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Review – Ghostrunner 2

Sequência acerta em aprimorar gameplay, mas complica a experiência com dificuldade exacerbada

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Agora no total controle de sua criação, a desenvolvedora indie One More Level renova sua fórmula de plataforma em primeira pessoa com parkour nesta incrível sequência de Ghostrunner, um jogo frenético, repleto de obstáculos e desafio elevado. Tudo o que o game original tem de legal segue presente aqui, especialmente o visual caprichado com muitos reflexos neon e a maravilhosa trilha sonora synthwave. Mas para conseguir desfrutar de Ghostrunner 2, fica difícil não recomendar jogar o primeiro antes. Cair de paraquedas na história não será um problema, mas sim a curva de aprendizado para dominar o básico do gameplay.

Para se dar bem, além de dominar o parkour e as habilidades assassinas do protagonista Jack, um ghostrunner metade humano e metade robô, será preciso se acostumar com o tempo das coisas. Cada inimigo tem um tipo de ataque, um tempo entre ação e pausa, e errar será uma constante comum. Embora as fases sejam maiores e muitas vezes verticais, o checkpoint está garantido em todas as áreas importantes de cada fase para não frustar o jogador. O problema vem nas áreas com muitos inimigos, especialmente quando só falta um pra eliminar e você erra. Aqui é “one hit kill”, seja pra você ou para seus inimigos. Mas relaxa que morrer é parte do processo e você volta rapidinho pro jogo.

Ghostrunner 2
Na luta pela sobrevivência, vale tudo!

Se tem Dharma no nome, coisa boa não é

No game original, o jogador enfrenta e derrota o tirano Keymaster, libertando a humanidade que habita a Torre Dharma, uma cidade até então dominada pela violência e caos. A paz não durou muito e outras lideranças tomaram a cidade, povoando com membros de gangues, cultistas e até outros ghostrunners com interesses próprios. Cabe ao jogador, junto do Conselho da Interface e outros aliados, trazer justiça e esperança à todos.

Entre as novidades, Ghostrunner 2 traz fases mais abertas para explorar, recheadas de segredos como chips de upgrade, skins e documentos para ampliar a lore. Nas áreas externas de Dharma a exploração não tem o mesmo ritmo, mas o inédito gameplay com uma motocicleta compensa tudo, deixando a adrenalina lá em cima. Mas haja reflexo pra tudo! Se em Ghostrunner o gameplay foi equilibrado por eu ter jogado no PC com teclado e mouse, no Dualsense do PlayStation 5 eu sofri bastante pra dominar Ghostrunner 2. O game exige muito do jogador, então sugiro aumenta a sensibilidade do analógico direito do controle no menu de opções.

Ghostrunner 2
Zoe retorna em Ghostrunner 2 pra te dar uma força

Há agora uma hub entre as fases, uma estação pra conversar com NPCs e dar um grau nas habilidades de Jack. Elas são ampliadas com chips na placa-mãe, dando mais possibilidades de combinar habilidades pra turbinar atributos que irão ajudar a encarar áreas com muitos adversários. O parry, o bloqueio na hora certa, continua sendo a melhor estratégia pra tudo, tanto pra defletir tiros como para contra-atacar. A desaceleração do tempo segue sendo fundamental para desviar de ataques e os shurikens ajudam a resolver puzzles e também matar ou atordoar o inimigo, para que você possa usar seu gancho de energia para se aproximar e fatiá-lo ao meio. Se um shuriken não bastar, jogue dois!

Independente da sua estratégia, fique sempre de olho na nova barra de energia, uma estamina que indica o quanto consegue bloquear os ataques e carrega mais rápido ao eliminar os inimigos. Quanto mais rápido e maior for o combo, mais você pontua pra se gabar no placar mundial. Só não queira disputar contra speedrunners, pois a comunidade desse game é insana de ágil. Até os desafios de cada fase, ativados em terminais, são cabeludos de encarar. Na corrida contra o tempo, na maioria das vezes, eu só consegui bronze e olhe lá.

Ghostrunner 2
As batalhas com chefões oferecerem um belo desafio

Dificuldade brutal, mesmo com novos poderes

Ghostrunner é difícil, mas na proposta de um soulslike: você aprende, memoriza e se supera. Mas em Ghostrunner 2 os desenvolvedores exageraram na dose. Dá pra vencer, claro, mas custando tempo ao falhar diversas vezes e causando uma frustração que deveria ser mais branda. E essa dificuldade fica brutal sempre que houver muitos inimigos juntos. Plataformas que exigem coordenação entre pular, jogar shuriken, correr pelas paredes, abrir passagem, deslizar por um trilho, usar o gancho na hora certa, dentre outras ações em sequência, será o menor dos problemas. São os inimigos que irão empacar o seu progresso, ainda mais quando estiverem com barreira de defesa ativada. Nem os chefões dão tanto trabalho assim.

