima, vi outro na hora do gameplay. Do nada, o jogo simplesmente decide não responder aos comandos do controle, sendo necessário esperar alguns segundos para que responda aos meus comandos novamente. De resto, foi uma experiência bastante sólida.

God of War Ragnarok se tornou um dos meus jogos favoritos, com uma narrativa muito envolvente com personagens carismáticos, gameplay muito divertida e excelente otimização no PC. Nós recebemos a chave da Sony no lançamento, então, enquanto ia jogando, vi as reações dos jogadores na Steam. Negativar o game por um login simples em outro serviço (sim, sei que existe coleta de dados, mas onde não existe?), acho um exagero e até injusto com o jogo.