Com os novos poderes, como Fluxo (um raio laser potente) e Sombra (invisibilidade), espera-se um equilíbrio que infelizmente não é garantido. É sempre uma ajuda momentânea, que pode te deixar na mão logo em seguida quando mais precisar, já que a barra demora bastante pra carregar. Enfim, se conseguir terminar a campanha – boa sorte com isso – você pode jogar de novo no modo RogueRunner.exe, que permite adquirir habilidades e modificadores para utilizar nas partidas e, como recompensa, desbloquear mais cosméticos. É um jogo de maior duração e esse modo extra certamente contribui pro replay.

Ghostrunner 2 é a evolução natural que se espera de um bom game. Rápido, empolgante e divertido, ele entra facilmente pra lista dos melhores indies de 2023. Minha única sugestão é você pegar o game original pra conferir antes, não só pra entender a história como também pegar as manhas e não ficar frustrado logo de cara com a dificuldade desta sequência, que não perdoa suas falhas nem por um segundo.

Prós

  • Sequência exemplar, com melhorias e novidades no gameplay
  • Trilha sonora pontual e empolgante
  • Muitos segredos pra encontrar

Contras

  • Bem mais difícil que o primeiro game
  • A área externa de Dharma não é tão atraente
  • Algumas áreas possuem uma quantidade exagerada de inimigos

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Review – Born of Bread

Encarne um protagonista feito de pão e salve o mundo das garras do caos

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Já houve uma época em que a internet surtou com um jogo em que controlávamos um pão de forma, então acredito que Born of Bread tem potencial de sobra para se tornar um dos títulos favoritos do ano para os amantes de pães. O indie da WildArts Studio tem fortes inspirações em Paper Mario, tanto no visual quanto no gameplay, mas consegue ser autêntico o suficiente para ganhar nossa simpatia de imediato.

Misturando elementos de aventura com RPG, Born of Bread nos coloca em uma jornada repleta de fantasia, personagens carismáticos e um humor bem leve, daqueles que nos tiram umas risadinhas naturalmente. Não é aquele tipo de jogo que chama a atenção logo de cara, mas quanto mais nos aprofundamos naquele mundinho, mais apaixonante ele se torna.

O pãozinho da profecia

O jogo começa quando um grupo de arqueólogos acaba libertando um mal há muito emprisionado, trazendo de volta à vida diversas criaturas sedentas por caos. Ao mesmo tempo, o padeiro real de um certo reino acidentalmente cria um golem de pão após fazer uma receita mágica, trazendo nosso protagonista Loaf para a história. Após serem derrotados por essas figuras misteriosas, a dupla se vê forçada a partir em uma jornada para salvar seu lar e cumprir uma profecia de milhares de anos.

Até os NPCs conseguem ser carismáticos neste jogo

Apesar das grandes semelhanças com Paper Mario, ainda acho que Born of Bread se assemelha muito mais a Super Mario RPG. A história é repleta de diálogos bobos, mas muito bem-humorados, além de contar com personagens cheios de personalidade. É muito divertido acompanhar as interações entre eles – o que pode até surpreender em determinados momentos, já que o jogo também aborda alguns temas mais adultos nas suas entrelinhas.

O visual é inegavelmente semelhante aos jogos do Mario de papel, trazendo um 2.5D que mistura cenários tridimensionais com personagens 2D. Todos os mapas contam com uma profundidade que nos permite explorar diferentes planos, enquanto seus elementos são 3D. Apenas os seres-vivos desse mundo são “feitos de papel”, o que traz um certo charme para o estilo artístico do jogo.

Todos os cenários conseguem ser um colírio para os olhos!

Jogar Born of Bread é como assistir a uma animação interativa, pois ele tem todos os requisitos necessários para nos cativar rapidamente: cores vivas, elementos desenhados a mão, personagens estereotipados e muita descontração. A trilha musical também não fica atrás, coroando esse conjunto com faixas envolventes e dignas de uma clássica história de jornada do herói.

Tudo no seu tempo

Apesar da franquia Paper Mario também contar com um combate estratégico em turnos, as mecânicas vistas em Born of Bread acabam ficando mais próximas de Super Mario RPG, novamente. As batalhas seguem o padrão clássico dos RPGs de turno, mas com algumas diferenças relevantes que tornam o jogo mais original.

Aqui, todo tipo de ataque ou arma possui um timing diferente. Ao acertarmos esse tempo, o golpe sai mais forte e somos recompensados recuperando alguns pontos de ação. Da mesma forma, é possível acertar um timing para se proteger de um ataque inimigo e coisas do gênero. A diferença é que toda variação de ação ofensiva traz um pequeno minigame diferente, que em sua maioria envolve apertar o botão no momento exato ou macetá-lo até encher uma barrinha de poder.

Cada ataque envolve um tipo de QTE diferente

Essas mudanças na dinâmica dos golpes deixa o combate bem mais envolvente e menos automático. Arrisco até a dizer que essa mecânica é até melhor do que a vista em Super Mario RPG, pois lá o timing consiste mais na base da adivinhação e “tentativa e erro”. Aqui, temos total noção do que é necessário fazer para acertar o tempo, bastando apenas se acostumar aos diferentes minigames e Quick Time Events.

Outra particularidade bem interessante desse combate é a possibilidade de fazer streams das batalhas. Aqui, o jogo simula uma live em que espectadores fictícios começarão a comentar seu desempenho e pedir alguns movimentos específicos. Ao satisfazê-los, podemos ganhar alguns bônus no final do confronto, então acaba sendo uma ideia criativa para tornar as batalhas menos repetitivas e mais instigantes.

A mecânica de livestream nos incentiva a testar coisas novas em combate

As habilidades que desbloqueamos em combate também nos serão úteis durante a exploração, pois existem diversos caminhos e áreas que estarão bloqueados de início. Bebendo um pouco da fonte dos metroidvanias, Born of Bread tem sua parcela de backtracking e incentiva os jogadores a revisitar mapas antigos para encontrar itens que ficaram para trás. Nem sempre é recompensador se preocupar com isso, mas é uma boa desculpa para quem quer fazer sua experiência render ainda mais.

Minha única crítica realmente relevante é que o jogo inevitavelmente pode se tornar enjoativo com o tempo, algo que acontece até com Paper Mario, devido à rotina de diálogos, exploração e combate. A campanha não foge muito disso, mas também não falha em nos divertir do início ao fim – ainda que em menor escala mais perto do final. Born of Bread definitivamente é uma das maiores surpresas do ano e mais um título de destaque em meio a um mar de excelentes indies que foram lançados nos últimos meses.

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Review – The King of Fighters XIII: Global Match

A SNK trouxe The King of Fighters XIII: Global Match como uma boa mistura entre arcade e modernidade

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The King of Fighters XIII Global Match

Enquanto Mortal Kombat e Street Fighter continuam buscando o futuro, The King of Fighters XIII pega suas experiências passadas com carinho para trazer novas sensações ao público que sente falta de um bom e velho jogo de luta arcade 2D.

Na versão “Global Match”, a SNK trouxe como novidades o rollback netcode, expandiu os recursos vistos no lobby e ainda introduziu o modo espectador. E mesmo que você não curta o ambiente online e nem queira investir na carreira de pro player para disputar a EVO, ainda vale os bons tempos de fliperama que ele inspira de volta.

Jogo moderno com sensação dos antigos fliperamas

A evolução em The King of Fighters XIII

Para começar, sendo bem honesto com vocês, há muitos anos que meus dedos não ficavam com calo em um jogo de luta. E foi exatamente isso o que ocorreu enquanto testava o novo The King of Fighters XIII: Global Match. A experiência me fez retornar para antes dos anos 2000, quando esse estilo reinava nos consoles e arcades.

É impossível não querer disputar uma partida com cada pessoa que vai te visitar, assim como não vejo a menor chance de escolher um modo que não seja o 3v3 clássico. Há diversas outras opções, como o Time Attack, Survival e até uma galeria para você poder ver todas as artes e filmes disponíveis. Porém, a alegria só vem quando o oponente é derrubado no chão com muito suor.

Quando chega no Perfect a alegria fica completa

O elenco é fantástico, assim como a adaptação do seu gameplay para os consoles mais modernos. Apesar de chegar para o PlayStation 4 e Nintendo Switch, eu testei no PS5 e não tenho nada do que reclamar. Os comandos respondem adequadamente, são muito velozes e recria com exatidão a época onde este tipo de experiência era o que mais importava para uma desenvolvedora.

Não estou reclamando dos capítulos mais recentes da SNK, caros leitores. Só queria deixar claro que The King of Fighters XIII: Global Match é a escolha ideal para quem está buscando um bom jogo arcade e sem um apelo gráfico ultra-realista – priorizando o que temos de melhor nos movimentos dos personagens e no rico elenco.

É preciso saber apanhar também

A luta como você esperava

Eu me aventurei bastante por todos os modos e parece que fui transportado diretamente para a época onde jogava Street Fighter Alpha 3, no meu primeiro PlayStation. A grande diferença é que, além dos recursos inéditos que a nova geração pode proporcionar, também temos um número de lutadores bem maior.

Além dos grupos que podem ser selecionados em The King of Fighters XIII: Global Match, também dá para desbloquear alguns lutadores secretos conforme avança nos outros modos. Sim, você não precisará pagar nem R$1 a mais ou esperar por Passes de Temporada. Está tudo lá, dependendo apenas da sua habilidade.

Ele pode não ser o favorito de todos, como é o caso de KOF ’98, mas consegue reunir todos os aspectos positivos da franquia para trazer um gameplay consistente, gráficos aprimorados, cenários belissimos e até mesmo certos ganchos da história que farão o público desejar finalizar o quanto antes. Caso ele esteja em seu radar, não precisa pensar duas vezes e pode investir sem medo de ser feliz.

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Review – Super Crazy Rhythm Castle

O jogo de ritmo mais caótico que você já conheceu

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Imagine como se Guitar Hero se encontrasse com Overcooked e desse origem ao jogo de ritmo mais caótico que já existiu. Super Crazy Rhythm Castle é exatamente este título e chegou aos consoles no finzinho de 2023 para divertir as festas de fim de ano.

Desenvolvido pela Second Impact Games, o lançamento publicado pela Konami aposta na mistura de gêneros e jogabilidade simples, com muita música e cores, para uma aventura que chega após 10 anos de trabalho.

Super Crazy Rhythm Castle
Junte-se aos heróis mais bizarros nesta aventura caótica

Sem muito sentido para a história, que acaba divertindo pela loucura, nós embarcamos numa aventura por um castelo musical em que o enlouquecido Rei Ferdinand nos espera, pronto para defender sua coroa e acabar com seu dia. Para deter os planos desse maléfico tirano, manter o ritmo dos nossos personagens e salvar diversos NPCs das garras da crueldade, os jogadores precisarão superar os desafios perversos em desafios ritmicos para vencer o Rei no próprio jogo dele.

Realize combos sem perder o Rhythm

Seja jogando sozinho ou com ajuda dos amigos, você utilizará um elenco de personagens malucos em salas com atividades ainda mais insanas para tentar alcançar até três estrelas em cada partida, para avançar até a derradeira batalha contra o malvado Rei. Por mais maluquice que seja, o trabalho da desenvolvedora britânica esbanja carisma e estilo, com muita cor e cuidado ao trabalhar o som e o visual.

Super Crazy Rhythm Castle
Tente entender a atividade proposta em meio ao ritmo e caos

Com mais de 30 faixas para você conhecer e desbloquear, cada música oferece a opção de ser jogada com três ou quatro teclas, de acordo com a dificuldade que você desejar, além de estar dentro de um mundinho próprio. Como assim? Imagine a ambientação criada em Psyconauts, mas para apenas uma sala, com atividades tematizadas e a música para ser jogada.

Isso mesmo! Você pode jogar a música, ao melhor estilo Guitar Hero, ou se preocupar em realizar as atividades e ações que a sala impõe, quase como tentativa de atrapalhar o seu desempenho rítmico. Quando isso acontece na companhia de até outros 03 jogadores, Super Crazy Rhythm Castle é um jogo fácil e divertido, porém contar com um NPC no modo single player tornou-se algo realmente desafiador para conquistar a avaliação máxima de três estrelas.

Caos multitarefa

A diversão neste novo jogo da Konami está além da música e ritmo, pois não sabemos o que vamos encontrar em cada andar do castelo, muito menos no desafio temático proposto. Enfrentar uma berinjela gigante que ataca como DJ, jogar como cachorro para coletar ouro, tentar prever qual tecla apertar num pequeno espaço de tempo, limpar a tela para facilitar o jogo, entre outras atividades que precisarão ser intercaladas, sempre mantendo o ritmo e dando sequência ao combo.

Super Crazy Rhythm Castle
Nada como a calmaria para quem quer apenas um jogo de ritmo

O jogo é relativamente curto, já que você pode ficar rejogando apenas as músicas no Music Lab, porém vai oferecer boas risadas com os absurdos e uma trilha sonora agradável, que consegue mesclar muito bem diversos tipos e gêneros musicais.

Esse detalhe ganha ainda mais destaque pelo trabalho da Konami em misturar os temas de Castlevania e Gradius ao catálogo de músicas disponíveis. No fim, Super Crazy Rhythm Castle ocupa um lugar especial por divertir aquela jogatina despretenciosa, principalmente quando você estiver na companhia dos amigos.

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